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blogue editado por José Marques Mendes e Luís Luz

23 de fevereiro de 2013

Paixão ll

Reflexão: Corremos que nem loucos. Para muitos é o desemprego para outros, uma correria. Há pessoas com mais que um emprego. Mulheres com filhos, empregos, maridos ausentes e ainda uma carga de trabalhos domésticos. Homens que vivem para trabalhar e quando se apercebem, doenças, rugas, brancas, divórcios, filhos agressivos, chefes arrogantes e pouco dinheiro na conta.
Ou nada ou tudo, muito intenso, desinteressante ou desapaixonante.

Tudo está a suceder muito rápido e à distância de um click. Se não queremos um canal, mudamos. Se queremos ver algo que já deu na tv podemos andar 7 dias para trás. Se nos falta algo em casa, logo se pede por internet ou num telefonema. Se temos dúvidas num tema, palavra ou facto, googlamos. Se nos sentimos mal, não faltam clínicas ou hospitais 24horas para recorrer. Se temos dúvidas em questões jurídicas, em qualquer esquina há um advogado acessível.
E mais!
Automóveis baratos? Muitos. Casas com rendas baixas? Muitas. Roupa e comida barata? Muita.  Redes de relacionamentos? Muitas.

Há muita coisa ao nosso alcance e o prazer está a ser extraído das ações imediatas e de curto prazo. Já não há paciência e perseverança e isso origina uma tensão miudinha que vai minando o entusiasmo.

O sofrimento existe na vida das pessoas mas não se aceita. O sofrimento é algo que não se aceita como parte normal da vida. Sente-se o sofrimento e aceita-se com resignação mas, é meu entendimento que o sofrimento é uma alavanca para vida. É um impulsionador de iniciativa e de criatividade. O sofrimento gera emoções que tornam a vida dura mas apaixonante.
Quem não sofre por conseguir as coisas habitua-se a facilitismos e um dia frustra-se e nem sabe porquê. Deprime-se e julga-se doente.

A vida não são dois dias. Não passa assim tão depressa que o gozo tenha de ser extraído a cada hora, a cada momento.
Paciência e perseverança é o que deve existir ao longo do caminho traçado para nós. O caminho é o que ambicionamos para a vida e para o trabalho.
Uma vez com essa visão (o que queremos do futuro e do trabalho) os dias são pequenos obstáculos de um jogo e dele extraímos a paixão e o entusiasmo.
Só depois de definir a visão é que podemos destrinçar o que é obstáculo do que é falhanço.
A paixão, nos obstáculos endurece-se, no falhanço perde-se.


Orientação: Não correr demasiado no dia sem o observar de longe e perceber os obstáculos. Sintamos a manhã, a tarde, os relacionamentos, as tarefas e decidamos o que é para ser levado com energia e o que é simplesmente para fazer ou deixar correr.
Nem tudo contribui com o mesmo peso para o caminho que traçamos e decidimos fazer.
Enfim...é o que eu acho.
 
José Marques Mendes

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