blogue editado

blogue editado por José Marques Mendes e Luís Luz

4 de fevereiro de 2011

Bati no fundo

Já bati no fundo. Pior não posso estar. Quantos de nós já se colocou na presença destas constatações?
Parece que não há pior, mas há. Acreditem que o dia seguinte pode ser pior que o de hoje.
Ouvi, inúmeras vezes, pessoas reivindicarem para si o estatuto dos mais desgraçados. Não há pior, diziam. Mais adiante, não só não ganharam o estatuto como estavam em pior circunstância. Também vi, nesse momento, que voltavam a referir que tinham chegado ao fundo. Agora era mesmo. Mais há frente comprovou-se que a situação havia piorado.
O que vi nos outros, no seu caminho para a desgraça, foi uma aprendizagem. Aprendi a respeitar a vida e o que ela nos proporciona. Só damos efectivamente valor a uma coisa quando a perdemos. Há o sentimento de que se a temos é como um direito. Não podemos pensar assim. Esse tempo já lá vai e se calhar nunca foi correcto pensar assim, quer para as questões materiais quer para as emocionais e relacionais.
Respeitando a vida na sua plenitude, isto é, nos dinheiros, nas pessoas e nos comportamentos, é fundamental que tenhamos duas orientações estratégicas:
- Valorizar o que temos. Tomar consciência do nível conseguido. Boa. Feel it!!!
- Ambicionar criar. Querer ir a mais. Querer colocar outra pedra sobre a pedra. Great!!!
Há dias, em Lisboa, um taxista falava comigo (quem me conhece sabe que falo com meio mundo) e me dizia:
-Sabe, acordo bem-disposto todos os dias.
Incentivei-o a mais.
-Tenho tudo o que queria. Não devo nada ao banco e realizei os meus sonhos.
Incentivei-o ainda mais.
-Sonhava acabar a casa, lá na terra, fazer duas garagens e comprar um tractor com o meu primo. Consegui tudo e agora vivo a vida com o que ela me dá.
Este homem conseguiu ser feliz porque tinha sonhos a realizar. Seria impossível bater no fundo porque levava a vida no sentido contrário. Num sentido ascendente.
Estou totalmente convencido que os que se sentem no fundo ou que temem ir ao fundo são os que ainda não decidiram para onde ir. Para onde levar a vida. O que fazer com ela.
Em tempos li e guardei carinhosamente uma reflexão sábia:
“Não há vento que sopre a favor quando não se sabe para onde ir.”
José Marques Mendes

2 comentários:

CMM disse...

Eu já senti isso, e provavelmente voltarei a sentir...Aprendi, no entanto, que é do fundo do poço que vemos as primeiras estrelas!!
Por isso, centro-me no presente,naquilo que tenho, e vejo o horizonte.... valorizando, a cada instante, QUEM TENHO NA MINHA VIDA.
Obrigada!

JMM disse...

Boa reflexão.