blogue editado

blogue editado por José Marques Mendes e Luís Luz

25 de setembro de 2016

Ou vai, ou vai

Quando se deseja muito que algo aconteça, é frequente ouvir-se a expressão «ou vai, ou racha». Quer-se com isto dizer que se vai tomar uma ação firme e em força num dado sentido, com vista a alcançar-se o difícil e pretendido objetivo. Aconteça o que acontecer - e independentemente dos sinais que se venham a evidenciar ao longo desta execução -, não há volta a dar e tudo deve seguir conforme o planeado… mesmo que o preço a pagar seja a perda de tudo o que se alcançou até ao momento, para o próprio e/ou para terceiros.

Pelo contrário, eu defendo o princípio do «ou vai, ou vai», isto é, um foco inabalável no resultado, mobilizando os recursos adequados, mas onde a possibilidade de perda total, de “estouro”, não é de todo aceite como hipótese. Sobretudo quando as decisões implicam um coletivo: uma organização, uma nação, … Numa empresa, por exemplo, não pode (não deve) uma decisão implicar o risco da sua continuidade pois, enquanto decisores, este deve ser o bem mais valioso a preservar.

Ou vai ou racha? Mas não pode rachar… Tem que evoluir, mudar, adaptar-se e, de preferência, antecipadamente e não reativamente. E aqui é que está o verdadeiro desafio para os timoneiros, para os líderes das organizações: verem além do óbvio e anteciparem a mudança, de modo a geri-la convenientemente. Ou fazê-la de modo mais ou menos abrupto, perante as evidências. O importante é não deixar de atuar, nem cair na tentação do tudo ou nada, pois gerir não é jogar, apostando as “fichas nos números da sorte” e em função da inspiração do momento. Uma organização detém responsabilidades sérias perante vários stakeholders que importa precaver.

Tudo isto aplica-se, naturalmente, naqueles casos em que se está genuinamente convicto no sucesso de um projeto, ou seja, acredita-se de facto no seu potencial e na sua sustentabilidade. Caso contrário, o plano tem que ser outro: “travar” e não “acelerar” mais, entrando num jogo de apostas.

Se é para avançar, ou vai, ou vai!

Luís Luz

18 de setembro de 2016

Arquivo vivo | Helena Faria

As ações que se tomam são, por vezes, contrárias com aquilo que se defende. Mas são estas incongruências que, por vezes também, se mostram como a única via que conduz aos resultados pretendidos.

Confuso?! Bom, a vida não é perfeita... e o importante mesmo é manterem-se os (bons) valores. Estes, sim, devem ser pilares inabaláveis, sob pena de passar-se a não olhar aos meios para se atingir os fins, caminhando pela «via do mal».

«Penso que, de certo modo, um líder tem uma função pedagógica, na medida em que serve de modelo e causa influências sobre aqueles que com quem convive. Assim posto, essa função pode vir a ser usada, quer para o lado positivo, quanto para o negativo.

(...)

Muitas vezes um líder encontra-se às voltas com forças contraditórias no exercício da liderança. Em primeiro lugar, a contradição é constituinte no ser humano, e cabe ao líder reconhecer essa condição humana, quer em si próprio,quanto nas demais pessoas. Além disso, há outros elementos externos, de ordem política, económica e outros, que podem afetar o exercício da liderança.»

Vale a pena (re)ler o texto original: clique aqui.

Luís Luz