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blogue editado por José Marques Mendes e Luís Luz

19 de julho de 2015

As pessoas certas, no lugar certo… e no tempo certo!

A escolha das pessoas certas (ou do perfil certo das pessoas) é uma das preocupações principais de um líder empresarial, na medida em que é da composição dos elementos da sua equipa que vai depender o potencial de valorização de um negócio… ou, pelo menos, da parte que é controlável internamente pela organização.
 
Outro aspeto fundamental a verificar-se é a colocação dessas pessoas certas nos respetivos lugares certos. Esta afirmação pode parecer demasiado óbvia, contudo nem sempre é isso que constatamos nas realidades empresariais: é “normal” ver-se um bom vendedor a ser promovido a chefe de vendas, posição na qual possa já não estar tão à-vontade; é “natural” premiar-se um ágil colaborador no mercado nacional para explorar novas operações internacionais, contextos nos quais poderá não se adaptar; é “costume” um recém-licenciado assumir um cargo de Administrador pelo simples motivo de ser familiar do principal acionista, mesmo não detendo as competências necessárias que tais responsabilidades exigem. Há muitos casos onde este tipo de evoluções são meritórias e dão bons frutos, mas outras que se revelam verdadeiros calvários… até para aqueles que foram - supostamente - promovidos!

Mas há um terceiro fator crucial para o resultado: o tempo (a época, a conjuntura). Isto porque podemos até ter as pessoas certas (com as melhores competências), no lugares/cargos certos, mas não para lá estarem num determinado período pelo qual a empresa atravessa. Teoricamente, elas podem ser as pessoas que mais conhecimento e experiência transportam mas, na prática, outras pessoas conseguirem lidar melhor com o contexto particular que se está a atravessar e, desta forma, mobilizarem de modo mais eficaz os recursos. Por vezes, as mudanças de realidade implicam mudança de protagonistas, sugerindo que aqueles que pressupomos como mais capazes possam não ser as figuras certas num dado período temporal. Pode ser porque estes transportem consigo uma “herança” do passado, ou pode até não ser possível encontrar um racional e simplesmente sabermos serem necessárias mudanças para que os resultados surjam. São admiráveis os vários casos de sucesso que se veem com a aposta em responsáveis que advêm de outras realidades, de outros setores, e que por isso são por vezes vistos como menos capazes mas que, contudo, são quem melhor consegue implementar um turnaround e energizar as equipas, mobilizando-as para uma nova etapa na vida da empresa; estes, transportam outras experiências e, acima de tudo, questionam o status quo de quem está num setor há muito tempo, podendo funcionar como verdadeiras “lufadas de ar fresco” em toda a dinâmica empresarial.

Certas decisões implicam riscos elevados, sobretudo quando as suas fundamentações possam ser um pouco subjetivas. Mas, se tem a confiança de que é o melhor para o negócio, avance. Mais tarde poderá não poder fazer mais do que... lamentar-se.


Luís Luz

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