blogue editado

blogue editado por José Marques Mendes e Luís Luz

28 de julho de 2011

Uma homenagem aos 500€

Vou fazer uma homenagem à atitude de algumas pessoas, profissionais, que no desempenho da sua actividade diária são um fortíssimo exemplo de liderança.
São pessoas que, admito, possam estar a trabalhar com remunerações entre os 500€ e os 700€ mensais. Não são por isso, remunerações de 1.000€ ou acima, considerando que 1.000€ pode ter um efeito algo diferenciador numa função.
Não são pessoas em cargos de chefia no entanto, desempenham a sua função com verdadeiras características de liderança.

Então de que é que se trata tão espectacular referência?
É que estas pessoas, desde que entram a trabalhar até que saiem, estão permanentemente com uma atitude de servir. Atitude de fazer bem. São pessoas que só têm uma preocupação – serem boas naquilo que fazem mesmo que o que façam seja pouco diferenciador.

Atender às meses, ao balcão, fazer a limpeza, ser mecânico, electricista, motorista, são funções, aparentemente indiferenciadas mas, quando desempenhadas por algumas pessoas, estas fazem a diferença. Fazem-se notar e fazem elevar a sua função.
Nós, clientes, utilizadores e receptores deste serviço, sentimos logo quando estamos na presença destes líderes. É para eles esta mensagem de hoje. Homenagem de hoje para que continuem com esse brio de forma a chegarem a grande líderes de amanhã. Não tenho dúvidas que estas pessoas são um exemplo de profissionalismo e que, muitos de nós, se nos abstrairmos do que é que estas pessoas estão a fazer – tão simples como limpar ou ser mecânico – podemos detectar uma grande atitude humana.

Vemos que desempenham a sua função com prazer, com entusiasmo, com gosto. Querem agradar, querem fazer-te notar, simples e apenas pela forma como desempenham o seu compromisso, a sua tarefa, enfim, a sua profissão. Para isso, para estar desta forma, exemplar, não precisam de ganhar 1.000€ ou 2.000€ ou 3.000€ ou ser chefe. Podem querer mas não tem de ser. Vão chegar lá mas já são fantásticos antes de lá chegar.
O que precisam?
Só precisam que as deixem trabalhar e, já agora, que lhes prestemos atenção.
José Marques Mendes

20 de julho de 2011

RH: Os Activos Tóxicos

Quando ouvimos dizer que os recursos humanos são os verdadeiros activos das empresas, eu assino por baixo.
Dito assim até parece uma trivialidade. Quem não assinaria também, mesmo com algumas reservas.
Porém, não chega concordar, é preciso ser consequente. Agir e decidir como tal.
Fazendo uma pequena analogia com os activos convencionais das empresas, como stocks, imóveis e financeiros, aqui vai uma reflexão. Temos ouvido falar que em muitas empresas, essencialmente bancos, existem activos tóxicos, isto é, só com valor aparente. Existem mas não são bons e até fazem mal. Fazem mal porque parecem activos (valor) e enganam as pessoas que acreditam neles.

Assim, não resta mais solução que não seja eliminá-los. Limpá-los das contas das empresas. Desintoxicar.

Com as pessoas é o mesmo.
Convertem-se em activos porque ganham experiência. Ao longo do tempo vão sendo formados e muito informados. Tornam-se elos fundamentais de uma organização.
São proactivos, criativos e disponíveis para acrescentar valor. Vêm a empresa como deles e lutam pelo seu desenvolvimento. Querem que a empresa enriqueça e enriquecer (diferente de ficar rico) com ela. Querem ser uma referência e ambicionam liderar.
Mas com as pessoas também existe toxidade. Existem as que não são activos. Estão lá mas não têm valor. Estão nas organizações mas são como stock sem valor comercial. Existem mas não acrescentam nada, limitando-se a respirar o ar que está na empresa.

São recursos humanos tóxicos os que:
...passam despercebidos e, mesmo quando se precisa de uma ajuda…continuam despercebidos
...dão nas vistas pelas queixas que fazem.
...dizem sim a tudo o que se lhes pede e depois não cumprem.
...dia sim-dia não, apontam a falta de tempo para não terem algo feito.
...não devolvem as chamadas telefónicas perdidas.
...não respondem aos mails ou não agradecem a informação que recebem.
...nunca se sabe o que andam a fazer.
...nunca erram.
...erram e não aprendem com os erros.
...sendo chefias, não assumem a responsabilidade.
...sendo chefias, nunca evoluem para líderes.
...sendo líderes, não são uma referência para as equipas.
...são uns gajos porreiros, apenas.

Quem me vai conhecendo sabe que aposto nos recursos humanos como alavanca fundamental. É a minha "peça de toque".
É por isso que, quando identifico um "tóxico", nota-se logo.
Aliás, estou tão atento a isso que procuro identificá-lo antes dos demais para que a organização nunca chegue a percepcionar e sofrer do seu mal.
Aliás, é ou não é função do líder proteger as equipas do mal e do infortúnio?

José Marques Mendes

8 de julho de 2011

Em Casa de Ferreiro, Espeto de Pau

Em casa de ferreiro, espeto de pau. Santos da casa não fazem milagres.
São expressões como esta que entristecem qualquer um e que, ao longo da vida, vai-se acreditando mais nelas.
Durante décadas, pessoas e pessoas deixam as suas terras e seus lares para singrarem na vida, procurando oportunidades, quase sempre de sobrevivência. Passam anos no estrangeiro, a lutar e a trabalhar, com uma forte motivação de um dia regressar. Regressar para matar saudades mas também para mostrar que valeu a pena. Conseguiram. Não que seja por remorsos ou outro sentimento negativo mas, só e apenas, evidenciando que tiveram sucesso com a decisão tomada..., anos antes.

Estas pessoas fazem muito sucesso no estrangeiro e são portugueses tão normais quanto os que cá ficam. Há no entanto algo que os tornou uns vencedores e, materialmente, bem-sucedidos.

O que será que faz com que uma boa percentagem de emigrantes tenha sucesso lá fora?
O que faz com que os que cá fica, não tenham tanto êxito?
Há uma força que exerce sobre a pessoa uma influência tremenda. Vai de dentro para fora. Vai de um para terceiros. Acredito seriamente que a grande força que leva ao sucesso destas pessoas é mostrarem que foram capazes. Não mostrar a si mesmo mas sim, aos seus familiares e conterrâneos. É uma força interior motivada pelo impacto no exterior.

Creio que esta é a grande motivação para o sucesso, pese embora, a razão pela qual tenham decidido emigrar tenha sido a sobrevivência financeira.

É por esta razão que temos que ter muito cuidado connosco. Conhecermo-nos bem. Muito do que fazemos não é por nós mas sim pelo nosso ego. Não é pela nossa satisfação mas pela nossa ambição. Não é pela sustentabilidade mas pela materialização.
Se assim é, façamos mais pelo nosso país para mostrarmos ao mundo do que somos capazes.
Cá dentro, sem emigrar, lutemos por dias de sucesso.
José Marques Mendes