blogue editado

blogue editado por José Marques Mendes e Luís Luz

28 de março de 2011

Helena Faria

Há algum lado negativo da liderança?
Penso que, de certo modo, um líder tem uma função pedagógica, na medida em que serve de modelo e causa influências sobre aqueles que com quem convive. Assim posto, essa função pode vir a ser usada, quer para o lado postiivo, quanto para o negativo.
A história da humanidade nos mostra inúmeros exemplos de líderes que conduziram milhares e milhões de pessoas para a via do bem, quanto para a via do mal.
Não precisamos agora evocar qualquer nome para nos certificarmos dessa verdade.
Em todo e qualquer segmento social, há homens a liderar, quer se trate de líderes políticos, religiosos, estudantis, organizacionais, corporativos, etc. Os estudos nos mostram que há diferentes modalidades de liderança. Não nos cabe afirmar qual seria o melhor estilo, sem considerar elementos quanto à personalidade do líder, bem como dos seguidores e do contexto. Porém, há algo de similaridade nos diferentes perfis que os aproxima uns dos outros. Esse traço similar é o facto de terem a mesma essência, ou seja, são todos personalidades de autoridade que exercem fascínio e arrebatam seguidores por meio do modelo que emanam.


Por vezes, vemos alguma arrogância nos líderes. Até que ponto isso é determinação ou pode ser prepotência?
A Teoria dos Traços defende que a liderança não é inata. Também aborda as diferentes modalidades de liderança, que vão desde o modelo democrático, passando ao modelo autocrático e o “laissez-faire. Para cada um desses modelos correspondem traços de personalidades singulares.
Não há como apontar uma modalidade de liderança como sendo a melhor. Assim como não se pode afirmar que há o melhor estilo de liderança. O que se pode é reconhecer que existem traços de personalidade que podem facilitar o processo de liderança, mas tudo depende do líder, dos seguidores e da situação que lhes envolve.
Muitas vezes um líder encontra-se às voltas com forças contraditórias no exercício da liderança. Em primeiro lugar, a contradição é constituinte no ser humano, e cabe ao líder reconhecer essa condição humana, quer em si próprio, quanto nas demais pessoas. Além disso, há outros elementos externos, de ordem política, económica e outros, que podem afetar o exercício da liderança.

Helena Faria

23 de março de 2011

Sou um fracassado


Não é a força mas a constância dos bons resultados que conduz os homens à felicidade.
Friedrich Nietzsche
Esta constatação deve motivar-nos a todos para olhar, cada vez mais, em frente. Ver mais longe.
O sucesso vem de uma sequência de pequenas decisões acertadas. Será fácil admitir que o fracasso resulta de uma serie de decisões erradas ou fracas.
Não somos bem-sucedidos ou um fracasso por obra e graça do "espírito santo".
Ser bem-sucedido ou ser um "loser" é o objectivo. É algo a alcançar e não um rótulo. A luta por atingir um destes objectivos, tem um impacto directo no afastamento do outro. Se procuramos atingir o sucesso, vamos afastar-nos do fracasso. Posto isto, chegar LÁ tem ser uma preocupação diária e constante. Intenção que estará presente nas decisões que vamos tomando, no que falamos, no que prometemos aos outros.
Dizia há dias a uma pessoa muito querida mas que estava com esse sentimento de fracasso, de frustração:
- toma já a decisão de que te vais esforçar por só fazer algo que te coloque em melhor estado que o actual. Uma acção de cada vez, lentamente, mas sempre com um propósito: ter a certeza que vou estar melhor a seguir.
Creio que vale a pena experimentar tomar decisões ou fazer acções que, temos a certeza, têm um impacto positivo na nossa vida. Não quer dizer que são as que nos dão mais prazer. Sao as melhores para nós. Decidir e fazer o melhor para nós faz de nós pessoas competentes. Por maioria de razão, iremos tomar as melhores decisões e termos sucesso.
Isto é liderar.
José Marques Mendes

18 de março de 2011

Javier Teniente

1. Considera que é possível exercer liderança sem que, hierarquicamente, se tenha uma equipe?
De la multitud de definiciones de liderazgo que conozco, la que mejor lo describe para mí es la de "ser una referencia", y por tanto sobran las palabras... definitivamente, sí se pude ser un líder e influir enormemente en un grupo u organización sin tener relación jerárquica con sus miembros.

Pienso que, cuando se consiguen, estas formas de liderazgo son las más potentes que existen, ya que surgen de forma natural, de los comportamientos diarios, no definidas de forma obligatoria por un organigrama.
Los objetivos tan específicos y urgentes que suelen marcar las organizaciones hacen que lo más habitual sea ejercer el liderazgo en una sola dirección (descendente). No obstante los objetivos a largo plazo y la realidad que viven las organizaciones es mucho más compleja y, liderar en todas las direcciones como ondas de una piedra en el agua, difundiendo, por ejemplo, los valores y la cultura de una organización puede multiplicar exponencialmente nuestra contribución al grupo al que pertenecemos y, aunque pueda parecer contradictorio, puede simplificar enormemente la gestión de nuestras prioridades y conflictos, los procesos de toma de decisión, la comunicación, etc.

2. Pode dar um exemplo na sua vida em que "ser líder" foi crucial?
No daría un ejemplo concreto. Generalmente, en el trabajo siempre intento aprender de las personas que me rodean y en el ámbito laboral aprender liderazgo es más fácil que en el ámbito personal, ya que se consiguen ver, e incluso medir, con mayor facilidad las consecuencias de las actuaciones de los líderes.
Recuerdo muy bien cómo era yo hace 10 años y no me reconozco profesional ni personalmente. Definitivamente he aprendido mucho y soy ahora mejor. Por eso el liderazgo ha sido crucial para mí, porque ha sido la principal herramienta que he usado para mi desarrollo y espero poder decir dentro de otros 10 años, que tampoco reconozco a la persona que escribe ahora.

3. Exerce liderança assente em que propósitos?
A nivel laboral pienso en el liderazgo como la mejor forma de generar valor para "pagar" a mi empresa lo que hace por mí (salario, formación, relaciones, etc). Cada día pagan por mí, y cada día debo generar el máximo valor posible.
El día que considere que intentar generar el máximo valor es excesivo, será el momento de cambiar de empresa.
A nivel social viene ya dado. Creo que si generas valor en un grupo pagando lo que el grupo hace por tí, indirectamente también lo estás haciendo para la sociedad en la que vives, y con la que también tienes una alta deuda.

4. O que é, para si, um mau líder?
Aquellos que no dan ejemplo, aquellos que sistemáticamente huyen del conflicto, aquellos que no explotan las capacidades técnicas y humanas de sus equipos, aquellos que sólo luchan por indicadores olvidando la cultura y los valores, aquellos que no son ambiciosos, aquellos que piensan sólo en el corto y medio plazo, aquellos que no son humildes.

Javier Teniente Sánchez

12 de março de 2011

Joaquim Romão - Ser verdadeiro


Ser verdadeiro vai muito para além de falar sempre com verdade.
Quando temos fortes convicções, estamos motivados e acreditamos e entendemos a nossa missão, então todas a nossas acções são um manifesto de verdade. Sobretudo quando somos verdadeiros para connosco, pois isso gera um sentimento muito poderoso, que nos capacita para qualquer tarefa em qualquer situação. Pessoal ou profissional.

Vou recorrer “à originalidade” da figura futebolística para enquadrar esta ideia. Os dois jogos entre o SLB e o SCP, em tudo diferentes, são o melhor exemplo.

No primeiro jogo vimos uma equipa que acreditava que venceria, com os jogadores a entrar em campo super motivados e com a lição bem estudada. Obviamente o SLB.

Do outro lado um cenário completamente antagónico. O SCP já entrou derrotado. Aqueles profissionais não estavam a ser verdadeiros, mentiram quanto às suas convicções e motivações para o jogo. Diziam que queriam ganhar mas, no íntimo, só pensavam na derrota. Queriam mostrar que eram capazes de fazer melhor que nos jogos anteriores, mas despenhavam o seu papel dentro de campo completamente desmotivados.

No segundo jogo tudo foi diferente. A equipa do SCP mostrou uma maior sinceridade e jogou ao nível do que realmente acreditava. O que transmitia para fora do campo era verdadeiro, genuíno.
O mais importante de tudo foi ver aqueles profissionais, os mesmos do jogo anterior, com dedicação e entrega a uma causa que entendiam como deles, muito para além do clube que representam ou dos adeptos que os apoiavam. Estavam a ser verdadeiros.

Do lado do SLB nada de novo, a mesma postura talvez com um pouco de excesso de confiança, sempre controlados.
O resultado, no segundo jogo, foi a vitória do SLB mas poderia ser o oposto. Todos os intervenientes ambicionavam o mesmo objectivo e com a convicção de que se poderiam superar a eles mesmos para o alcançar. Muito bonito de ver.

Na vida das empresas não é diferente. As nossas acções só podem resultar em algo útil para a organização se acreditarmos no que estamos a fazer. Não podemos mentir a nós próprios e executar o nosso trabalho sem motivação, sem a convicção de que podemos fazer a diferença, que “apenas estamos no jogo” para cumprir calendário.

Sem serem verdadeiros, os profissionais trilham um percurso de longa agonia que só os poderá conduzir à morte dentro das organizações. A cura? Simplesmente acreditar nas nossas acções e sermos sempre verdadeiros para connosco.
 
Nota: que me perdoe o JMM do exemplo do SCP. Este blogue não é verde só por acaso.
Joaquim Romão

6 de março de 2011

Há chefes parasitas

Já no passado os trabalhadores tinham uma ambição:
»que a terra fosse de quem a trabalha;
Hoje, eu estimulo os profissionais para que:
»ganhem a organização que constroem.
Lutem com acção, emoção e sofrimento. O prazer do sofrimento faz-nos fortes e alimenta o desejo do brio profissional.
Arrepiem-se de orgulho. Faz bem e é bom sinal.


Ao longo da minha carreira profissional e de uma forma geral na minha vida, por onde tenho passado tenho deixado marcas. As pessoas que comigo vão inter-agindo ficam com a memória de um relacionamento próximo, intenso, saudável, humano mas também muito competitivo. Talvez até, combativo.
Levo a vida com essa intensidade e essa é a minha marca. Dificilmente perco naquilo em que me envolvo mas, quando perco tenho a certeza de uma coisa: não foi, seguramente, por facilitismo.
Levar a vida sem stress mas também sem facilitismo, é algo em que acredito e recomendo.
Os líderes deveriam ser todos assim mas não o são. Há os que vão a “reboque ou à boleia". Vão porque há quem lhes dê boleia. Não gastam em transporte nem se preocupam, que é o mesmo que dizer, não gastam tempo a pensar nem se preocupam em decidir.
Aliás, andar à boleia dos outros dá-lhes uma sensação de responsabilidade delegada. O que suceder de mal foi com “o da boleia”. Se chegarem ao destino, conseguiram.
Nas vossas lideranças, aceitem que há momentos em que é preciso dar boleia a outro líder. É certo mas, atenção porque não pode ser sempre com os mesmos…nem a todo o momento. Se assim for, estão na presença do Líder Parasita.
Existem muitas pessoas que chegaram a líderes ou chefes, de alguma coisa, por “obra e graça do espírito santo”. Há muitos motivos para além do esforço e brio profissional. Não importa como chegam lá. O que importa, verdadeiramente, é que depois de chegarem a um cargo de chefia, devem exerce-lo com profissionalismo, organização e dedicação às causas e às pessoas. Não é “passear no posto” mesmo sendo uma agradável pessoa para os outros.
Existem chefias que vivem dos desempenhos das suas equipas. Só vivem disso. São parasitas.
Também para estes, parasitas, há remédio.
José Marques Mendes