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blogue editado por José Marques Mendes e Luís Luz

28 de setembro de 2013

Aprendizagem ll

Reflexão: “Burro velho não aprende idiomas”, ouvi eu há dias. Ouvi e discordei. Discordei, duplamente motivado, porque não gosto da classificação de “burro” e também porque não alinho no significado da expressão.

De facto, se prestarmos atenção ao animal, fica-se com a ideia que o burro não reage aos estímulos nem tem uma atitude proactiva. Faz o que lhe pedem e vai vivendo. Carrega e nem tem ideia do que carrega. Segue os demais e por vezes pára, embasbaca-se perante a vida como se bloqueasse.

Será que a expressão “Burro velho não aprende idiomas”, numa analogia entre o burro e o “burro velho”, quer dizer que as pessoas à medida que envelhecem vão ficando mais pobres de conhecimento?
Se assim é, então essas pessoas, efetivamente, ficarão “burras”, ou melhor, ficarão como o burro.

Ainda assim, convém fazer algumas diferenciações nas fases da “burrice”.
Há os que perdem conhecimento, isto é, os que não eram “burros” mas com o tempo ficaram.
Há os que eram “burros” e continuam “burros”. Sempre “burros,” portanto.
Há, ainda, os que eram “burros”, aprenderam, desenvolveram-se e agora não o são.
Há, e com muito mérito, os que nunca foram “burros” e não o são agora. Possivelmente nunca o serão.

Não é relevante se no passado as pessoas eram pobres de conhecimento ou de raciocínio porém, é extremamente relevante o seu nível cultural e mental, hoje.
Se fizeram uma evolução é porque cuidam de si, no tempo. Esse espírito fará com que singrem no futuro.
É sobre isso que faço a reflexão de aprendizagem e até me atrevo a dizer que, expressão com mais significado que “Burro velho não aprende idiomas”, é a expressão “Aprender até morrer”.



Orientação: Procuremos responder a uma destas questões: Sinto-me limitado? Sinto-me burro? Será que me julgam ignorante, torpe ou algo semelhante?
Se formos conscientes, com bom senso e conhecedores de nós mesmos, conseguiremos responder. É como falar em frente ao espelho com a pessoa que vemos.
A resposta dará a força necessária para nos incutirmos aprendizagem.

Motivemo-nos a aprender algo, permanentemente.
Aprender mais depressa que a própria experiência porque não é suficiente aprender apenas com o que se vive.

José Marques Mendes

14 de setembro de 2013

Aprendizagem l

Reflexão: Da mesma forma que existem cursos para ensinar a gerir também deveriam existir cursos para ajudar quem tem de deixar de gerir. Existem MBAs para executivos e deveriam existir MBAs para não executivos.

Explico-me de seguida.
Os profissionais das empresas que se dedicam à gestão, ao longo do tempo formam-se com o objetivo de se aperfeiçoarem e de se tornarem melhores gestores. Investem, inclusive, nos Master in Business Administration.
Lá mais na frente da vida, para alguns na casa dos 65 anos e para outros na casa dos 75anos, os empresários e gestores têm de deixar a vida ativa da gestão.

Não podem esperar pela morte ou pela invalidez. Não há outra possibilidade. Têm de tomar essa decisão de afastamento.
Por um lado porque não têm a mesma dinâmica física e por outro porque não têm a suficiente motivação para a mudança de métodos.
Tudo está a mudar muito e rápido nos conceitos de gestão de empresas, na gestão de risco, na gestão de pessoas, na gestão de marketing e na gestão financeira.
Tudo muda imenso e, apesar destas pessoas não serem inválidas, a verdade é que já não são válidas para a gestão ativa.

Ainda têm muito valor mas não sabem como aplicá-lo, mantendo-se na mesma forma e na mesma “cadeira”.
Quanto mais insistem em manter um papel ativo e executivo na empresa, mais expõem a sua inabilidade.
Mas estas pessoas são muito úteis à organização, pela experiência, pelo conhecimento, pelo que já viram e viveram. Têm significado para a organização e sua história.

De facto não são inválidos.
É por isso que defendo que deveria haver uma aprendizagem para quem tem de passar ao papel de não executivo.
Um curso que ensine um presidente não executivo a lidar com o conselho de administração e acionistas. Um curso que ensine o não executivo a participar em iniciativas de estímulo à inovação. Um curso que ensine o não executivo a conhecer novos mercados. Um curso que ensine o não executivo a relacionar-se com novos clientes e clientes de sempre. Um curso que ensine o não executivo a lidar com decisões que não são as suas. Um curso que ensine o não executivo a colaborar com a estratégia da empresa, que não será a “sua” estratégia.

É que, se os empresários, gestores de sempre, não conseguirem passar de executivos a não executivos, as empresas correm o risco de afundar porque eles passam a ser um lastro, um peso que as puxa para baixo.
Eles não sabem nem têm consciência disso e é por isso que precisam de aprendizagem.
Aprender num Master. Se não há um Master pode haver um Coaching, e se não há um Coaching pode haver um Mentoring, e se não há um Mentoring pode haver alguém que lhe abra os olhos.


Orientação: A minha orientação neste tema centra-se na motivação de todos. De todos os que estamos nas empresas e que quando vemos estes cenários arrepiamo-nos de medo.
Ui…!!! Que faço, que digo para que ele tome consciência que está a perturbar em vez de ajudar? Que faço, que digo para que ele tome consciência que tem de dar espaço a outros?

A orientação é uma palavra de motivação para que deixem escapar essas palavras. Que se unam e mostrem que algo tem de mudar no topo da empresa.
Força e muita coragem para abrir os olhos a estes líderes executivos de outros tempos.
Não se trata de ir contra eles mas sim em prol da sustentabilidade geracional da empresa. É a vida da empresa que está em causa e isso vale muita determinação.
José Marques Mendes