blogue editado

blogue editado por José Marques Mendes e Luís Luz

19 de julho de 2015

As pessoas certas, no lugar certo… e no tempo certo!

A escolha das pessoas certas (ou do perfil certo das pessoas) é uma das preocupações principais de um líder empresarial, na medida em que é da composição dos elementos da sua equipa que vai depender o potencial de valorização de um negócio… ou, pelo menos, da parte que é controlável internamente pela organização.
 
Outro aspeto fundamental a verificar-se é a colocação dessas pessoas certas nos respetivos lugares certos. Esta afirmação pode parecer demasiado óbvia, contudo nem sempre é isso que constatamos nas realidades empresariais: é “normal” ver-se um bom vendedor a ser promovido a chefe de vendas, posição na qual possa já não estar tão à-vontade; é “natural” premiar-se um ágil colaborador no mercado nacional para explorar novas operações internacionais, contextos nos quais poderá não se adaptar; é “costume” um recém-licenciado assumir um cargo de Administrador pelo simples motivo de ser familiar do principal acionista, mesmo não detendo as competências necessárias que tais responsabilidades exigem. Há muitos casos onde este tipo de evoluções são meritórias e dão bons frutos, mas outras que se revelam verdadeiros calvários… até para aqueles que foram - supostamente - promovidos!

Mas há um terceiro fator crucial para o resultado: o tempo (a época, a conjuntura). Isto porque podemos até ter as pessoas certas (com as melhores competências), no lugares/cargos certos, mas não para lá estarem num determinado período pelo qual a empresa atravessa. Teoricamente, elas podem ser as pessoas que mais conhecimento e experiência transportam mas, na prática, outras pessoas conseguirem lidar melhor com o contexto particular que se está a atravessar e, desta forma, mobilizarem de modo mais eficaz os recursos. Por vezes, as mudanças de realidade implicam mudança de protagonistas, sugerindo que aqueles que pressupomos como mais capazes possam não ser as figuras certas num dado período temporal. Pode ser porque estes transportem consigo uma “herança” do passado, ou pode até não ser possível encontrar um racional e simplesmente sabermos serem necessárias mudanças para que os resultados surjam. São admiráveis os vários casos de sucesso que se veem com a aposta em responsáveis que advêm de outras realidades, de outros setores, e que por isso são por vezes vistos como menos capazes mas que, contudo, são quem melhor consegue implementar um turnaround e energizar as equipas, mobilizando-as para uma nova etapa na vida da empresa; estes, transportam outras experiências e, acima de tudo, questionam o status quo de quem está num setor há muito tempo, podendo funcionar como verdadeiras “lufadas de ar fresco” em toda a dinâmica empresarial.

Certas decisões implicam riscos elevados, sobretudo quando as suas fundamentações possam ser um pouco subjetivas. Mas, se tem a confiança de que é o melhor para o negócio, avance. Mais tarde poderá não poder fazer mais do que... lamentar-se.


Luís Luz

12 de julho de 2015

Vou liderar uma equipa! | Sara Magalhães

- "Amigos, acabei de ser promovido! Vou liderar uma equipa!"
- "Eia grande novidade! Parabéns! Isso é que é subir! Vais mandar, poder fazer as coisas à tua maneira, ganhar mais e ter uma boa vida!"

Quem já não ouviu isto?
Estas frases feitas tantas vezes repetidas, após a almejada promoção na hierarquia.

E depois?
Depois vem o trabalho. O dia-a-dia. 
A luta constante pelos resultados, pela coesão de uma equipa em torno de uma visão, a gestão de conflitos, a mobilização de recursos sempre escassos, a corrida pela eficiência sem perder a qualidade....
E a gestão de tempo. Esse tempo que parece sempre pouco. Para gerir e ouvir todas as pessoas, para produzir relatórios, para reunir com trabalhadores, diretores, fornecedores...

E aí surge uma revelação!
Afinal como líder não mando mais... não faço sempre as coisas à minha maneira... posso ganhar mais mas possivelmente trabalho muito mais horas... mais preocupações... nas reuniões nunca posso só assistir, sou o "artista de serviço" que gere o momento, mantendo o animo na análise dos assuntos, como moderador nos debates mais acalorados, e promovendo a objetividade nas divagações que teimam em surgir.
E no final concluo... ser líder é acima de tudo Servir. Uma equipa, a organização, o cliente...

Pode ser diferente? Pode. Mas aí sou um chefe, daqueles que surgem e desaparecem e não deixam saudades...

Se mesmo assim vale a pena? Vale.
Saber Servir, qualquer que seja a hierarquia, em casa, no trabalho, com amigos... dá muito trabalho, mas permite  fazer a diferença todos os dias.
Inspirar pessoas a superam-se, sem medo que também elas queiram servir ao nosso lado ou até numa posição acima de nós.
Promover uma cultura de entrega, disponibilidade e compromisso movida pela paixão das ideias.
E no fim poder deixar um legado.
O melhor de todos...
O legado em que alguém nos diz: hoje sou melhor porque TU estiveste aqui!


5 de julho de 2015

Arquivo vivo | 2011, o País e Nós

Este texto foi redigido em 2011 na ótica do país "Portugal e do nós "portugueses". O seu conteúdo mantém-se perfeitamente atual, se bem que - se fosse hoje - bem que se poderia intitular «2015, a Grécia e os Gregos», fosse essa a nossa nacionalidade...

«Como ser humano e profissional, poderia tentar levar a vida o melhor possível, ganhar o mais possível, dar à família o mais possível, gozar a vida o mais possível, viajar o mais possível, procurar os melhores empregos possíveis, enfim, poderia dar-me o que mais me satisfizesse. Todo o possível. Pelo menos tentar.
Não tomo essa decisão. Não é essa decisão. Essa decisão apenas contribui para o meu futuro. É um contributo limitado.
O que me tem fascinado é a tomada de consciência que podemos contribuir muito para além do que é o nosso amanhã. Podemos contribuir para o amanhã das pessoas que nos rodeiam. Das pessoas das organizações em que estamos. Das organizações dos clientes, dos fornecedores. Das instituições que vamos cruzando, seja por razões religiosas, seja pela educação dos filhos. Seja pelo que seja. Vamo-nos cruzando com os outros e vamos fazendo a diferença, acrescentando algo ao momento.
Em cada dia que vamos vivendo sinto que cada momento é para dar o máximo. Dar com foco nos outros. Dar com o foco em acrescentar algum valor.»

Vale a pena (re)ler o texto original: clique aqui.

Luís Luz

28 de junho de 2015

Pensar em grande

Há dias li uma entrevista num jornal económico em que Bradley Sugars - empresário australiano de sucesso, com negócios presentes em Portugal - dizia que «os portugueses são muito bons empreendedores, mas não pensam grande o suficiente».

De facto, são por demais evidentes as nossas capacidades potenciais, contudo não as aplicamos na sua plenitude, mas tão somente na medida em nos sentimos satisfeitos com os resultados alcançados. É típico ouvirmos desabafos como «estamos tão bem assim, porque nos devemos preocupar em querer mais?» Não discuto a questão ao nível pessoal, pois cada um terá o seu modelo de felicidade. Mas, empresarialmente, o caso muda de figura: o mundo dos negócios evolui a uma velocidade estonteante e a nível global, pelo que um modelo de sucesso é-o sempre a prazo. Nuns negócios este prazo poderá ser mais longo, noutros mais curtos, mas se não imprimirmos uma cultura de evolução/inovação e crescimento, um dia vamos ficar para trás…. quiçá de forma irrecuperável.

A prova de que o empresário australiano está absolutamente certo verificou-se no decurso da crise da última meia dúzia de anos, em que muitos empresários reinventaram os seus negócios, empreenderam fora de portas com relativo sucesso. Fizeram-no já numa fase em que os recursos se estavam a desmoronar… Como teria sido caso tivessem pensado em grande antes deste período turbulento, tendo conquistado novos mercados com recursos competentes e “musculados”?

O entrevistador começou por observar que o empresário «costuma dizer “learn before you earn” (“aprenda antes de ganhar”) – parece um conceito tão simples, no entanto, a maioria das pessoas quer ir logo para a parte do “ganhar”»… So true!

Não inverta a ordem natural das coisas e pense em grande: cuide primeiro do seu negócio, que ele depois cuidará de si!


Luís Luz

14 de junho de 2015

Arquivo vivo | Liderança sem diploma, o blogue

Porque há textos que merecem ser (re)lidos, porque há reflexões que são perfeitamente atuais e oportunas, criamos neste blog a secção «Arquivo vivo». Por oposição ao popular "arquivo morto", aqui são repescados os assuntos que continuam «vivinhos da Silva».

Para esta primeira recordação, nada como recuperar o primeiro de todos os textos, no qual é explicado o porquê da existência deste blog, intitulado Liderança Sem Diploma...

«Liderar sem diploma que é o mesmo que dizer, liderar sem uma equipa, sem um cargo específico.
Liderar não é uma questão física, isto é, não pressupõe forçosamente uma acção sobre pessoas, com uma equipa.
Pelo menos eu entendo que se pode e deve ir mais longe. Qualquer pessoa, desde que tome essa decisão, pode liderar. Desde que tome a decisão de ser uma referência, no seu comportamento e na sua atitude, diariamente no contacto com os outros.
Aliás, era isso que nos era incutido pelos nossos pais e professores desde os tempos da primária. Sermos exemplares no que fazemos, seja de importância capital seja de mero relacionamento.
Se estamos numa organização, podemos influenciar os colegas em melhorias de comportamento e decisão. Se estamos em ambientes informais, os que se cruzam connosco podem sentir a força da nossa atitude.
A vida que cada um tem é um poder atribuído desde cedo e que merece a melhor das lideranças. Liderar a construção do percurso da nossa vida é aceitar a responsabilidade de exercer o poder. O poder de sermos nós mesmos.
E nós mesmos como? Como boas pessoas e bons profissionais.»

Vale a pena (re)ler o texto original: clique aqui.

Luís Luz

31 de maio de 2015

Ora agora mando eu!

Perdão: ora agora lidero eu!


Desafiado pelo José Miguel para liderar a retoma deste blog que criou há 4 anos - e após um período de stand by de 12 meses - a resposta só poderia ser positiva e será nesta nova fase editado por ambos. Para além de gostar de não recusar um bom desafio e da amizade pelo criador de «Liderança Sem Diploma», vejo este desafio como uma oportunidade para poder dar o meu contributo para a manutenção deste valioso legado.


Valioso porque pretende tocar as almas, despertar consciências, reequacionar pontos de vista… e levar-nos a agir em conformidade. A vida não é uma “fatalidade” e a vida em comunidade (seja no universo familiar, profissional, numa nação, etc…) é sempre também o resultado de ações individuais. Como parte integrante de um coletivo, a nossa participação deve fazer sentido e contribuir para a sua valorização contínua. Hoje e amanhã devemos sentirmo-nos confortáveis com as nossas atitudes, aprendendo com elas e desfrutando ao conseguirmos animar aqueles que nos rodeiam.


Conforme referi no início, este blog foi lançado há 4 anos, contudo a sua pertinência e atualidade parecem cada vez maiores. Vivemos numa sucessão crescente de acontecimentos, desde as nossas relações diretas às que se passam “no outro lado do mundo”, em cujas lideranças são determinantes para os respetivos desfechos. Mas estes dependem tanto dos líderes quanto dos liderados, quer pelas suas ações ou omissões.


Bom: o entusiasmo é grande, assim como a ambição de poder “contagiar” um número crescente de pessoas a participarem, seja como meros leitores, expressando as suas opiniões, partilhando os textos com os quais se identificam ou até, porque não, contribuírem com os seus artigos: estão todos convidados!


Sejamos líderes!


Luís Luz

10 de maio de 2014

Just a moment, please!

Obrigado por todos os momentos nestes 40 meses.
Até breve, até à saudade, até à criatividade e que o espírito de liderança nos acompanhe.


José Miguel

20 de abril de 2014

Atenção empresas - aviso à navegação

Atenção!
Atenção a todos os que têm responsabilidades no futuro da gestão das empresas. É curioso como em plena crise as empresas ainda têm incompetentes e inábeis na liderança das empresas. Eu não sei porque ocupam lugares de tamanha responsabilidade quando não fazem a mais pequena ideia do que é gerir uma empresa.
Nessas empresas existem 100, 200, 400 ou mais vidas familiares e essas pessoas, apesar de se sentirem responsáveis por estar no topo, são autênticos inconscientes. Ocupam lugares sem formação e preparação para tal.
É como andar de carro sem carta ou pegar numa moto sem conhecer a problemática das duas rodas.

Não me refiro apenas a cargos de topo mas a todos os quadros de gestão, quer sejam de topo quer sejam chefias intermédias.

É fantástica a falta de coragem ou talvez seja apenas uma questão de bom senso. Digo bom senso porque pode ser o que esteja a faltar a estas pessoas para mudarem as chefias e colocarem lá “quem sabe ao que vai”.
Essas pessoas, líderes impreparados para o futuro, são os sortudos de outros tempos em que a função lhes caiu no regaço. Não caíram na cadeira do poder mas antes pelo contrário, a cadeira meteu-se-lhes por baixo.
E agora não saem de lá. Se eles não se tiram a si mesmo do lugar, quem os tirará?
Talvez um dia pela queda da empresa.
Quando as coisas se complicarem a sério, eles terão de se libertar da empresa dizendo – é a crise, foi a crise.
Pode ser a crise mas também é a incapacidade para prever e atuar e envolver todos numa estratégia que contorne os obstáculos.
É que gerir em tempo de vacas gordas…foi fácil. Agora os métodos são outros e os níveis de determinação têm de ser extremamente ousados.

O bom senso é imperioso para que saibamos quando temos de deixar um lugar ou uma função. Há coisas que não nos dizem para fazermos pelo que temos de ser nós mesmos a decidir em causa própria.

O bom senso é uma característica que não valorizamos em suficiência mas que nos pode salvar do “Princípio de Peter”.

José Marques Mendes

31 de março de 2014

Aos "Impossíveis", o meu obrigado

Obrigado.
Obrigado a todos aqueles que me têm tornado a vida impossível porque são pessoas difíceis, de temperamento anormal, de carácter nubloso, enfim, são criaturas que definimos como “pessoas impossíveis”.

Todos nós já nos referimos a alguém dizendo – este tipo é impossível.
É isso mesmo. São pessoas de relacionamento impossível e que fazem a vida dos outros um inferno. Tornam a vida de alguém impossível de seguir o seu rumo ou seja, é-se obrigado a concluir que o caminho que se leva não tem resolução. Há que mudar.
A vida impossível de alguém é como na matemática ter uma equação sem solução, uma equação impossível. Chegados a este ponto, vida impossível, há que mudar de rumo e seguir outro caminho.

Foi o que fiz algumas vezes na vida, aí umas 3 ou 4 vezes, em que tive de tomar decisões muito, muito sérias. Algumas pessoas, pessoas impossíveis de aturar, provocaram em mim um sentimento de mudança e, consequentemente, a minha própria mudança.
Tenho que lhes agradecer porque foram os grandes impulsionadores da minha vida. Eu não teria sido nada sem eles. Apesar de o dizer com alguma ironia, em boa verdade e porque tenho já alguns anos de reflexão, posso afirmar com toda a profundidade que estas pessoas, ao serem "impossíveis" para mim, foram grandes marcos da minha mudança.

Por este motivo lhes dedico este texto e, já mentalizado digo, se um dia me cruzar com eles na rua, não deixarei de os cumprimentar e se for oportuno, direi: agradecido por me terem criado "um momento impossível".

José Marques Mendes

16 de março de 2014

Um Tributo aos Serenos

Às vezes penso que o que está certo é ser-se acelerado, stressado, sempre à procura de desafios e novos rumos.
Parece que é o que está certo porque a vida tem muitas oportunidades e a informação é tanta que nos acelera imenso.
Parece que é com elevada dinâmica que devemos avançar porque assim lideramos as corridas diárias, ganhamos aos adversários profissionais e garantimos um lugar na frente, seja o que isso for e para o que for.
Parece que assim é que é porque no mesmo espaço de tempo fazem-se mais coisas e é fundamental fazerem-se muitas coisas.

Entende-se que a vida é curta e há que ser-se muito intenso.

Parece que é mas...também pode não ser. O certo está em cada um, na sua personalidade, motivação e desempenho. Nas corridas desportivas, uns ganham acelerando sem pensar e outros ganham pensando em como acelerar.

Quando promovo que se fale de liderança e que esta está ao alcance de qualquer um, estou a querer tornar evidente que pessoas calmas, tranquilas e serenas são igualmente grandes líderes.
Podem sê-lo por muitas razões mas, quanto mais não seja porque tomaram a decisão de ser assim, assumiram-se assim porque se conhecem assim.

Aos serenos, os meus parabéns pela honestidade como se aceitam. Parabéns pela organização do seu dia-a-dia. Parabéns pelas rotinas que definem. Parabéns pela consistência e competência.

José Marques Mendes

25 de fevereiro de 2014

À deriva

Não é nada bom andarmos à deriva. Não saber o que valemos, para que servimos, o que podemos fazer, quem nos valoriza, que pessoa de sucesso seremos. São dúvidas que podem originar crises existenciais, depressões e maus desempenhos.

Nas empresas é elementar o pensamento estratégico, momento para refletir e conseguir responder às questões:
-Somos bons em quê?
-Somos reconhecidos como?
-Onde queremos estar dentro de 3 a 5anos?
Se estas questões são vitais para a tomada de consciência da empresa, porquê que as pessoas, individualmente, não fazem a mesma reflexão estratégica?

As pessoas tiram cursos superiores mas não estão a conseguir definir caminho. Preparam-se em competências base mas depois acabam a ganhar experiência noutra coisa qualquer. Levam a vida ao sabor das circunstâncias e, apesar das dificuldades de mercado que podem limitar as opções durante uns anos, há que ter muito presente que a vida é mais que "uns anos".
Todos vemos pessoas à deriva, estejam elas nos "quarentas" ou nos "cinquentas".
Estrategicamente, falando de futuro portanto, estão perdidas e já não sabem o que valerão. Operacionalmente, falando de presente portanto, estão sem dinheiro e dispostas a fazer qualquer coisa.

Não esperem que a vida venha ter convosco. Não procurem emprego pelo emprego. Quem tem potencial para definir caminho que não caia na tentação de fazer um caminho qualquer. Sei que Portugal está mal mas a vida é um mundo.
A vida deve ser arquitectada como uma obra pensada pois ninguém se lança a fazer uma casa colocando tijolo após tijolo a ver no que dá. Isso é infantilidade dos tempos do Lego. Constrói-se tijolo a tijolo, dia após dia, é verdade, mas com uma intenção definida e com resposta à pergunta:
- Quero construir o quê com este dia-a-dia?

A vida tem de ser arquitectada e decidida quanto a suportes, valores e objetivos. Só assim se encontra o que se quer porque se sabe para onde ir. Não se deixem perder. Não deixem que a crise nacional global crie crises individuais, existenciais e depressivas.
 
Estas palavras são de apoio a todos aqueles que estão a sentir algum descontrolo e que me têm sensibilizado muito. Porque oiço e vejo, o meu coração sente os efeitos colaterais emocionais da crise.
José Miguel Marques Mendes

8 de fevereiro de 2014

A vida é difícil

A vida é difícil.Confesso que gosto desta expressão e quando pretendo transmitir uma ideia, logo me vem esta frase à cabeça.
Parece que tudo fica mais fácil se considerarmos que a vida é difícil. Sinto que se assumir que a vida é difícil então tudo tende a ser melhor. É uma questão de relativização.
 
É tão verdade que gosto da expressão como é verdade que não a considero assim de difícil.
A expressão é algo que me consola mas, em boa verdade, não a considero a vida tão difícil assim. Creio mesmo que, por vezes, eu é que a torno difícil.
Não a complico mas elimino passos essenciais. Vejo para além do óbvio. Interpreto à minha maneira. Sinto para além sensação. Exijo-me mais. Quero mais. Desejo mais.
Com esta atitude, tudo em meu redor fica mais tenso, ilógico logo, mais difícil.
 
Entendo que a vida que me foi dada é uma oportunidade tremenda. Acima de tudo porque com ela veio a consciência e a mente. Veio a capacidade de decidirmos o que queremos fazer com os anos, com os dias que se sucedem.

Ao longo destes anos tenho investido em mim de uma forma incansável.
Até aos 15 anos, investi na inconsciência. Aprendi sem saber o que estava a suceder.
Até aos 20, investi nas asneiras. Nas parvoíces apesar de não me ter como parvo.
Depois e até hoje, tenho investido nos riscos, consciente que tenho de correr riscos e que me arrisco a ser alguém. Arrisco-me a ser um tipo útil.

Que enorme investimento em mim tenho feito ao longo de 46anos.
É por isso que a oportunidade que me foi dada em ter uma mente sã num corpo são, não é desperdiçada um único dia.
Aproveito cada momento para ser mais forte e fazer mais forte os que me rodeiam.
Momento após momento vou desempenhando a minha missão: fazer algo de jeito na vida para que a minha motivação faça sentido.
 
Se a vida fosse fácil não merecia o nosso respeito.
A vida é difícil? É e por isso tem muito valor.
 
José Marques Mendes

25 de janeiro de 2014

Tristeza e Valentia

...oops, that's life!
A vida não é perfeita e por isso sucedem-se momentos de enorme tristeza.

As pessoas perdem parentes próximos em circunstâncias inesperadas, perdem empregos quando precisam de dinheiro para o equilíbrio familiar, ouvem críticas ao seu comportamento sem que tenham feito nada de errado, são constituídas arguidas de casos que não lhe dizem respeito.

Quando as pessoas cometem erros e são alvo de pressão por esses mesmos feitos, há um incómodo enorme, um desconforto diário, uma tristeza e até uma vergonha mas, em consciência, a pessoa sabe que algo de errado fez. A sua consciência sobre o mal feito ajuda a aceitar o negativismo que a rodeia. Fica-se perturbado consigo mesmo e isso faz sentido e é aceitável. Se erramos, sabemos que erramos e isso vai ajudando a uma mentalização para o sofrimento.

Há portanto, tristeza que se justifica e tristeza que não se aceita porém, a tristeza afeta o comportamento humano. De uma ou de outra maneira, a tristeza marca o dia-a-dia e condiciona a atuação da pessoa.
É por isso que a estas palavras associo valentia. A valentia de quem assume que vai ultrapassar esse “vale de morte emocional”.

Em liderança há que estar preparado para momentos de profunda tristeza, independentemente dos fundamentos, para poder seguir em frente de cabeça levantada. Não se trata de seguir em frente de cabeça levantada só para que os demais vejam a “força” da pessoa mas sim, muito importante, porque a pessoa tem mesmo essa força interna.

A vida de cada um tem de ter em si mesmo um líder que se exceda em valentia para ultrapassar os momentos de tristeza que estão sempre a aparecer. Sempre.

Em liderança, a tristeza tem um espaço reservado ao lado da valentia.

José Marques Mendes

14 de janeiro de 2014

Há 3 anos, neste espaço...

...escrevi sobre o porquê da liderança.
Abro um espaço um espaço novo - repescar algo que foi dito e que continua a ser verdade.

Janeiro.2011


José Marques Mendes

5 de janeiro de 2014

2014 - Seguimos viagem

Pensei em parar de escrever. Depois de 3 anos a motivar-me e a motivar outros, comecei a pensar em "despedir-me" deste espaço de reflexão sobre o que cada um vale na sua própria vida.

Muita coisa me passou pela cabeça. Duvidei da continuidade, pensei em alterar o modelo de comunicação, questionei a pertinência do assunto, interroguei-me sobre se isto interessa a alguém. Pensei, pensei e pensei. Creio que saí de 2013 a pensar e entrei em 2014 a pensar. 

Com tanto pensamento e introspecção, fiquei com uma certeza - continuo a ter coisas para dizer e mesmo que não interessem a ninguém, vou imaginar que sim. 
Vou continuar a escrever as minhas reflexões imaginando que alguém as lê. Preocupar-me-ei com as ideias, com as palavras, com as convicções porque pode haver quem se motive a pensar sobre elas.
Imaginar que alguém lê o que escrevo incute em mim um sentido de responsabilidade que me faz crescer.
Com os anos fico mais velho, com o trabalho fico mais forte, com a família fico mais seguro, com o blogue fico mais arrumado de ideias.
Com o dinheiro vivo, com o carinho de todos sobrevivo.

2014 será mais um ano de ideias sobre liderança para todos. Não de liderança para gestores, para políticos, para empreendedores mas sim, palavras sobre como liderar, liderando-se.
Sobre atitude, sobre comportamento, sobre gestão, sobre o quotidiano, sobre nós, donos da nossa vida.
Liderança sem diploma


P.S. - Um agradecimento muito especial aqueles que seguem o blogue e que, de uma maneira ou de outra, têm a simpatia de me entusiasmar e de me responsabilizar por esta missão. Muito obrigado.

16 de dezembro de 2013

Bom Senso ll

Reflexão: Na vida, tudo é mais fácil do que parece. Tudo é mais simples do que parece. O que é mesmo complicado é a nossa mente e a nossa ambição - grandes inimigas da tranquilidade.
Há uma batalha permanente entre a falta de confiança em nós mesmos e a ambição em sermos alguém.
Queremos mas duvidamos.
Por um lado queremos notoriedade e dinheiro, por outro lado duvidamos de nós e sentimo-nos incapazes.
Somos, por vezes, uma incongruência dos meios (crença) face aos resultados (realização).
Queremos muito mas achamo-nos pouco.
 
Temos que ter bom senso.
Nem podemos desejar muito nem devemos sentirmo-nos incapazes. O bom senso ajuda a que nos afastemos dos extremos.
A ambição é nossa e deve estar à medida do que podemos ser, num realismo que alia capacidades cognitivas a oportunidades exequíveis.
O que pensamos de nós deve ser equilibrado em confiança e humildade. Temos de ter confiança no que somos e podemos evoluir mas ao mesmo tempo reconhecer os percalços do caminho. Os erros e as falhas não são fatalidades mas sim aprendizagens.
 
 
 
Orientação: O segredo para uma vida equilibrada é isso mesmo, equilíbrio. Há que estar atento ao nosso próprio comportamento e não deixar que oscile frequentemente entre o muito e o pouco. Entre o muito alegre que ando e o muito triste que estou.
Há que fugir às euforias e depressões.
Há que fugir ao jogo e às apostas pela riqueza fácil.
Não se pode fazer a cama aos colegas pela ambição da promoção.
Não se pode roubar ideias aos outros.
Há que evitar chorar dois dias seguidos.
Há que evitar festas dois dias seguidos.
 
E, sempre que possível, sorrir para dar aos outros o que gostaríamos de ter – um sorriso.
 
BOAS FESTAS                                                            José Marques Mendes

3 de dezembro de 2013

Bom Senso l

Reflexão: Nascemos, vivemos e morremos. É assim que as coisas acontecem e para lá caminhamos todos os que estão a ler este texto…e todos os outros.
Nascemos sem resistências e proteções, aprendemos a desenvolver forças e habilidades, morremos frouxos e incapacitados.
Há um fim para todo a criação.
 
Para além do referido óbvio, enquanto vivemos somos um inferno para outras pessoas. Uns mais do que outros, é certo, fartamo-nos de pecar, pela maledicência, pela competição implacável, pelo convívio interesseiro, pela disputa da riqueza alheia, pelas buzinadelas, infidelidades, agressões verbais, etc., etc.
Alguns procuram lavar a consciência ou compensar o desequilíbrio, seja aos domingos, nos aniversários ou pelo natal, outros há que pedem perdão e outros simplesmente continuam o caminho do pecado como um desígnio ou alimento de vida.
É a prevaricação relacional pela falta de bom senso.
 
Não há necessidade de sermos tão "estupores". Digo sermos porque também sou. Tenho dias e, apesar de achar que “sou menos” que todos os outros, os meus desvarios inspiraram esta crónica.
Não há necessidade de sermos tão "estupores" porque afinal isto vai acabar. Ninguém vai levar consigo as riquezas e conquistas, nem o poder nem as medalhas.
Precisamos de mais bom senso presente no nosso dia-a-dia para nos ajudar a serenar os ímpetos e a olhar mais para os outros.
Ao fim e ao cabo, vamos acabar todos ou quase todos, com uma homenagem muito singular – Aqui Jaz Fulanito de Tal!
 
 
 
Orientação: Dezembro é o mês para celebrar a criação. É mês de fortes momentos de reflexão. Há quem diga que natal é todos os dias.
Fica bem dizê-lo mas melhor fica se praticá-lo.
Seria muito importante que nos distanciássemos de nós para nos conseguirmos ver de longe e assim podermo-nos travar de alguns comportamentos e decisões.
Precisamos todos de um pouco mais de bom senso, consistentemente.
 
José Marques Mendes

22 de novembro de 2013

Mudança ll

Reflexão: A mudança é imperiosa na vida das pessoas. É usual dizer-se que o ser humano não está predisposto para a mudança porém, há uma verdade incontornável:
- mesmo que não mudássemos nada a natureza encarrega-se de nos mudar.

Basta o tempo passar por nós e logo a mente e o corpo se transformam. Com esta transformação mental e física, nós somos obrigados a adotar comportamentos diferentes. Podemos não querer mas que nos alteramos, alteramos.
Então, sendo a mudança inevitável mas ao mesmo tempo um processo nada fácil, há que refletir sobre o nosso posicionamento, ou seja, como encaramos a mudança.
Podemos escolher entre ser enxurrados por ela ou ir na sua frente.
 
Numa abordagem positiva, há duas possibilidades de lidar com a mudança:
- não promovemos deliberadamente a mudança mas quando tem de ocorrer, aceitamo-la e atuamos construtivamente. Reagimos bem.
- promovemos a mudança de uma forma frequente e proactiva. Lideramos.
 
Há outras abordagens, em contextos mais negativos, como resistir, boicotar, contrariar, maldizer, etc. São abordagens muito mais complexas mas infelizmente mais comuns que o desejável. Não as abordo aqui porque o meu “saber de experiência feito” não acrescentará nada ao vosso “saber de experiência feito” porque, afinal, na vida todos experienciamos estes momentos de pura estupidez.
As resistências estão por todo o lado e eu não vou gastar uma palavra mais com os energúmenos que se motivam a pôr “paus nas rodas”.
 
Adiante!
Mudar é fundamental por uma questão de adaptação aos meios existentes, aos entornos vários e como forma de sobrevivência.
Mudar é fundamental por uma questão de confiança em si mesmo uma vez que dá segurança para encarar o futuro.
Mudar é fundamental porque pensar que se pode ficar sempre na mesma é uma impossibilidade.
Mudar pode ser uma forma de estar na vida.
Why not!

 

Orientação: Olhe à sua volta, olhe para si mesmo e analise a sua adaptabilidade ao meio. Se parecer que está a isolar-se ou a não entender o que se passa, então há pouca mudança no quotidiano.
Ainda usando o olhar, literalmente, repare se as pessoas olham para si. Se não, então é porque tem pouco de interessante. Mude.
Ainda usando o olhar, literalmente, olhe para si e repare se gosta do que vê. Se não, então é porque tem pouco de interessante, até mesmo para si. Mude.

José Marques Mendes

18 de novembro de 2013

Mudança l

Reflexão: Que grande porra! É uma expressão que exprime descontentamento.
Quantas vezes nos sai esta expressão por ouvirmos algo que nos surpreende ou não faz sentido?
A mim acontece-me com a mudança, isto é, com a falta dela.

Sou um defensor da mudança de comportamentos, rotinas, métodos, processos criativos, planos, etc., etc., etc., como forma de evoluirmos pela transformação.
Sou um defensor da mudança porque tudo muda imenso à nossa volta e por isso precisamos de mudar para “encaixar” as alterações sistémicas e culturais daí resultantes.

As pessoas precisam de mudar porque o meio em que se inserem muda. Mudam as pessoas que constituem a família, mudam os amigos e mudam as empresas onde trabalham.
As empresas precisam de mudar porque os clientes mudam as expectativas e exigências, os bancos mudam de pressupostos, os colaboradores querem mudar suas condições, os sistemas de informação não param de evoluir, enfim, uma loucura de mudança a toda a hora.

Que grande porra! Mesmo com esta esta constatação de mudanças frequentes, as pessoas resistem a mudar. Há pessoas e pessoas, claro, e por isso esta expressão de descontentamento aplica-se apenas aos casmurros, teimosos, chico-espertos, sabichões, raposas velhas, autistas, arrogantes, aldrabões, filhos do papá, copinhos de leite e cordeirinhos.

É uma porra sim senhor, constatar que existe muita gente que não só não alinha na mudança como é resistente a ela.
Acha que tudo se vai compor porque vai, simplesmente porque vai.
Não vai, porra!



Orientação: Olhe à sua volta, olhe para si mesmo e analise a sua adaptabilidade ao meio. Se parecer que está a isolar-se ou a não entender o que se passa, então há pouca mudança no quotidiano.
Ainda usando o olhar, literalmente, repare se as pessoas olham para si. Se não, então é porque tem pouco de interessante. Mude.
Ainda usando o olhar, literalmente, olhe para si e repare se gosta do que vê. Se não, então é porque tem pouco de interessante, até mesmo para si. Mude.

José Marques Mendes

27 de outubro de 2013

Criatividade ll

Reflexão: Vivemos numa época muito competitiva e de mudança permanente. Para não se “apodrecer”, as pessoas e empresas devem ser flexíveis. Para se conseguir ser flexível e aberto à mudança é fundamental modificar hábitos enraizados no comportamento humano e organizacional.

Muitos esforços de mudança empresarial não dão resultado. Infelizmente não chega querer e ter muita força de vontade. Apesar de muito empenho na mudança, há organizações onde as coisas não mudam. Tudo parece que vai mas não vai e logo volta tudo ao ponto de partida.

Vive-se uma frustração brutal e um sentimento de impotência.
E porquê?
Porque não se insiste, não se insiste, não se insiste.
Há que tentar uma e outra vez e mais outra vez e por fim, mais uma vez. É preciso uma dose louca de persistência.
É preciso empurrar os empecilhos, tirar do caminho os profetas da desgraça, matar os velhos do restelo e arrumar, literalmente, os que matam a mudança.

Para se chegar a esta determinação há que correr riscos e isso é uma atitude a desenvolver. A começar pelas chefias de topo, todos têm de estar predispostos ao risco. Como se pode pedir às pessoas para serem proactivas e inovadoras se as chefias vão sempre pelo seguro.
É deprimente ver chefias a exigir às equipas para mudarem mas eles próprios não se atrevem ao diferente. Estão confortáveis na cadeira do poder…até ao dia em que caem dela.


Orientação: Entendo que uma forma de incentivar a correr riscos é admitir que o comportamento humano “navega” entre uma área de segurança e uma de risco. A área de risco tende a ser muito pequena e a de segurança muito grande porém, apesar de defender que não deve ser 50-50, devemos criar apetência ao risco.
Isso faz-se desafiando o dia-a-dia. Começar pelas coisas simples como alterar os hábitos diários e, aprofundando, pode chegar a roturas conjugais e laborais.
É ir além do status-quo que atrofia o desenvolvimento e a adaptabilidade.

José Marques Mendes

14 de outubro de 2013

Criatividade l

Reflexão: A criatividade tem tudo a ver com imaginação e novidade e muito pouco ou nada com rotinas e hábitos.
Apesar de precisarmos de rotinas e de alguma consistência na vida, quer na pessoal quer na das organizações, a criatividade acrescenta-lhe entusiasmo, adrenalina e sentido de crescimento.
Os homens são seres de hábitos e rotinas e por isso é muito importante estar atento. É muito importante estar atento à dimensão que esses hábitos e essas rotinas têm sobre as nossas vidas.
Podem dominar-nos e destruir-nos.

Quando vamos de carro de casa para o trabalho, vamos pensando nos nossos afazeres e o “criado mental” leva-nos sem que nos demos conta. Tudo flui sem pensar no trajeto. O “criado mental” é de uma eficiência singular mas o problema é quando ocupa todo o espaço do nosso dia.
Tudo acontece de forma automática e tornamo-nos esquemáticos e previsíveis.
Não há aqui espaço para nenhuma criatividade.
Estamos falidos. Mentalmente falidos de imaginação, iniciativa, ideias e risco.

Não posso deixar de partilhar uma frase de Anais Nin que nos diz muito da forma como encaramos o que nos rodeia - “nós não vemos as coisas como são, vemos as coisas como somos”.


Orientação: Que fazer, então, para romper os esquemas mentais e a previsibilidade comportamental?
Começar por questionar os próprios hábitos como por exemplo, mudar o caminho diário de casa para o trabalho e vice-versa. Mudar o local em que se toma o café pela manhã e experimentar locais novos de almoço. As companhias nestes momentos também devem ser alvo de mudanças.
Ao mesmo tempo que se questionam as rotinas, devemo-nos perguntar sobre o seu valor para a nossa vida. Será que em vez de fazer uma coisa poderia estar fazendo outra mais útil e interessante?
No limite, poder-se-á criar o hábito de mudar os hábitos. Estar permanentemente a quebrar rotinas e a questionar o status quo.

José Marques Mendes

28 de setembro de 2013

Aprendizagem ll

Reflexão: “Burro velho não aprende idiomas”, ouvi eu há dias. Ouvi e discordei. Discordei, duplamente motivado, porque não gosto da classificação de “burro” e também porque não alinho no significado da expressão.

De facto, se prestarmos atenção ao animal, fica-se com a ideia que o burro não reage aos estímulos nem tem uma atitude proactiva. Faz o que lhe pedem e vai vivendo. Carrega e nem tem ideia do que carrega. Segue os demais e por vezes pára, embasbaca-se perante a vida como se bloqueasse.

Será que a expressão “Burro velho não aprende idiomas”, numa analogia entre o burro e o “burro velho”, quer dizer que as pessoas à medida que envelhecem vão ficando mais pobres de conhecimento?
Se assim é, então essas pessoas, efetivamente, ficarão “burras”, ou melhor, ficarão como o burro.

Ainda assim, convém fazer algumas diferenciações nas fases da “burrice”.
Há os que perdem conhecimento, isto é, os que não eram “burros” mas com o tempo ficaram.
Há os que eram “burros” e continuam “burros”. Sempre “burros,” portanto.
Há, ainda, os que eram “burros”, aprenderam, desenvolveram-se e agora não o são.
Há, e com muito mérito, os que nunca foram “burros” e não o são agora. Possivelmente nunca o serão.

Não é relevante se no passado as pessoas eram pobres de conhecimento ou de raciocínio porém, é extremamente relevante o seu nível cultural e mental, hoje.
Se fizeram uma evolução é porque cuidam de si, no tempo. Esse espírito fará com que singrem no futuro.
É sobre isso que faço a reflexão de aprendizagem e até me atrevo a dizer que, expressão com mais significado que “Burro velho não aprende idiomas”, é a expressão “Aprender até morrer”.



Orientação: Procuremos responder a uma destas questões: Sinto-me limitado? Sinto-me burro? Será que me julgam ignorante, torpe ou algo semelhante?
Se formos conscientes, com bom senso e conhecedores de nós mesmos, conseguiremos responder. É como falar em frente ao espelho com a pessoa que vemos.
A resposta dará a força necessária para nos incutirmos aprendizagem.

Motivemo-nos a aprender algo, permanentemente.
Aprender mais depressa que a própria experiência porque não é suficiente aprender apenas com o que se vive.

José Marques Mendes

14 de setembro de 2013

Aprendizagem l

Reflexão: Da mesma forma que existem cursos para ensinar a gerir também deveriam existir cursos para ajudar quem tem de deixar de gerir. Existem MBAs para executivos e deveriam existir MBAs para não executivos.

Explico-me de seguida.
Os profissionais das empresas que se dedicam à gestão, ao longo do tempo formam-se com o objetivo de se aperfeiçoarem e de se tornarem melhores gestores. Investem, inclusive, nos Master in Business Administration.
Lá mais na frente da vida, para alguns na casa dos 65 anos e para outros na casa dos 75anos, os empresários e gestores têm de deixar a vida ativa da gestão.

Não podem esperar pela morte ou pela invalidez. Não há outra possibilidade. Têm de tomar essa decisão de afastamento.
Por um lado porque não têm a mesma dinâmica física e por outro porque não têm a suficiente motivação para a mudança de métodos.
Tudo está a mudar muito e rápido nos conceitos de gestão de empresas, na gestão de risco, na gestão de pessoas, na gestão de marketing e na gestão financeira.
Tudo muda imenso e, apesar destas pessoas não serem inválidas, a verdade é que já não são válidas para a gestão ativa.

Ainda têm muito valor mas não sabem como aplicá-lo, mantendo-se na mesma forma e na mesma “cadeira”.
Quanto mais insistem em manter um papel ativo e executivo na empresa, mais expõem a sua inabilidade.
Mas estas pessoas são muito úteis à organização, pela experiência, pelo conhecimento, pelo que já viram e viveram. Têm significado para a organização e sua história.

De facto não são inválidos.
É por isso que defendo que deveria haver uma aprendizagem para quem tem de passar ao papel de não executivo.
Um curso que ensine um presidente não executivo a lidar com o conselho de administração e acionistas. Um curso que ensine o não executivo a participar em iniciativas de estímulo à inovação. Um curso que ensine o não executivo a conhecer novos mercados. Um curso que ensine o não executivo a relacionar-se com novos clientes e clientes de sempre. Um curso que ensine o não executivo a lidar com decisões que não são as suas. Um curso que ensine o não executivo a colaborar com a estratégia da empresa, que não será a “sua” estratégia.

É que, se os empresários, gestores de sempre, não conseguirem passar de executivos a não executivos, as empresas correm o risco de afundar porque eles passam a ser um lastro, um peso que as puxa para baixo.
Eles não sabem nem têm consciência disso e é por isso que precisam de aprendizagem.
Aprender num Master. Se não há um Master pode haver um Coaching, e se não há um Coaching pode haver um Mentoring, e se não há um Mentoring pode haver alguém que lhe abra os olhos.


Orientação: A minha orientação neste tema centra-se na motivação de todos. De todos os que estamos nas empresas e que quando vemos estes cenários arrepiamo-nos de medo.
Ui…!!! Que faço, que digo para que ele tome consciência que está a perturbar em vez de ajudar? Que faço, que digo para que ele tome consciência que tem de dar espaço a outros?

A orientação é uma palavra de motivação para que deixem escapar essas palavras. Que se unam e mostrem que algo tem de mudar no topo da empresa.
Força e muita coragem para abrir os olhos a estes líderes executivos de outros tempos.
Não se trata de ir contra eles mas sim em prol da sustentabilidade geracional da empresa. É a vida da empresa que está em causa e isso vale muita determinação.
José Marques Mendes

17 de agosto de 2013

Equilíbrio ll

Reflexão: O mundo deveria estar mais em equilíbrio do que está. Quer na riqueza quer nas relações.
Há países, povos, do primeiro mundo e do terceiro mundo e porquê?
Há países, povos, sistematicamente em revoltas, lutas e guerras e porquê?
Se estamos na era da globalização porque não fluem os capitais, as culturas e os meios de forma a equilibrar os povos?
Não sei responder mas adorava.

Sei apenas dizer que se o “mundo global” não pode estar em maior equilíbrio, pelo menos o “nosso mundo” pode estar. O mundo que nos rodeia e que está sob a nossa interferência.
Podemos ter mais em conta o que pode ser influenciado por nós, quer na vida pessoal quer na profissional. E podemos ter isso em conta, quer nos dinheiros quer nas relações.
Podemos ajudar mais, em dinheiro e não sendo tão agarrados, nas relações e não sendo tão distantes.

É verdade que para ajudar em dinheiro temos que ter algum desafogo mas, “quem dá o que pode a mais não é obrigado”.
Nas relações não o é menos.
Para darmos mais de nós aos outros, temos de ter.

Podemos proporcionar mais satisfação aos outros se nos sentirmos satisfeitos com a vida. Podemos dar mais atenção aos outros se nos sentirmos atendidos e escutados. Podemos dar alegria aos outros se nos sentirmos alegres connosco.
Enfim, daremos emoções se sentirmos esse capital emocional em nós.
No dinheiro, daremos um pouco do que tivermos, nas relações daremos se estivermos em equilíbrio.
Será que estamos?
 
 
Orientação: Os nossos estados de humor são um excelente sinal para cativar a nossa atenção...sobre nós mesmos. Prestemos mais atenção às mudanças de humor, essencialmente se forem repentinas ou dia-sim, dia-não.
Procuremos entender porquê que ocorrem essas mudanças?
Percebendo porquê, questionemos se essas razões fazem sentido. Talvez consigamos relativizar de tal ordem o que nos afeta que minimizamos esses factos e podemos dizer:
- estou bem ou simplesmente, estou melhor.
 
É que a vida não é perfeita. Nem nunca estaremos totalmente bem nem devemos ficar preocupados com tudo.
Aí estaremos à procura de equilíbrio emocional e passaremos a estar mais disponíveis para os outros.
 
José Marques Mendes

11 de agosto de 2013

Equilíbrio l


Reflexão: Equilíbrio físico e mental é o tema para o mês de agosto.
Equilíbrio físico não é propriamente equilibrismo mas sim corpo equilibrado.
A reflexão mais comum é sobre o equilíbrio mental porém, não há um bom equilíbrio mental sem uma satisfação com o corpo. O corpo é uma grande parte de nós que precisa de nos satisfazer.
 
Um e o outro, não só se complementam como se estimulam.
Uma mente boa tem motivação para desenvolver o corpo. Um corpo interessante enche a mente de satisfação.
As pessoas podem ter conhecimento, ter formação, um bom emprego e até uma boa família. Podem ter um carro bom, dinheiro e até vida social. Tudo isto contribui para uma mente confiante mas, se o corpo não estiver ao nível das expectativas da mente, esta frustra-se.
 
Não se atinge o equilíbrio entre o corpo e a mente se houver muito de uma coisa em detrimento da outra.
Um excelente corpo em relação permanente com uma fraca mente, é óbvio que não resulta em nada valioso.
Uma mente boa deve criar força para desenvolver o corpo e construir o equilíbrio.
Este equilíbrio é fundamental à vida.
 
 
Orientação: Há alguns momentos em que nos apercebemos se estamos perante um desequilíbrio entre a mente e o corpo.
De manhã, quando nos aperaltamos para sair, olhamo-nos e gostamos do corpo. Aí, a mente enche e prepara-se para o dia. Ou não!
Por outro lado e a título de exemplo, também sentimos a falha no pilar mental quando ouvimos as notícias e não percebemos o que é o PIB, Euribor ou algo similar.
De que vale ter o corpo se a mente não emparelha?
José Marques Mendes