blogue editado

blogue editado por José Marques Mendes e Luís Luz

25 de janeiro de 2016

Comunicar, comunicar, comunicar

Há quem entenda por comunicação o simples ato de transmitir uma informação - «eu comuniquei que...». Contudo, a essência do tema poderá ficar mais complexa se valorizarmos o resultado dessa comunicação, ou seja, que o alvo da nossa comunicação entendeu aquilo que pretendemos transmitir.

Reconhecer a importância quer de uma comunicação frequente quer adequada junto dos nossos stakeholders tem geralmente um valor superior àquele que habitualmente atribuímos. A frequência e a adequação destinam-se a garantirmos que haja sintonia e envolvimento junto daqueles com quem nos relacionamos e, para tal, precisamos de adaptar a nossa linguagem para que a mensagem seja corretamente recebida e interpretada.

Numa organização, isto aplica-se aos:
  • Clientes - estes pretendem a oferta mais conveniente para as suas necessidades. Muitas vezes, as escolhas não são as mais racionais, tecnicamente falando (a melhor relação qualidade/valor), mas as que se apresentaram da forma mais adequada ao recetor. Podemos um produto/serviço exímio e ser o mais adequado a satisfazer as necessidades de um cliente, e este optar por uma alternativa menos “racional”;
  • Colaboradores - por princípio, as pessoas querem ser bons profissionais, desempenhar com sucesso as suas funções. Daí que a comunicação é um pilar basilar para este objetivo, não só para que fique muito claro aquilo que se pretende alcançar (e porquê), mas também para dar feedback acerca do desempenho (apontar os aspetos a melhorar e reconhecer o que foi bem feito). E, claro, como comunicar não é só aquilo que se escreve preto no branco, a cultura e o modo de estar de quem lidera também fazem parte do processo de comunicar;
  • Fornecedores e restantes parceiros - a montante encontram-se pessoas e organizações cada vez mais importantes para um desempenho eficaz de uma atividade, pois as exigências do mercado e os trilhos por onde nos movemos requerem uma adaptação operacional quase diária, para a qual necessitamos do envolvimento e colaboração desde o fornecedor de matéria prima, ao parceiro financeiro;
  • Shareholders - por todas as razões atrás apresentadas e também por ser determinante o seu apoio para um desenvolvimento sustentável. Contudo, estes têm também os seus objetivos pelo que uma comunicação regular e adequada é crucial para se explorar o máximo potencial dos recursos da empresa. Diria mais: com ótima sintonia entre os shareholders e os colaboradores, os restantes ficam também positivamente “contagiados”, gerando maior envolvimento e contribuindo instantaneamente para aumentar as probabilidades de se atingirem os objetivos corporativos.

Podemos satisfazermo-nos justificando para nós próprios com todas as ações corretas que desenvolvemos… ah, e ainda culpabilizar dos modos mais criativos quem não nos entendeu. Ou preferir constatar a realidade e questionar de que modo podemos melhorar a nossa comunicação de modo a conseguirmos ser mais eficazes.

É necessário percecionarmos se aquilo que quisemos transmitir chegou ao destinatário, por um lado, e se foi (bem) interpretado, por outro lado. Caso contrário, podemos fazer um trabalho árduo e sério, mas cujo valor não foi percebido. E é aqui que entra a componente da “humildade”, chamando a nós próprios esta responsabilidade, insistindo e melhorando na forma de comunicar. Do “outro lado”, também podemos estar perante pessoas sérias a quererem desempenhar o melhor possível as suas funções (enquanto clientes, colaboradores, fornecedores, …), por isso compete-nos alinhá-los e envolvê-los com o nosso ponto de vista. Isto é, liderá-los.

Se o interlocutor não ouviu/percebeu, você não comunicou!

Luís Luz

3 de janeiro de 2016

Arquivo vivo | Um LF

A autoridade pode ser imposta, a liderança não! Por um lado, um líder tem que ter causas e não centralizar-se nele próprio. Por outro lado, tem que ser capaz de conseguir mobilizar os outros, fazendo-os seus seguidores. Acontece que ninguém segue alguém de quem não gosta e, neste particular, reside a entrega ou não a uma causa.

«Analise-se no campo pessoal. Não chega a um pai dizer que é bom pai porque gosta muito do seu filho. 

-Ai, eu adoro o meu filho. É tudo para mim, etc, etc.
É muito importante que sinta que o filho gosta de si. Gosta da forma como o pai é pai. É sinal que reconhece no pai as suas boas acções e intenções. Dizer que se gosta imenso do filho e ter o filho a crescer revoltado porque acha que o pai não o entende, está-se perante um exemplo de não liderança.
Um LF. Líder Fracasso. Julga-se líder mas é um fracasso.»

Vale a pena (re)ler o texto original: clique aqui.

Luís Luz