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blogue editado por José Marques Mendes e Luís Luz

30 de abril de 2013

Serviço ll

Reflexão: espírito de serviço não é propriamente o mesmo que espírito de missão, essencialmente se falamos de liderança. Na nossa vida podemos ter missões a desempenhar, que começam e que acabam, com propósitos bem definidos. É uma missão e pronto.
 
O espírito de serviço é diferente porque não tem tempo. É intemporal e quem o tem, tem-no sempre e em qualquer circunstância. Não tem objetivos específicos mas apenas um que orienta o líder - servir aqueles que dele dependem ou que estão na sua zona de influência. Servir, não mandar.
Espírito de serviço aproxima-se bastante ao espirito de comando. De um comandante de um barco cuja preocupação maior é ter os seus recursos bem alinhados, bem preparadas, confiantes, com procedimento de atuação claros e ele, limita-se apenas a ver mais além tentando antecipar perigos, protegendo a equipa do desconhecido e do imprevisível.
É um líder.
 
Na nossa vida em geral também podemos ser assim. Dedicarmo-nos às nossas tarefas diárias, com afinco, com energia e determinação mas, sempre buscando a oportunidade de servir quem nos rodeia. Não sermos nós e os outros.
Por outro lado, levantar a cabeça e procurar antecipar imprevistos. Se nos cuidarmos desses imprevistos, protegemo-nos e protegemos a nossa família do que nos possa acontecer.
 
Parece existir um paradoxo entre o servir e o cuidar de nós mas não existe. É que, se cuidarmos de nós, física e mentalmente, estamos proteger-nos de algo mau que nos possa acontecer e assim não prejudicamos a vida dos que nos rodeiam. Fazemos bem não fazendo mal. Fazemos bem não perturbando o bem dos outros.
Se tivermos uma depressão, quem sofre connosco?
Se tivermos um AVC ou um enfarte, quem nos cuidará?
Se tivermos uma crise provocada por excessos, quem nos acode?
Por todo o mal que fizermos a nós mesmos, acabamos sofrendo e a sacrificar terceiros e isso não abona nada ao espírito de serviço e de liderança.
Afinal, acabamos a pedir que nos sirvam sem servirmos.
 
A nós, comandantes da nossa vida, é-nos exigido que nos levemos por bons caminhos não atrapalhando os caminhos dos outros.
Antes de tudo, fazermo-nos bem.
 
 
Orientação: Podemos fazer coisas simples que nos alertam.
Coisas tão simples quanto refletir sobre como andamos a comer. Demasiada carne vermelha? Demasiados fritos? Pouca fruta? Bebidas alcoólicas diariamente?
Com essa reflexão, procurar compensar descuidos e excessos.
Coisas tão simples quanto refletir sobre como andamos a dormir. As últimas noites têm sido bem dormidas e com as horas necessárias? Por vezes temos uma noite ou outra pior e isso não alarma mas, mais que isso merece uma atitude uma ação.
Coisas tão simples quanto apreciar o saldo bancário no último dia de cada mês. Como estamos a chegar ao final do mês? Cada vez com mais, ainda que pouco, ou cada vez com menos?
 
Isso é liderar-se.
José Marques Mendes

16 de abril de 2013

Serviço l


Reflexão: Não podemos ser nós e o nosso umbigo.
Logo em pequenos, crescemos sendo o centro das atenções e tudo girava em torno de nós. Habituamo-nos a receber muito e a dar pouco.
Ao contrário dos muitos bons ensinamentos que recebíamos na escola e em casa, este hábito de receber muito e dar pouco é uma má prática. É uma má cultura educacional.
Receber, ter, ganhar, conquistar, herdar, etc, são tudo verbos de encher, o bolso, o ego e pouco mais.

O ego é o nosso pior amigo. É um amigo, sem dúvida, porque o queremos “sentir e ter por perto” porém, de entre os amigos é o mais perigoso. A relação com ele é tormentosa.
Quem não tem amigos cuja relação é uma espécie de amor-ódio?
Se alimentar o ego é o centro das nossas ações, então estamos muito dependentes deste amigo. Fazemos as coisas pelo seu bem-estar permanente e isso acaba por deixar-nos perturbados e saturados. Daí o ódio que por vezes sentimos pelo ego. Pelo nosso ego. Por nós, portanto.
É com esta reflexão que me apercebo que o ego, para além de ser importante aliado não é o fim de nós. Não é um fim em si mesmo. Nós não somos apenas o nosso ego.

Orientação: Devemos estar mais disponíveis para os outros. Servir os outros quer nas suas necessidades quer nas suas expetativas. Se o nosso comportamento estiver mais voltado para os outros, provavelmente não alimentamos o nosso ego mas estamos a ser muito superiores a ele. Nós somos mais que o nosso ego. Vale a pena dizê-lo mais que uma vez. Nós somos mais que o nosso ego.

Seria um enorme passo relacional se, quando estamos a tratar de algo com alguém conseguíssemos tomar consciência se estamos a pensar nos dois em vez de ser, apenas, em nós.
Isso é serviço, liderança e vale muitas Missas e mil Perdões.

José Marques Mendes