blogue editado

blogue editado por José Marques Mendes e Luís Luz

16 de dezembro de 2013

Bom Senso ll

Reflexão: Na vida, tudo é mais fácil do que parece. Tudo é mais simples do que parece. O que é mesmo complicado é a nossa mente e a nossa ambição - grandes inimigas da tranquilidade.
Há uma batalha permanente entre a falta de confiança em nós mesmos e a ambição em sermos alguém.
Queremos mas duvidamos.
Por um lado queremos notoriedade e dinheiro, por outro lado duvidamos de nós e sentimo-nos incapazes.
Somos, por vezes, uma incongruência dos meios (crença) face aos resultados (realização).
Queremos muito mas achamo-nos pouco.
 
Temos que ter bom senso.
Nem podemos desejar muito nem devemos sentirmo-nos incapazes. O bom senso ajuda a que nos afastemos dos extremos.
A ambição é nossa e deve estar à medida do que podemos ser, num realismo que alia capacidades cognitivas a oportunidades exequíveis.
O que pensamos de nós deve ser equilibrado em confiança e humildade. Temos de ter confiança no que somos e podemos evoluir mas ao mesmo tempo reconhecer os percalços do caminho. Os erros e as falhas não são fatalidades mas sim aprendizagens.
 
 
 
Orientação: O segredo para uma vida equilibrada é isso mesmo, equilíbrio. Há que estar atento ao nosso próprio comportamento e não deixar que oscile frequentemente entre o muito e o pouco. Entre o muito alegre que ando e o muito triste que estou.
Há que fugir às euforias e depressões.
Há que fugir ao jogo e às apostas pela riqueza fácil.
Não se pode fazer a cama aos colegas pela ambição da promoção.
Não se pode roubar ideias aos outros.
Há que evitar chorar dois dias seguidos.
Há que evitar festas dois dias seguidos.
 
E, sempre que possível, sorrir para dar aos outros o que gostaríamos de ter – um sorriso.
 
BOAS FESTAS                                                            José Marques Mendes

3 de dezembro de 2013

Bom Senso l

Reflexão: Nascemos, vivemos e morremos. É assim que as coisas acontecem e para lá caminhamos todos os que estão a ler este texto…e todos os outros.
Nascemos sem resistências e proteções, aprendemos a desenvolver forças e habilidades, morremos frouxos e incapacitados.
Há um fim para todo a criação.
 
Para além do referido óbvio, enquanto vivemos somos um inferno para outras pessoas. Uns mais do que outros, é certo, fartamo-nos de pecar, pela maledicência, pela competição implacável, pelo convívio interesseiro, pela disputa da riqueza alheia, pelas buzinadelas, infidelidades, agressões verbais, etc., etc.
Alguns procuram lavar a consciência ou compensar o desequilíbrio, seja aos domingos, nos aniversários ou pelo natal, outros há que pedem perdão e outros simplesmente continuam o caminho do pecado como um desígnio ou alimento de vida.
É a prevaricação relacional pela falta de bom senso.
 
Não há necessidade de sermos tão "estupores". Digo sermos porque também sou. Tenho dias e, apesar de achar que “sou menos” que todos os outros, os meus desvarios inspiraram esta crónica.
Não há necessidade de sermos tão "estupores" porque afinal isto vai acabar. Ninguém vai levar consigo as riquezas e conquistas, nem o poder nem as medalhas.
Precisamos de mais bom senso presente no nosso dia-a-dia para nos ajudar a serenar os ímpetos e a olhar mais para os outros.
Ao fim e ao cabo, vamos acabar todos ou quase todos, com uma homenagem muito singular – Aqui Jaz Fulanito de Tal!
 
 
 
Orientação: Dezembro é o mês para celebrar a criação. É mês de fortes momentos de reflexão. Há quem diga que natal é todos os dias.
Fica bem dizê-lo mas melhor fica se praticá-lo.
Seria muito importante que nos distanciássemos de nós para nos conseguirmos ver de longe e assim podermo-nos travar de alguns comportamentos e decisões.
Precisamos todos de um pouco mais de bom senso, consistentemente.
 
José Marques Mendes

22 de novembro de 2013

Mudança ll

Reflexão: A mudança é imperiosa na vida das pessoas. É usual dizer-se que o ser humano não está predisposto para a mudança porém, há uma verdade incontornável:
- mesmo que não mudássemos nada a natureza encarrega-se de nos mudar.

Basta o tempo passar por nós e logo a mente e o corpo se transformam. Com esta transformação mental e física, nós somos obrigados a adotar comportamentos diferentes. Podemos não querer mas que nos alteramos, alteramos.
Então, sendo a mudança inevitável mas ao mesmo tempo um processo nada fácil, há que refletir sobre o nosso posicionamento, ou seja, como encaramos a mudança.
Podemos escolher entre ser enxurrados por ela ou ir na sua frente.
 
Numa abordagem positiva, há duas possibilidades de lidar com a mudança:
- não promovemos deliberadamente a mudança mas quando tem de ocorrer, aceitamo-la e atuamos construtivamente. Reagimos bem.
- promovemos a mudança de uma forma frequente e proactiva. Lideramos.
 
Há outras abordagens, em contextos mais negativos, como resistir, boicotar, contrariar, maldizer, etc. São abordagens muito mais complexas mas infelizmente mais comuns que o desejável. Não as abordo aqui porque o meu “saber de experiência feito” não acrescentará nada ao vosso “saber de experiência feito” porque, afinal, na vida todos experienciamos estes momentos de pura estupidez.
As resistências estão por todo o lado e eu não vou gastar uma palavra mais com os energúmenos que se motivam a pôr “paus nas rodas”.
 
Adiante!
Mudar é fundamental por uma questão de adaptação aos meios existentes, aos entornos vários e como forma de sobrevivência.
Mudar é fundamental por uma questão de confiança em si mesmo uma vez que dá segurança para encarar o futuro.
Mudar é fundamental porque pensar que se pode ficar sempre na mesma é uma impossibilidade.
Mudar pode ser uma forma de estar na vida.
Why not!

 

Orientação: Olhe à sua volta, olhe para si mesmo e analise a sua adaptabilidade ao meio. Se parecer que está a isolar-se ou a não entender o que se passa, então há pouca mudança no quotidiano.
Ainda usando o olhar, literalmente, repare se as pessoas olham para si. Se não, então é porque tem pouco de interessante. Mude.
Ainda usando o olhar, literalmente, olhe para si e repare se gosta do que vê. Se não, então é porque tem pouco de interessante, até mesmo para si. Mude.

José Marques Mendes

18 de novembro de 2013

Mudança l

Reflexão: Que grande porra! É uma expressão que exprime descontentamento.
Quantas vezes nos sai esta expressão por ouvirmos algo que nos surpreende ou não faz sentido?
A mim acontece-me com a mudança, isto é, com a falta dela.

Sou um defensor da mudança de comportamentos, rotinas, métodos, processos criativos, planos, etc., etc., etc., como forma de evoluirmos pela transformação.
Sou um defensor da mudança porque tudo muda imenso à nossa volta e por isso precisamos de mudar para “encaixar” as alterações sistémicas e culturais daí resultantes.

As pessoas precisam de mudar porque o meio em que se inserem muda. Mudam as pessoas que constituem a família, mudam os amigos e mudam as empresas onde trabalham.
As empresas precisam de mudar porque os clientes mudam as expectativas e exigências, os bancos mudam de pressupostos, os colaboradores querem mudar suas condições, os sistemas de informação não param de evoluir, enfim, uma loucura de mudança a toda a hora.

Que grande porra! Mesmo com esta esta constatação de mudanças frequentes, as pessoas resistem a mudar. Há pessoas e pessoas, claro, e por isso esta expressão de descontentamento aplica-se apenas aos casmurros, teimosos, chico-espertos, sabichões, raposas velhas, autistas, arrogantes, aldrabões, filhos do papá, copinhos de leite e cordeirinhos.

É uma porra sim senhor, constatar que existe muita gente que não só não alinha na mudança como é resistente a ela.
Acha que tudo se vai compor porque vai, simplesmente porque vai.
Não vai, porra!



Orientação: Olhe à sua volta, olhe para si mesmo e analise a sua adaptabilidade ao meio. Se parecer que está a isolar-se ou a não entender o que se passa, então há pouca mudança no quotidiano.
Ainda usando o olhar, literalmente, repare se as pessoas olham para si. Se não, então é porque tem pouco de interessante. Mude.
Ainda usando o olhar, literalmente, olhe para si e repare se gosta do que vê. Se não, então é porque tem pouco de interessante, até mesmo para si. Mude.

José Marques Mendes

27 de outubro de 2013

Criatividade ll

Reflexão: Vivemos numa época muito competitiva e de mudança permanente. Para não se “apodrecer”, as pessoas e empresas devem ser flexíveis. Para se conseguir ser flexível e aberto à mudança é fundamental modificar hábitos enraizados no comportamento humano e organizacional.

Muitos esforços de mudança empresarial não dão resultado. Infelizmente não chega querer e ter muita força de vontade. Apesar de muito empenho na mudança, há organizações onde as coisas não mudam. Tudo parece que vai mas não vai e logo volta tudo ao ponto de partida.

Vive-se uma frustração brutal e um sentimento de impotência.
E porquê?
Porque não se insiste, não se insiste, não se insiste.
Há que tentar uma e outra vez e mais outra vez e por fim, mais uma vez. É preciso uma dose louca de persistência.
É preciso empurrar os empecilhos, tirar do caminho os profetas da desgraça, matar os velhos do restelo e arrumar, literalmente, os que matam a mudança.

Para se chegar a esta determinação há que correr riscos e isso é uma atitude a desenvolver. A começar pelas chefias de topo, todos têm de estar predispostos ao risco. Como se pode pedir às pessoas para serem proactivas e inovadoras se as chefias vão sempre pelo seguro.
É deprimente ver chefias a exigir às equipas para mudarem mas eles próprios não se atrevem ao diferente. Estão confortáveis na cadeira do poder…até ao dia em que caem dela.


Orientação: Entendo que uma forma de incentivar a correr riscos é admitir que o comportamento humano “navega” entre uma área de segurança e uma de risco. A área de risco tende a ser muito pequena e a de segurança muito grande porém, apesar de defender que não deve ser 50-50, devemos criar apetência ao risco.
Isso faz-se desafiando o dia-a-dia. Começar pelas coisas simples como alterar os hábitos diários e, aprofundando, pode chegar a roturas conjugais e laborais.
É ir além do status-quo que atrofia o desenvolvimento e a adaptabilidade.

José Marques Mendes

14 de outubro de 2013

Criatividade l

Reflexão: A criatividade tem tudo a ver com imaginação e novidade e muito pouco ou nada com rotinas e hábitos.
Apesar de precisarmos de rotinas e de alguma consistência na vida, quer na pessoal quer na das organizações, a criatividade acrescenta-lhe entusiasmo, adrenalina e sentido de crescimento.
Os homens são seres de hábitos e rotinas e por isso é muito importante estar atento. É muito importante estar atento à dimensão que esses hábitos e essas rotinas têm sobre as nossas vidas.
Podem dominar-nos e destruir-nos.

Quando vamos de carro de casa para o trabalho, vamos pensando nos nossos afazeres e o “criado mental” leva-nos sem que nos demos conta. Tudo flui sem pensar no trajeto. O “criado mental” é de uma eficiência singular mas o problema é quando ocupa todo o espaço do nosso dia.
Tudo acontece de forma automática e tornamo-nos esquemáticos e previsíveis.
Não há aqui espaço para nenhuma criatividade.
Estamos falidos. Mentalmente falidos de imaginação, iniciativa, ideias e risco.

Não posso deixar de partilhar uma frase de Anais Nin que nos diz muito da forma como encaramos o que nos rodeia - “nós não vemos as coisas como são, vemos as coisas como somos”.


Orientação: Que fazer, então, para romper os esquemas mentais e a previsibilidade comportamental?
Começar por questionar os próprios hábitos como por exemplo, mudar o caminho diário de casa para o trabalho e vice-versa. Mudar o local em que se toma o café pela manhã e experimentar locais novos de almoço. As companhias nestes momentos também devem ser alvo de mudanças.
Ao mesmo tempo que se questionam as rotinas, devemo-nos perguntar sobre o seu valor para a nossa vida. Será que em vez de fazer uma coisa poderia estar fazendo outra mais útil e interessante?
No limite, poder-se-á criar o hábito de mudar os hábitos. Estar permanentemente a quebrar rotinas e a questionar o status quo.

José Marques Mendes

28 de setembro de 2013

Aprendizagem ll

Reflexão: “Burro velho não aprende idiomas”, ouvi eu há dias. Ouvi e discordei. Discordei, duplamente motivado, porque não gosto da classificação de “burro” e também porque não alinho no significado da expressão.

De facto, se prestarmos atenção ao animal, fica-se com a ideia que o burro não reage aos estímulos nem tem uma atitude proactiva. Faz o que lhe pedem e vai vivendo. Carrega e nem tem ideia do que carrega. Segue os demais e por vezes pára, embasbaca-se perante a vida como se bloqueasse.

Será que a expressão “Burro velho não aprende idiomas”, numa analogia entre o burro e o “burro velho”, quer dizer que as pessoas à medida que envelhecem vão ficando mais pobres de conhecimento?
Se assim é, então essas pessoas, efetivamente, ficarão “burras”, ou melhor, ficarão como o burro.

Ainda assim, convém fazer algumas diferenciações nas fases da “burrice”.
Há os que perdem conhecimento, isto é, os que não eram “burros” mas com o tempo ficaram.
Há os que eram “burros” e continuam “burros”. Sempre “burros,” portanto.
Há, ainda, os que eram “burros”, aprenderam, desenvolveram-se e agora não o são.
Há, e com muito mérito, os que nunca foram “burros” e não o são agora. Possivelmente nunca o serão.

Não é relevante se no passado as pessoas eram pobres de conhecimento ou de raciocínio porém, é extremamente relevante o seu nível cultural e mental, hoje.
Se fizeram uma evolução é porque cuidam de si, no tempo. Esse espírito fará com que singrem no futuro.
É sobre isso que faço a reflexão de aprendizagem e até me atrevo a dizer que, expressão com mais significado que “Burro velho não aprende idiomas”, é a expressão “Aprender até morrer”.



Orientação: Procuremos responder a uma destas questões: Sinto-me limitado? Sinto-me burro? Será que me julgam ignorante, torpe ou algo semelhante?
Se formos conscientes, com bom senso e conhecedores de nós mesmos, conseguiremos responder. É como falar em frente ao espelho com a pessoa que vemos.
A resposta dará a força necessária para nos incutirmos aprendizagem.

Motivemo-nos a aprender algo, permanentemente.
Aprender mais depressa que a própria experiência porque não é suficiente aprender apenas com o que se vive.

José Marques Mendes

14 de setembro de 2013

Aprendizagem l

Reflexão: Da mesma forma que existem cursos para ensinar a gerir também deveriam existir cursos para ajudar quem tem de deixar de gerir. Existem MBAs para executivos e deveriam existir MBAs para não executivos.

Explico-me de seguida.
Os profissionais das empresas que se dedicam à gestão, ao longo do tempo formam-se com o objetivo de se aperfeiçoarem e de se tornarem melhores gestores. Investem, inclusive, nos Master in Business Administration.
Lá mais na frente da vida, para alguns na casa dos 65 anos e para outros na casa dos 75anos, os empresários e gestores têm de deixar a vida ativa da gestão.

Não podem esperar pela morte ou pela invalidez. Não há outra possibilidade. Têm de tomar essa decisão de afastamento.
Por um lado porque não têm a mesma dinâmica física e por outro porque não têm a suficiente motivação para a mudança de métodos.
Tudo está a mudar muito e rápido nos conceitos de gestão de empresas, na gestão de risco, na gestão de pessoas, na gestão de marketing e na gestão financeira.
Tudo muda imenso e, apesar destas pessoas não serem inválidas, a verdade é que já não são válidas para a gestão ativa.

Ainda têm muito valor mas não sabem como aplicá-lo, mantendo-se na mesma forma e na mesma “cadeira”.
Quanto mais insistem em manter um papel ativo e executivo na empresa, mais expõem a sua inabilidade.
Mas estas pessoas são muito úteis à organização, pela experiência, pelo conhecimento, pelo que já viram e viveram. Têm significado para a organização e sua história.

De facto não são inválidos.
É por isso que defendo que deveria haver uma aprendizagem para quem tem de passar ao papel de não executivo.
Um curso que ensine um presidente não executivo a lidar com o conselho de administração e acionistas. Um curso que ensine o não executivo a participar em iniciativas de estímulo à inovação. Um curso que ensine o não executivo a conhecer novos mercados. Um curso que ensine o não executivo a relacionar-se com novos clientes e clientes de sempre. Um curso que ensine o não executivo a lidar com decisões que não são as suas. Um curso que ensine o não executivo a colaborar com a estratégia da empresa, que não será a “sua” estratégia.

É que, se os empresários, gestores de sempre, não conseguirem passar de executivos a não executivos, as empresas correm o risco de afundar porque eles passam a ser um lastro, um peso que as puxa para baixo.
Eles não sabem nem têm consciência disso e é por isso que precisam de aprendizagem.
Aprender num Master. Se não há um Master pode haver um Coaching, e se não há um Coaching pode haver um Mentoring, e se não há um Mentoring pode haver alguém que lhe abra os olhos.


Orientação: A minha orientação neste tema centra-se na motivação de todos. De todos os que estamos nas empresas e que quando vemos estes cenários arrepiamo-nos de medo.
Ui…!!! Que faço, que digo para que ele tome consciência que está a perturbar em vez de ajudar? Que faço, que digo para que ele tome consciência que tem de dar espaço a outros?

A orientação é uma palavra de motivação para que deixem escapar essas palavras. Que se unam e mostrem que algo tem de mudar no topo da empresa.
Força e muita coragem para abrir os olhos a estes líderes executivos de outros tempos.
Não se trata de ir contra eles mas sim em prol da sustentabilidade geracional da empresa. É a vida da empresa que está em causa e isso vale muita determinação.
José Marques Mendes

17 de agosto de 2013

Equilíbrio ll

Reflexão: O mundo deveria estar mais em equilíbrio do que está. Quer na riqueza quer nas relações.
Há países, povos, do primeiro mundo e do terceiro mundo e porquê?
Há países, povos, sistematicamente em revoltas, lutas e guerras e porquê?
Se estamos na era da globalização porque não fluem os capitais, as culturas e os meios de forma a equilibrar os povos?
Não sei responder mas adorava.

Sei apenas dizer que se o “mundo global” não pode estar em maior equilíbrio, pelo menos o “nosso mundo” pode estar. O mundo que nos rodeia e que está sob a nossa interferência.
Podemos ter mais em conta o que pode ser influenciado por nós, quer na vida pessoal quer na profissional. E podemos ter isso em conta, quer nos dinheiros quer nas relações.
Podemos ajudar mais, em dinheiro e não sendo tão agarrados, nas relações e não sendo tão distantes.

É verdade que para ajudar em dinheiro temos que ter algum desafogo mas, “quem dá o que pode a mais não é obrigado”.
Nas relações não o é menos.
Para darmos mais de nós aos outros, temos de ter.

Podemos proporcionar mais satisfação aos outros se nos sentirmos satisfeitos com a vida. Podemos dar mais atenção aos outros se nos sentirmos atendidos e escutados. Podemos dar alegria aos outros se nos sentirmos alegres connosco.
Enfim, daremos emoções se sentirmos esse capital emocional em nós.
No dinheiro, daremos um pouco do que tivermos, nas relações daremos se estivermos em equilíbrio.
Será que estamos?
 
 
Orientação: Os nossos estados de humor são um excelente sinal para cativar a nossa atenção...sobre nós mesmos. Prestemos mais atenção às mudanças de humor, essencialmente se forem repentinas ou dia-sim, dia-não.
Procuremos entender porquê que ocorrem essas mudanças?
Percebendo porquê, questionemos se essas razões fazem sentido. Talvez consigamos relativizar de tal ordem o que nos afeta que minimizamos esses factos e podemos dizer:
- estou bem ou simplesmente, estou melhor.
 
É que a vida não é perfeita. Nem nunca estaremos totalmente bem nem devemos ficar preocupados com tudo.
Aí estaremos à procura de equilíbrio emocional e passaremos a estar mais disponíveis para os outros.
 
José Marques Mendes

11 de agosto de 2013

Equilíbrio l


Reflexão: Equilíbrio físico e mental é o tema para o mês de agosto.
Equilíbrio físico não é propriamente equilibrismo mas sim corpo equilibrado.
A reflexão mais comum é sobre o equilíbrio mental porém, não há um bom equilíbrio mental sem uma satisfação com o corpo. O corpo é uma grande parte de nós que precisa de nos satisfazer.
 
Um e o outro, não só se complementam como se estimulam.
Uma mente boa tem motivação para desenvolver o corpo. Um corpo interessante enche a mente de satisfação.
As pessoas podem ter conhecimento, ter formação, um bom emprego e até uma boa família. Podem ter um carro bom, dinheiro e até vida social. Tudo isto contribui para uma mente confiante mas, se o corpo não estiver ao nível das expectativas da mente, esta frustra-se.
 
Não se atinge o equilíbrio entre o corpo e a mente se houver muito de uma coisa em detrimento da outra.
Um excelente corpo em relação permanente com uma fraca mente, é óbvio que não resulta em nada valioso.
Uma mente boa deve criar força para desenvolver o corpo e construir o equilíbrio.
Este equilíbrio é fundamental à vida.
 
 
Orientação: Há alguns momentos em que nos apercebemos se estamos perante um desequilíbrio entre a mente e o corpo.
De manhã, quando nos aperaltamos para sair, olhamo-nos e gostamos do corpo. Aí, a mente enche e prepara-se para o dia. Ou não!
Por outro lado e a título de exemplo, também sentimos a falha no pilar mental quando ouvimos as notícias e não percebemos o que é o PIB, Euribor ou algo similar.
De que vale ter o corpo se a mente não emparelha?
José Marques Mendes

31 de julho de 2013

Comunicação ll


Reflexão: Muitas pessoas não têm nada para dizer apesar de saberem falar. Desenvolveram a fala mas não o conhecimento. Uma coisa sem a outra resulta numa quase inutilidade da comunicação.
As pessoas usam a fala para muitas coisas mas não para criar entendimentos. Podem usar a fala para pedir orientações geográficas, para fazer o pedido num restaurante ou ajudar alguém nos mesmos propósitos. Podem usar a fala para dar ordens aos filhos, berrar com os conjugues, mandar duas brutalidades no trânsito, enfim, dizer coisas, falar mas, daí a comunicar…!!!
Comunicar para criar entendimentos, diga-se, ou melhor, entenda-se.
 
Somos uma sociedade e vivemos como tal logo, a comunicação é a nossa conexão. É através dela que nos sentimos como uma sociedade e nos aproximamos mas, para isso, tem de haver cultura dentro de nós. Tem de haver conhecimento.
Precisamos de saber do que falamos quando falamos e quando ouvimos.
Precisamos de conhecimento quando ouvimos alguém, caso contrario, desconectamos.
 
Estamos muito iludidos com a informação nos dias de hoje. Achamos que a quantidade de informação que nos chega – televisão, jornais, internet, mails, etc – é conhecimento. É informação e tomamos conhecimento dessa informação mas, não é “o conhecimento”. O conhecimento que nos forma, que nos faz refletir, que nos faz questionar, que nos faz inovar, empreender e sair em frente nos desafios.
 
Há um conhecimento que nos liga ao mundo e às pessoas.
Não é a informação que nos liga. Essa chega até nós, vem, vai e pouco conhecimento nos deixa.
Receber informação é ter uma atitude passiva quando, na verdade, devemos ir atrás da informação que queremos para desenvolver “o conhecimento”. É uma atitude completamente diferente.



Orientação: Seria bom refletir, com alguma insistência, se procuramos o conhecimento de forma ativa. Se vamos comprar um determinado livro para ler e conhecer mais. Se procuramos uma formação ou uma conferência, um seminário ou um documentário.
Seria bom buscarmos uma formação que nos enriqueça em determinada matéria.
Também a TV. Sim, há na televisão muito conhecimento e não me refiro aos telejornais de informação. Mesmo na rádio, há várias entrevistas, debates e documentários que são conhecimento.
O desafio que nos deixo é para refletirmos sobre o quanto nos dedicamos a ir atrás do conhecimento em vez de ficarmos à espera da informação.

José Marques Mendes

21 de julho de 2013

Comunicação l

Reflexão: Para falarmos temos de ter alguém que nos oiça. Se assim não for, ficamos a falar sozinhos.
Somos malucos? Talvez não porque falar sozinho é importantíssimo.

A comunicação é um processo que ocorre, convencionalmente falando, entre pessoas, ou seja, tem de haver um emissor e um recetor.
Mais ou menos assim, para não complicar muito uma coisa que é entendível por todos.
Mas, na verdade, também comunicamos com nós mesmos. Falamos connosco. Para comunicarmos bem com os outros temos de comunicar bem connosco. Temos de dialogar connosco com a calma, serenidade e respeito que nos merecemos.
Falamo-nos e ouvimo-nos.
Não devem ser palavras soltas ou frases avulsas mas sim, raciocínios desenvolvidos e pensamentos sustentáveis.

Se ao dialogarmos connosco com a preocupação de nos entendermos, então estaremos preparados para comunicar com os demais.


Orientação: Falar sozinho não é um processo natural mas é fundamental para ajudar ao pensamento. O diálogo sem som, muito ajuda na construção de ideias e ações.
Portanto, para praticar o "falar consigo", talvez fosse útil usar um gravador ou o smartphone.
Não se trata de gravar notas ou tarefas mas sim reflexões, pensamentos, de si, para consigo e sobre algo.
Falar sobre as coisas ajuda-nos a clarificar o pensamento sobre elas e, aí sim, podemos arriscar e falar com os outros.

José Marques Mendes

27 de junho de 2013

Teamwork ll

Reflexão: Se para haver teamwork é essencial ter um líder, que oriente e congregue, é igualmente fundamental ter equipa.
Não se fazem omeletes sem ovos.
Uma equipa não é apenas um grupo de pessoas mas sim, um grupo de pessoas com competências.
Tem-se falado muito em Portugal da perda de profissionais bem formados e preparados que, há raiz de falta de oportunidades, emigram.
Sim, é verdade e está mais que comprovado. Todos sentimos isso diariamente nas nossas relações. Um amigo que foi, um colega que vai, as várias notícias dos jornais mostram que voltamos a espalhar competências e talentos pelo mundo.

Acontece que por cá fica muita coisa fraca.
Quem arrisca sair são os que acreditam nas suas potencialidades de vingar e de correr riscos.
Não generalizando, claro, muitos dos que ficam, têm emprego e acagaçam-se com os 20% de taxa de desemprego. Esse medo de cair no desemprego leva a uma passividade de atuação dentro das empresas. Ficam com comportamento de “mosca morta”, são “yes man”, sorriem e são simpáticos mas na prática, pouco ou nada contribuem.
As chefias não vêm isso e, entre o ter pena de despedir e o dinheiro que isso custa, mantêm as pessoas fracas nas empresas. Fazem das equipas um conjunto pouco competitivo.
O teamwork até pode existir mas é um trabalho de equipa fraco ou melhor dizendo, é uma equipa com trabalho fraco.


Orientação: Duas!
Para os líderes e chefias nas empresas, se virem que as pessoas estão passivas e a tentar “passar entre os pingos da chuva” devem preparar-se para mudar. Para reestruturar. Não aceitem muito tempo de “paz podre” pois isso mata as organizações.

Para as pessoas em geral, se, dia sim, dia não, pensam no desemprego que lhes poderá “tocar à porta”, então mude. Prepare algo para si porque, quando algo se apodera com frequência do nosso pensamento, mais cedo ou mais tarde acontece mesmo.
Ter medo de algo é bom se nos estimular a mudar mas, é aterrador se nos petrificar.
José Marques Mendes

10 de junho de 2013

Teamwork l


Reflexão: Para falarmos de trabalho de equipe tem de haver, antes do mais, uma equipe e uma equipe não é apenas um conjunto de pessoas.
Fazer uma equipe é congregar pessoas à volta de uma causa com objetivos claros e motivadores. Os envolvidos têm de sentir que há algo que os une e que os move e no envolvimento diário sentem isso mesmo - uma linha que os liga.
 
Uma equipe tem individualidades e não se pode negar o brilho de cada uma porém, nenhum protagonista pode brilhar ao ponto de ofuscar os restantes.
A equipe tem de se destacar pelo equilíbrio das luzes.
Uma equipe é, portanto, um conjunto de pessoas com competências individuais, motivadas por uma causa comum e empenhadas em pôr as suas capacidades ao serviço dessa causa.
 
Haverá, então, uma necessidade de tornar óbvia essa causa comum. Será fundamental que alguém torne claro o desafio comum, o objetivo comum. Alguém que impulsione essas pessoas a unir suas competências e a formar uma equipe para conquistar algo que todos aceitem como desígnio bastante.
Esse alguém é um líder.
Uma equipe sem líder não é equipe e se não é equipe não pode falar de trabalho em equipe - teamwork.
Sem team leader não há teamwork.
 
 
Orientação: Se sente que vai trabalhar todos os dias sem entender bem onde o trabalho o está a levar, questione a liderança.
Se o trabalho diário está a ser conseguido com esforço por falta de motivação, questione o líder.
Se a vontade de trabalhar resulta de pouco mais que ganhar salário ou não ir para o desemprego, então prepare-se. Quando o que nos move é pouco, vamos parar em breve.
É como ter o carro na reserva. Sabemos que em pouco tempo parará.
Temos de ter mais combustível que a reserva para podermos conduzir sem ter o pensamento no imediato.

José Marques Mendes

31 de maio de 2013

Delegar ll

Reflexão: Um processo de delegação tem de ter quem atribua responsabilidades mas também quem as receba. Portanto, deverá haver, na relação hierárquica, quem atribua responsabilidades de forma correta, com conta peso e medida e, simultaneamente, quem esteja preparado para assumir essas responsabilidades.

A delegação vai para além do querer. Do querer da chefia em delegar e apostar num colaborador ou numa equipa. Há, todavia, uma dimensão mais delicada e que passa por garantir que os recetores dessa delegação estão preparados, quer em conhecimento quer em perfil.
Se quem recebe responsabilidades, tarefas ou missões não está avalizado para tal, o tempo tratará de evidenciar mau desempenho e incompetência.
Responsabilidades para quem delegou e não avaliou adequadamente o recetor e responsabilidades para quem recebeu e não foi suficientemente crítico de si mesmo.

Quando num processo de delegação as coisas falham por incapacidade do recetor, as consequências devem recair sobre os dois, chefia e colaborador.
Por vezes não é o que acontece e a chefia refugia-se na incompetência do colaborador mas, em pura verdade, a chefia foi incompetente na avaliação.

Numa organização, é importante a delegação mas mais importante ainda é delegar bem e para que tal suceda, a chefia e o colaborador tem de avaliar convenientemente as potencialidades.
Se existem, perfeito. Se não existem, criem-se. Daí a utilidade do bom recrutamento de pessoas, da formação e orientação das mesmas.


Orientação: Se por ventura está a ser alvo de delegação de responsabilidades, missões ou tarefas, ajuíze-se bem. Tome conta de si mesmo. Conheça-se bem.
Não nos devemos lançar em compromissos, sem nos sentirmos preparados para tal, que a ambição ou vontade de protagonismo nos leva a aceitar.
Isso pode ser uma “promoção à incompetência”.
Aliás, nos dias de hoje onde o desemprego caminha para os 20%, as pessoas tendem a aceitar qualquer trabalho que surja porém, se não estão capacitados para tal, terminam dando um passo em falso e o currículo ressente-se.
 
José Marques Mendes

18 de maio de 2013

Delegar l

Reflexão: se queremos e podemos assumir mais responsabilidades e compromissos no dia-a-dia, então há que recorrer a outras valências - as pessoas.
 
Delegar é a chave para potenciar o crescimento. Porém, muitas pessoas pensam que delegar é dar aos outros tarefas para fazer. Entendem que dizer aos outros o que devem fazer já é delegação.
Delegar não é mandar fazer algo ou pedir para fazer algo.
Delegar não é carregar os outros de coisas para fazer.
Delegar não dar o “osso e ficar com a carne”.
Delegar não é deixar a empresa às 18h e as equipas às 20h.
 
Mandar é algo que se faz na qualidade de chefe (démodé) e tomando os outros por subordinados.
Mandar é algo que representa o uso do poder pelo poder.
Mandar é algo que é usado por quem tem necessidade de reforçar a sua autoconfiança, através dos outros.
 
Devemos experimentar pedir. Algo ao alcance de qualquer um, em qualquer momento e que apenas precisa de humildade e respeito pelos outros.
Pedir é uma forma de delegar. Orientar as pessoas para um desafio ou tarefa é outra.
Para além de pedir ou orientar, também se pode priorizar, dizendo às pessoas o que é mais importante e mais relevante.
Delegar é pedir, é orientar, é priorizar mas também é dar.
Dar condições às pessoas para fazerem bem o que têm de fazer. Prestar atenção à carga de trabalho que têm, aos recursos que têm e perguntar-lhes:
- o que precisa para que esteja em equilíbrio com a sua vida profissional?
 
Delegar é algo tão importante que precisa de conhecimento. Delegar é uma das faculdades imprescindíveis do líder ou de quem pretende sê-lo. Aprende-se a delegar e não se delega só porque se quer.
Delegar, acima de tudo delegar bem, dá que pensar e precisa de aprendizagem.
 
 
Orientação: se sente que os seus dias estão completamente cheios de tarefas e não sobra tempo, nem para pensar, então há algo errado e, seguramente, está sem possibilidade de delegar.
Se não tem ajuda para os compromissos, se não tem organização pessoal e coletiva, então faça uma introspeção sobre o “não tenho tempo para nada”.
 
A outra reflexão que aconselho é temperamental. Se os nervos tomam conta de nós com alguma frequência e isso nota-se no relacionamento com os outros, então isso é sobrecarga. Há que organizar e delegar.
Faça uma introspeção sobre o “estou a exaltar-me com frequência”.
 
José Marques Mendes

30 de abril de 2013

Serviço ll

Reflexão: espírito de serviço não é propriamente o mesmo que espírito de missão, essencialmente se falamos de liderança. Na nossa vida podemos ter missões a desempenhar, que começam e que acabam, com propósitos bem definidos. É uma missão e pronto.
 
O espírito de serviço é diferente porque não tem tempo. É intemporal e quem o tem, tem-no sempre e em qualquer circunstância. Não tem objetivos específicos mas apenas um que orienta o líder - servir aqueles que dele dependem ou que estão na sua zona de influência. Servir, não mandar.
Espírito de serviço aproxima-se bastante ao espirito de comando. De um comandante de um barco cuja preocupação maior é ter os seus recursos bem alinhados, bem preparadas, confiantes, com procedimento de atuação claros e ele, limita-se apenas a ver mais além tentando antecipar perigos, protegendo a equipa do desconhecido e do imprevisível.
É um líder.
 
Na nossa vida em geral também podemos ser assim. Dedicarmo-nos às nossas tarefas diárias, com afinco, com energia e determinação mas, sempre buscando a oportunidade de servir quem nos rodeia. Não sermos nós e os outros.
Por outro lado, levantar a cabeça e procurar antecipar imprevistos. Se nos cuidarmos desses imprevistos, protegemo-nos e protegemos a nossa família do que nos possa acontecer.
 
Parece existir um paradoxo entre o servir e o cuidar de nós mas não existe. É que, se cuidarmos de nós, física e mentalmente, estamos proteger-nos de algo mau que nos possa acontecer e assim não prejudicamos a vida dos que nos rodeiam. Fazemos bem não fazendo mal. Fazemos bem não perturbando o bem dos outros.
Se tivermos uma depressão, quem sofre connosco?
Se tivermos um AVC ou um enfarte, quem nos cuidará?
Se tivermos uma crise provocada por excessos, quem nos acode?
Por todo o mal que fizermos a nós mesmos, acabamos sofrendo e a sacrificar terceiros e isso não abona nada ao espírito de serviço e de liderança.
Afinal, acabamos a pedir que nos sirvam sem servirmos.
 
A nós, comandantes da nossa vida, é-nos exigido que nos levemos por bons caminhos não atrapalhando os caminhos dos outros.
Antes de tudo, fazermo-nos bem.
 
 
Orientação: Podemos fazer coisas simples que nos alertam.
Coisas tão simples quanto refletir sobre como andamos a comer. Demasiada carne vermelha? Demasiados fritos? Pouca fruta? Bebidas alcoólicas diariamente?
Com essa reflexão, procurar compensar descuidos e excessos.
Coisas tão simples quanto refletir sobre como andamos a dormir. As últimas noites têm sido bem dormidas e com as horas necessárias? Por vezes temos uma noite ou outra pior e isso não alarma mas, mais que isso merece uma atitude uma ação.
Coisas tão simples quanto apreciar o saldo bancário no último dia de cada mês. Como estamos a chegar ao final do mês? Cada vez com mais, ainda que pouco, ou cada vez com menos?
 
Isso é liderar-se.
José Marques Mendes

16 de abril de 2013

Serviço l


Reflexão: Não podemos ser nós e o nosso umbigo.
Logo em pequenos, crescemos sendo o centro das atenções e tudo girava em torno de nós. Habituamo-nos a receber muito e a dar pouco.
Ao contrário dos muitos bons ensinamentos que recebíamos na escola e em casa, este hábito de receber muito e dar pouco é uma má prática. É uma má cultura educacional.
Receber, ter, ganhar, conquistar, herdar, etc, são tudo verbos de encher, o bolso, o ego e pouco mais.

O ego é o nosso pior amigo. É um amigo, sem dúvida, porque o queremos “sentir e ter por perto” porém, de entre os amigos é o mais perigoso. A relação com ele é tormentosa.
Quem não tem amigos cuja relação é uma espécie de amor-ódio?
Se alimentar o ego é o centro das nossas ações, então estamos muito dependentes deste amigo. Fazemos as coisas pelo seu bem-estar permanente e isso acaba por deixar-nos perturbados e saturados. Daí o ódio que por vezes sentimos pelo ego. Pelo nosso ego. Por nós, portanto.
É com esta reflexão que me apercebo que o ego, para além de ser importante aliado não é o fim de nós. Não é um fim em si mesmo. Nós não somos apenas o nosso ego.

Orientação: Devemos estar mais disponíveis para os outros. Servir os outros quer nas suas necessidades quer nas suas expetativas. Se o nosso comportamento estiver mais voltado para os outros, provavelmente não alimentamos o nosso ego mas estamos a ser muito superiores a ele. Nós somos mais que o nosso ego. Vale a pena dizê-lo mais que uma vez. Nós somos mais que o nosso ego.

Seria um enorme passo relacional se, quando estamos a tratar de algo com alguém conseguíssemos tomar consciência se estamos a pensar nos dois em vez de ser, apenas, em nós.
Isso é serviço, liderança e vale muitas Missas e mil Perdões.

José Marques Mendes

31 de março de 2013

Integridade ll

Reflexão: Eu próprio tenho dúvidas. Por vezes duvido se vale a pena a integridade quando os obstáculos são imensos e há pessoas a lutar com “outras” armas.
Cada um vai-se armando com o que pode e os comportamentos estão pelas “ruas da amargura”.
A propósito, não sou “o mais fino da minha rua” mas em integridade procuro ser. Que mal tem procurar ser o mais íntegro quando isso só beneficia os outros? O comportamento íntegro protege os demais e isso motiva-me de forma extraordinária. No imediato posso perder mas no longo prazo é uma realidade fantástica inquestionável.

A vida está muito dura e as pessoas não conseguem centrar-se nos valores e nos princípios. Não há tempo, não há paciência, não há força. A energia diária está canalizada para sobrevivência, dinheiro e poder. Exatamente nesta ordem. Ter um emprego e uma vez nele ganhar o mais possível. Quando o dinheiro já não é problema, o poder centra as atenções.
A vida não é tão curta como parece. Não há razão para vivermos tão focados no imediato e a qualquer custo. A vida é suficientemente longa e dá espaço para errar, sofrer, aprender, mudar e voltar a errar.
Ao longo da vida iremos pagar a fatura dos comportamentos.

Vá lá eu perceber porquê que famílias se gladiam por poder e dinheiro. Conflitos diários são normais e fazem crescer as pessoas mas, as causas têm de valer a pena. As motivações têm de valer a pena porque os conflitos pagam fatura.
Se o objetivo é o poder e a riqueza individual, então vale a pena perguntar-se porquê. Porquê que me disponibilizo para conflitos permanentes com os meus pais, filhos, irmãos, etc?
Concentro-me na esfera familiar porque, de entre todos os ambientes relacionais este é o de excelência. Um comportamento íntegro aí, é uma excelente base a extrapolar para outras organizações.
Uma família não é só pai, mãe e filhos. É um conjunto de gerações em vida. São várias pessoas que cresceram experienciando diferenças brutais pelo que, as habilidades relacionais entre todos são fundamentais.

Nas empresas é igual…para pior. Os interesses são parecidos mas outros. Numa organização empresarial a gestão de conflitos é um requisito da liderança. Quem o sabe fazer contribui, quem não sabe, destrói.
Admito que, em grande maioria, as motivações dos conflitos são o dinheiro e o poder. Quase tudo se resume a poder.
Parabéns aos lutadores por este poder. Podem chegar à morte mais fortes mas morrem na mesma. Acabamos todos da mesma maneira e ainda “ninguém comprou a perpetuidade”, com dinheiro.
 
Orientação: Sempre que estivermos próximos de um conflito é fundamental questionarmo-nos porque devo fazer parte dele. É vital ter sempre consciência da importância do conflito para a nossa vida e da motivação que ele representa para nós. É exatamente quando estamos perto do abismo que devemos dar um passo atrás. Mesmo que não pareça um abismo e ambicionemos progredir, ponderar se vale a pena arriscar…o tal passo em frente.

José Marques Mendes

23 de março de 2013

Integridade l

Reflexão: Os dias que correm põem a nu a força estrutural de cada um. As adversidades são de tal ordem que a tentação para prevaricar é enorme.

Na vida em geral e em particular nas organizações, a pressão é imensa e as pessoas tentam salvar o seu rumo. Esta pressão gera angústia e medo, atirando as pessoas para comportamentos desviantes. Comportamentos novos. Aos olhos das próprias pessoas, são atitudes e reações como nunca antes haviam tido.

“Ultrapassam os colegas pela direita”. Na estrada é ilegal, no comportamento é falta de ética.

A pressão que vai sobre todos na luta pela sobrevivência é brutal e só de imaginar ficar meses sem rendimento dá uns arrepios de morte. Vale tudo para salvar a pele, pensam uns. Tudo menos matar e roubar.
Certo?
O que é mesmo certo é agir sempre coerentemente com os valores e princípios de cada um. Os princípios e valores de vida de cada um, uma vez (sempre) presentes no comportamento da pessoa, confere-lhe o estatuto de íntegro.
Este fulano é íntegro. Este rótulo deveria ser o maior ativo do ser humano. Um ativo, logo, algo de extremo valor nas relações com os outros. Um selo de confiança e de previsibilidade.

Mais importante ainda. Nas adversidades dos dias, atuar com integridade não é um fim em si mesmo. É um meio. Ter permanentemente um comportamento íntegro é um meio para sobreviver e ultrapassar as dificuldades.


Orientação: Creio que vale a pena que cada um reflita sobre quais são os seus princípios de vida e com que valores se quer ver identificado. Uma vez definidos esses pilares, assentar todas as atitudes nessa coerência. Tudo isso fará a pessoa mais forte e mais bem-sucedida.
As pessoas mudam mas os princípios não. Os valores absolutos não mudam, pelo menos nos que se preocupam com a integridade mesmo quando a vida parece estar contra.

José Marques Mendes

23 de fevereiro de 2013

Paixão ll

Reflexão: Corremos que nem loucos. Para muitos é o desemprego para outros, uma correria. Há pessoas com mais que um emprego. Mulheres com filhos, empregos, maridos ausentes e ainda uma carga de trabalhos domésticos. Homens que vivem para trabalhar e quando se apercebem, doenças, rugas, brancas, divórcios, filhos agressivos, chefes arrogantes e pouco dinheiro na conta.
Ou nada ou tudo, muito intenso, desinteressante ou desapaixonante.

Tudo está a suceder muito rápido e à distância de um click. Se não queremos um canal, mudamos. Se queremos ver algo que já deu na tv podemos andar 7 dias para trás. Se nos falta algo em casa, logo se pede por internet ou num telefonema. Se temos dúvidas num tema, palavra ou facto, googlamos. Se nos sentimos mal, não faltam clínicas ou hospitais 24horas para recorrer. Se temos dúvidas em questões jurídicas, em qualquer esquina há um advogado acessível.
E mais!
Automóveis baratos? Muitos. Casas com rendas baixas? Muitas. Roupa e comida barata? Muita.  Redes de relacionamentos? Muitas.

Há muita coisa ao nosso alcance e o prazer está a ser extraído das ações imediatas e de curto prazo. Já não há paciência e perseverança e isso origina uma tensão miudinha que vai minando o entusiasmo.

O sofrimento existe na vida das pessoas mas não se aceita. O sofrimento é algo que não se aceita como parte normal da vida. Sente-se o sofrimento e aceita-se com resignação mas, é meu entendimento que o sofrimento é uma alavanca para vida. É um impulsionador de iniciativa e de criatividade. O sofrimento gera emoções que tornam a vida dura mas apaixonante.
Quem não sofre por conseguir as coisas habitua-se a facilitismos e um dia frustra-se e nem sabe porquê. Deprime-se e julga-se doente.

A vida não são dois dias. Não passa assim tão depressa que o gozo tenha de ser extraído a cada hora, a cada momento.
Paciência e perseverança é o que deve existir ao longo do caminho traçado para nós. O caminho é o que ambicionamos para a vida e para o trabalho.
Uma vez com essa visão (o que queremos do futuro e do trabalho) os dias são pequenos obstáculos de um jogo e dele extraímos a paixão e o entusiasmo.
Só depois de definir a visão é que podemos destrinçar o que é obstáculo do que é falhanço.
A paixão, nos obstáculos endurece-se, no falhanço perde-se.


Orientação: Não correr demasiado no dia sem o observar de longe e perceber os obstáculos. Sintamos a manhã, a tarde, os relacionamentos, as tarefas e decidamos o que é para ser levado com energia e o que é simplesmente para fazer ou deixar correr.
Nem tudo contribui com o mesmo peso para o caminho que traçamos e decidimos fazer.
Enfim...é o que eu acho.
 
José Marques Mendes

9 de fevereiro de 2013

Paixão l

Reflexão: Encontre um emprego que o fascine e não terá que trabalhar um só dia na vida. Conhecemos esta expressão e é disso que trata a reflexão de Fevereiro.

Paixão na ação profissional e, por maioria de razão, na vida em geral.

Trabalhar é uma necessidade que cada um tem para sobreviver e preparar materialmente o futuro. Trabalhar tem uma conotação pesada, chata, por vezes negativa e até com algum sinal de injustiça. Como que trabalhar fosse um castigo diário por sermos seres humanos adultos com a fatalidade de fazermos pela vida a todo o esforço. Para muitos essa obrigação até vai além de viver pois sentem que têm de ganhar muito dinheiro. Fazer fortuna é a compensação real desse castigo, é a motivação para ultrapassar trabalhos forçados diários.

Cada um toma o trabalho como quiser. Como uma inevitabilidade, como um meio para enriquecer, como um modo de vida ou como uma forma de chegar além.
Tudo está certo e será tão mais fácil se o trabalho for tomado com paixão. Com prazer e sentimento de gozo, disfrutando dos obstáculos e das formas de os ultrapassar.
Um trabalho comercial, diariamente no carro e na estrada, pode ser feito com paixão pela forma como se associa o logro dos acordos aos caminhos, paisagens, pessoas e localidades que se vão conhecendo.

Para que esta paixão se desenvolva no quotidiano de cada um é preciso querer encontrá-la e não esperar que nos esbarremos nela. É preciso acreditar que a paixão no trabalho é possível e, uma vez nesse estado, todos os dias são dias de entusiasmo e de apreço por termos uma vida e, o trabalho, simplesmente fará parte dela.


Orientação: Não correr demasiado, isto é, não fazer as coisas como tarefas sequenciais sem tempo para pensar e parar. Não achar que quanto mais melhor. Somos seres humanos e não "fazeres humanos".
Fazer com energia e dinâmica mas só depois de saber para onde quer ir. Primeiro arrumar a cabeça "arrumando um rumo". Cada pessoa deve ter a sua própria visão para a vida ou seja, cuidar da sua dimensão espiritual.

José Marques Mendes