blogue editado

blogue editado por José Marques Mendes e Luís Luz

26 de abril de 2012

TODOS, temos que ser mais e melhores, JÁ.

Perguntam-me se temo que os empresários leiam este artigo? Não.
Perguntam-me se temo que os desempregados leiam este artigo? Claro que não.
Perguntam-me se temo algo? Sim, temo que não se aprenda nada com os dias de hoje e que fique tudo na mesma, que a única coisa que muda é o desemprego a subir e as falências a aumentar. Isso é que eu temo.

O país precisa de mais líderes e empreendedores, já.
O nosso desafio, o desafio dos gestores, líderes e empreendedores, é procurar fazer mais pelas empresas portuguesas e não procurar o melhor trabalho possível para cada um. Isso não existe à partida. Isso é consequência e vem depois.
Falo de novas lideranças, novas energias, iniciativas novas e fraturantes.

Se um país investiu tanto em conhecimento e experiência em várias gerações de pessoas, profissionais, gestores, líderes, com licenciaturas, em cultura empresarial, em organização do trabalho, com mestrados, MBA, etc., porquê deixar fugir estes valores?
É um crime intelectual.
É um crime que um país tão desenvolvido como o nosso, em formação, em tecnologias de informação, em estudos empresariais, em cultura financeira, em gestão de recursos humanos, em domínio de idiomas, em marketing, comunicação e inteligência emocional, em formação profissional, deixe os seus quadros à deriva. Que deixe quantidades sérias de quadros preparados completamente à deriva.
É um atentado ao talento.

Como é possível que tanta experiência e conhecimento vão para o desemprego e se inscrevam para um subsídio, fiquem numa lista de procuras de emprego e se limitem a fazer contas a quantos meses vão ter de subsistência?
Como é possível que esta preparação toda seja colocada na prateleira nacional ou até mesmo perdida nas empresas de outros países?
Então nós, Portugal, é que os preparámos e agora deixamo-los ir para o estrangeiro?
Esta é a preocupação à escala nacional mas também o deve ser ao nível de cada empresa. Reter talento.
Tem de haver muito mais a fazer e eu acho que de facto há muito mais a fazer.


Façamos um pequeno diagnóstico para entendermos o que pode ser diferente.
Há dois grandes responsáveis por tudo isto:
1) Os próprios desempregados porque, para além desta experiência toda e deste conhecimento todo, sempre se habituaram a ter um emprego, um cargo, um salário e uma vida equilibrada entre casa e trabalho. Ao tentarem manter todo este conforto decidiram não lutar pelas empresas em que estavam integrados e foram muito cúmplices de má gestão e lideranças incompetentes. Quadros que se esconderam no chavão “a empresa não é minha e não sou eu que mando”. Pois bem, isso foi desculpa de mau pagador para quem não quis pôr as mãos no fogo. Não lutaram por uma empresa melhor e depois pagaram a fatura. Não exigiram saber mais e intervir mais.
Ainda hoje vejo muito disso. Ai como vejo. Quadros que veem os empresários, os chefes, os líderes, a conduzir mal a empresa e nada fazem. Criticam, incomodam-se, stressam, não dormem de noite mas, no dia seguinte, fica sempre tudo igual. Fazem tudo na mesma. Acham que se forem uns yes man as coisas compõem-se. Vai passando. Contam os dias e esperam o fim do mês. Esqueçam. O tempo já não resolve nada.
Isso acontecia em meios económicos herméticos mas, com a globalização, a inoperância de uns é o sucesso de outros. A incompetência de uns é o sucesso de outros. A passividade de uns é o sucesso de outros.
Os próprios desempregados de hoje são muito responsáveis pela sua própria situação porque foram muito complacentes ontem e, devo afirmar contundentemente, os que são complacentes hoje serão os desempregados de amanhã. Certinho. Contem os dias.

Solução: aos quadros desafio a que ataquem os líderes incompetentes e incapazes e lutem por aplicar a vossa própria opinião, se a tiverem. Uma organização é feita por todos e cada um tem de contribuir ativamente. Ter um líder incompetente não é uma fatalidade. É um desafio fazer com que a sua incompetência não afete a empresa.


2) Os empresários também são muito responsáveis porque, para além de quererem as suas empresas melhores, não sabem querer mais nada.
Querem melhorar as empresas aumentando as vendas mas não apostam em novas pessoas, novas ideias comerciais e novas variáveis de negócio. Querem reduzir custos mas despedem pessoas competentes só porque estão a contrato a termo certo. Valha-me Deus.
Querem novas filosofias de gestão mas rejeitam lideranças com novas iniciativas e voltam à “velha guarda”. Querem a empresa a prosperar mas têm medo da internacionalização. Querem que a empresa seja viável mas não aceitam novos sócios. Preferem ser 100% donos de uma empresa que está em queda do que ter apenas 50% de uma empresa com futuro. Por vergonha, suponho.
No entanto, fazem pedidos, movem influências, fazem choradinhos, tentam agradar a “gregos e a troianos”, “querem estar bem com Deus e com o Diabo” mas devem muito à determinação, coerência e confiança nos outros.
Isto não vai lá com pedidinhos e falinhas mansas.
Os empresários estão a mudar muito, bem sei, mas ainda consideram os recursos humanos apenas um custo. Durante anos pagaram salários, formação e experiência e mesmo assim continuam a “contar as pernas e a dividir por dois” para verem quantos despedem.
Dizem que as pessoas são o maior ativo das organizações mas estão sempre a falar de produtividade, custo de pessoal, vendas per capita, quanto me custa este, quanto me custa aquele, etc., etc.
Há maneira diferente de ver as coisas? Ah pois.
As pessoas são iniciativas, logo pode contabilizar-se ideias por pessoa.
As pessoas são emoções, logo pode medir-se o clima social.
As pessoas são dinâmicas, logo deve promover-se a mobilidade.
As pessoas são empreendedoras, logo deixá-las fazer coisas dentro da empresa.
As pessoas são líderes, logo deixá-las decidir, comandar e reestruturar.
As pessoas somos nós, logo deixá-las ser felizes nas empresas.
Creio, muito sinceramente, que a grossa maioria de empresários nacionais tem medo de arriscar nos outros. Têm medo de arriscar nas pessoas internas, nas pessoas que trazem ideias, nas pessoas que trazem parcerias, nas pessoas que trazem novos mundos. Arriscam em si e ponto.
Querem negócios à sua maneira e à porta de casa. Não há, ponto final.

Solução: aos empresários deixo o desafio a que se abram às iniciativas internas de pessoas da empresa mas, também e essencialmente, abram as portas a profissionais que estão livres no mercado com bons currículos. A que invistam mais em conhecimento humano sacrificando a conta de resultados no imediato. A médio prazo, seguramente, este conhecimento dará resultados. A vida não são dois dias, muito menos a vida das empresas. Não procurem os resultados para amanhã mas, sim, para depois de amanhã.
Apostem, Meu Deus.


A agravar tudo isto, temos mais uma chatice. Temos em Portugal um raio de um preconceito com o valor dos desempregados que não nos deve deixar indiferentes. Quem está a trabalhar é que é bom. Os desempregados são valores residuais. Parecem menos válidos.
Por acaso nunca pensei assim e quem me acompanhou sabe que sempre tratei o valor por igual em ambas as circunstâncias, mas, hoje, isto ainda é mais verdade. É ainda mais importante e não é por haver mais desempregados. É mesmo atendendo ao talento disponível.

Inspirado neste preconceito, desenvolvo o que poderia ser o mote para uma tese em gestão de pessoas.
Antes os desempregados eram o elo mais fraco porque não tinham valor para entrar nas empresas. Muitos cumpriam um excesso de trabalho e, uma vez terminado, saíam da empresa. Taxa de desemprego na casa dos 7% e assim funcionava o mercado.
Agora, devemos considerar que, duplicada esta taxa para os 15%, as razões dos incrementos podem ser:

  • empresários que não conseguiram manter as suas empresas face à crise e fecharam totalmente. Pois bem, o bom talento que aí havia está no desemprego. 
  • empresários que decidiram reduzir pessoas e fizeram-no numa base contabilística; logo dispensaram os mais baratos (salários vs vínculo) independentemente do talento.
  • os bons, irreverentes e que por brio não se identificaram com as lideranças incompetentes das chefias tomaram a decisão de sair.
  • e, claro, pessoas recém-preparadas com estudos mas sem espaço de trabalho. Preparadas, portanto.
São fatores que nos devem sensibilizar a todos para o valor e talento que está disponível no mercado e deixemo-nos, de uma vez por todas, de um preconceito parvo e que nos dias de hoje não tem razão de ser.
O mercado de capital humano e gestão de talento está a reajustar-se para novas medidas de recrutamento, avaliação de potencial e formação. Esta ideia de ir recrutar a uma empresa um profissional para movê-lo para outra pode estar a estragar o mercado em dois sítios, simplesmente por capricho e preconceito do empregador destino. É preferível usar as empresas de research (especialistas, portanto) para avaliar o mercado em geral e deixar trabalhar quem está a trabalhar.


O país está a mudar.
Já mudou muito e vai continuar a mudar. Em minha opinião vai piorar. Não vou dizer que é pela austeridade e falta de engenho económico porque isso é evidente. Prefiro dizer que vai mudar ainda mais e para pior porque o desemprego vai continuar a aumentar e pelas mesmas razões de antes. Por um lado, porque há quadros que estão passivos nas empresas e a pactuar com inabilidades das chefias e empresários e, por outro, os empresários estão a ver no que vai dar o futuro e não agem. Não fazem reformas, nem de modelos nem de lideranças. Em qualquer dos casos, o tempo será fatal.
Há exceções, claro que há exceções. Graças a Deus!
O país está a mudar.
Já mudou muito e vai continuar a mudar. O que vai na nossa cabeça está em constante mutação e é assustador o que vamos aceitando.
Pessoas a aceitarem fazer qualquer coisa só para trabalharem perto de casa.
Pessoas a aceitarem qualquer coisa só para não estarem paradas.
Pessoas a fazerem coisas que, há um ano ou dois, criticavam nos outros.
Pessoas a deprimirem-se e a ziguezaguearem só para ocuparem o tempo.
Pessoas a aceitarem sair do país.

Esta é a parte importante. Agridoce mas importante – sair do país.
Se estes valores humanos aceitam a saída de Portugal, por que é que os empresários os despedem para reduzir custos? Por que é que estes profissionais não são aproveitados para fazerem sair as empresas num processo de exportação, internacionalização ou novos negócios? Os empresários têm de envolver todos estes recursos na viabilização das suas empresas, seja qual for a solução.
Creio que esta é a grande mudança e a mais importante de todas – mobilidade. Oxalá seja mesmo. Que a mente dos quadros de hoje os deixe disponíveis para saírem do país. Ontem, o que queriam era apenas um trabalho e um aumento salarial anual acima da inflação. Contentavam-se com pouco e olhem no que deu essa falta de ambição. Nem eles cresceram nem fizeram crescer as empresas.

Esta é grande mudança e a mais importante de todas. Os quadros de hoje aceitam internacionalizar-se, internacionalizando as empresas.
Empresas e empresários, toca a aproveitar isso e não inventem a roda. Os descobrimentos há 500 anos foram feitos com a prata da casa. Foram feitos por portugueses. Foram feitos por quem já estava cá dentro. Cá dentro mas a fazer crescer esse “dentro” aumentando o protagonismo do país no mundo.

Cá dentro, por dentro mas a olhar para fora.
Cá dentro, em Portugal. Por dentro, por Portugal. A olhar para fora porque o futuro das empresas é a internacionalização, a exportação, a globalização.
Estou convencidíssimo de que mais importante que um gestor experiente sair do país para melhorar o seu rendimento é levar as empresas para fora do país para aumentarem os seus rendimentos. Eu, se ajudar as empresas em Portugal a crescer, mesmo que seja saindo, estou a cuidar das várias pessoas nessas empresas e a cuidar de mim mesmo. É um desígnio.
Estou convencidíssimo de que ainda há matéria e empresas em Portugal onde aplicar a minha energia, conhecimento e liderança mas, claro, cá dentro a olhar para fora.
É importante que os empresários abram espaço a novas iniciativas de liderança. Isso é que é o ponto de viragem da cultura empresarial nacional.

Nota: nesta reflexão eu poderia criticar o Governo ou simplesmente referir-me a Ele mas, “é chão que já deu uva”. É um protagonista do qual não devemos esperar muito, seja ele qual for.
José Marques Mendes

23 de abril de 2012

Prestar atenção aos sinais

Será que andamos muito acelerados em busca do trabalho, do dinheiro, da saúde, dos negócios e muito ocupados com o facebook, linkedin, tablet, jornais, televisão que, no meio de tanta informação e conhecimento, não conseguimos antecipar nada?
Esperamos que as notícias e comentadores digam o que vai suceder a breve trecho, em desemprego, impostos, emigração, etc? Esperamos que as chefias no trabalho digam que decisões tomar e que caminho seguir?

Que momento, este!
Existe tanta informação e sabe-se tão pouco sobre o futuro. Será uma vantagem para as mulheres que conseguem apelar à sua intuição feminina e prever, antecipar algo?
Será por isso que começam a tomar mais lugares de liderança nas organizações?
Será que explica o grande ascendente no ambiente familiar?

Nos dias que correm, ainda que ache que sempre foi importante, tentar antecipar acontecimentos e comportamentos pode fazer a diferença. Seja em termos de negócios, decisões no dia-a-dia ou ajustes no nosso temperamento.
As coisas estão a acontecer à nossa volta a uma velocidade impressionante. Existe muita informação, toda a gente comunica com toda a gente, temos ouvidos, vemos e porque sentimos e refletimos, queremos agir mas fica-se confuso e com receios.

E normalmente não é preciso mais informação mas tão-somente prestar atenção aos sinais que vamos recebendo permanentemente. Sinais que são tudo - eventos, pessoas e informação – o que se cruza na nossa vida.

Uma pessoa que me conhece relativamente bem e que me orientou durante uns anos, disse-me um dia:
- O José Miguel decide com pouca informação. Isso é muito bom. Cuide disso.
Com a afirmação tão contundente, esta pessoa ajudou-me imenso no meu autoconhecimento porque passei a prestar muita atenção à minha tendência para decidir com pouca informação.
Assim era e passei a cuidar disso: decidir com pouca informação e a avaliar os desvios à realidade.
Passei a desenvolver esses inputs e a tomá-los como essenciais na gestão das minhas decisões.

E porquê que digo que isto pode fazer a diferença nos dias de hoje?
Se tomamos decisões com pouco informação ganhamos imenso tempo face ao convencional ritmo da informação. Fazemos as coisas acontecerem mais depressa. Se esperamos por ter toda a informação, saber muito mais, então o tempo corre e perdemos competitividade. Tomamos decisões como muitos outros a tomariam. Quando as coisas acontecerem, já as decisões estão tomadas.

É arriscado? É.
Para além disso tem uma enorme chatice. Pode-se ter razão antes do tempo e isso é inexplicável.
Decidir com pouca informação e com atenção aos sinais, aos olhos dos outros gera alguma ansiedade e desconforto porque a incerteza gera ansiedade e desconforto.

Para alguns, a incerteza é paralisante, para outros, é uma forma de estar na vida.
Quem é assim a tomar decisões tem que ter o seu espaço - autonomia e responsabilidade. É uma liderança extremamente proactiva, visionária, arriscada mas entusiasmante.
Mas é extremamente importante em momentos de incerteza como os que atravessamos tanto mais que, existe tanta informação e sabe-se tão pouco sobre o futuro.

José Marques Mendes

10 de abril de 2012

Os ídolos fazem a diferença

É muito normal as pessoas terem um ídolo. Uma referência. Alguém que tomam como um modelo de comportamento.
Claro que é mais vulgar na fase juvenil mas, creio eu, até na fase adulta as pessoas têm ídolos.
Também não é mesmo verdade que os ídolos tendem a ser pessoas do campo artístico ou desportivo. Não é normal ter-se um ídolo político mas, que os há, há. Não é normal ter-se um ídolo nas empresas mas, que os há, há. É mais normal ter na família mas, mesmo assim não é comum.

Tudo isto está muito bem e isto nos deveria fazer refletir.
Não propriamente o facto de termos um ídolo mas, a predisposição para o ter. As pessoas são sensíveis a determinados comportamentos de outros que, por esta e outras razões, o veneram. Querem sentir-se próximas dessa referência e adotam o seu estilo e modo de atuação.
Por vezes apaixonam-se. Bate certo pois muita gente se apaixona pelo trabalho. Põe muita paixão naquilo que faz. Bate certo. Faz sentido.

Ser um ídolo é de enorme responsabilidade mas, ter um ídolo não é menos.
Note-se que quem assume que tem um ídolo está a condicionar-se. Está a identificar-se com algo. Está a assumir que segue e que está disposto a compromissos. Quem assume que tem um ídolo é transparente, até consigo mesmo.
Está a condicionar-se mas também a comprometer-se. Essa é a responsabilidade bonita.
Ter um ídolo é ter estas referências, esta lógica de comportamento e estar preparado para as comparações.
Assumir-se que se é fã deste ou daquele é assumir um compromisso.

É um fenómeno de liderança no mais puro e profundo da sua essência.
Líder é aquele que se torna uma referência e liderados aqueles que o seguem. Não propriamente num caminho, num rumo ou num destino mas, mais sério ainda, em comportamento, estilo e comunicação.
Por isso entendo que vale a pena refletir sobre o facto das pessoas estarem predispostas a ter um ídolo.

Muitos líderes de equipas e organizações deveriam ter essa pretensão. Preocuparem-se com o seu comportamento, forma de comunicação, estilo, forma de acrescentar valor, ser sensível ao meio, cuidar das palavras, criar emoções, proporcionar momentos únicos, fazer vibrar com resultados, ficar triste e alegre quando é para tal, enfim, ser diferente.
As equipas e as organizações passam muito tempo em rotinas e quotidianos acinzentados.
As pessoas passam muito tempo nas empresas e afastadas de quem as emociona.
Os líderes nas organizações deveriam ser mais ídolos. Mais personalizáveis. Mexer mais com as pessoas. Tornar-lhes os dias melhores. Fazê-las esquecer o salário. Que os dias não se notem ao passar. Que as noites fiquem curtas de sono. Que não importe se chove ou faz sol.

Os líderes deveriam tentar tudo isto. Tentar pelo menos.
Tenho para mim que as pessoas estão preparadas para isso. Só é necessário que os lideres se assumam.
Uma das vias para sairmos da crise é que quem lidera torne as coisas diferentes. Torne a vida das pessoas diferente.
Se todos os líderes, numa pirâmide organizacional, tiverem o ambicioso objetivo de não serem “mais um”, as coisas melhoram. Todos criam melhorias porque impactam nas pessoas das suas equipas.

Não será um a puxar mas sim todos a empurrar.

Deixemos de ser cinzentões, acomodados e a pensar no salário, medricas e a pensar no desemprego, passivos e a pensar em ir para casa, desmotivados e a sonhar alto, chefinhos a pensar na cadeira que ocupam, totós e a pensar que a crise vai acabar porque vai.
Na pirâmide organizacional os líderes têm de tentar ganhar fãs. As suas equipas são potenciais fãs. Ambicionem isso mesmo que não consigam lá chegar. Mesmo que não cheguem a atingir esse estatuto interno, acreditem que muito evoluíram e muito proporcionaram de diferentes às pessoas.

A vida vale a pena por isso. Pelo que se consegue mas muito pelo que se tenta conseguir.
José Marques Mendes

1 de abril de 2012

Líderes sem berço

Há alguns anos atrás, ainda eu no início de carreira, sou promovido a Assessor do Diretor Industrial. Na altura, 1998, era um passo muito sério na vida da empresa na minha. Lembro-me do preocupado que estava. Assustado não era bem o caso porque nunca chego a tanto mas, perguntava-me se “eles” tinham a certeza do que estavam a fazer. Promover-me a cargo tão sério.

Nesse momento vivia um misto de entusiasmo e angústia. Queremos mas tememos. Nunca sabemos se estamos a ser promovidos ao nosso nível de incompetência.

É nessa turbulência de emoções que se cruza comigo no corredor um diretor da “velha guarda”, talvez o mais antigo do grupo, diretor de compras, e me felicita pela promoção ao novo cargo.
Eu, ainda inseguro sobre que níveis de entusiasmo apresentar, repondo algo do género:
-vamos ver como me “safo”, Dr. Augusto.
É nesse momento que este homem fez a diferença…na minha vida.
Ele respondeu num tom vivo e convicto que ainda hoje registo como se tivesse sido ontem:
-José Miguel, não tenho a menor dúvida que isso para si é fácil.

Falou-me como se fosse um desafio e já ganho.
Daqui tirei alguns ensinamentos que hoje estão já enraizados em mim:
1. a vida é cheia de desafios e competividade a todo o momento.
2. é fundamental a autoconfiança à partida para cada dia da nossa vida.

Inspirei-me em desenvolver este tema no blogue depois de uma pessoa me contar a sua recente promoção. A determinada altura dizia-me que o presidente da empresa passou por ele e lhe disse:
-parabéns pela promoção.
Ele sorriu e agradeceu mas logo o presidente rematou:
-agora o que é preciso é resultados.

Pois, este não é o Dr. Augusto. É um imbecil qualquer.
Claramente aquela promoção foi um presente envenenado pois o presidente vai estar a olhar para os números e não para o desenvolvimento da pessoa e da função. São estes abutres dos recursos humanos que é preciso extinguir. Esta gente premeia com segundas e materiais intenções, apenas.

É claro que o sucesso das pessoas e das funções é medido com resultados mas, pelo caminho há muito a fazer e, há que começar bem. Aliás, uma organização é feita pelo sucesso e resultado de vários. Liderar o conjunto é que é o segredo.
Esta pessoa, ao contar-me, nem se apercebeu que aquilo a marcou porque, no meio do entusiasmo conta-me esta passagem de 15 segundos. Pois claro, ficou marcado no seu subconsciente esta “pressão do presidente”.

Este tipo de líderes, austeros e senhores do poder, são um perigo porque perigam as suas organizações. Minam o equilibro das pessoas.
Creio mesmo que são líderes sem berço ou com uma “infância profissional” dolorosa. Parece que estão a dizer a toda a hora:
-se eu passei mal, também tereis de passar.

Sei lá. Se calhar não é isso e é mesmo mau feitio. Mau caráter.

Quando a aposta é nas competências das pessoas e a promoção é honesta, então basta um simples:
- Parabéns pela promoção.
Se quiser ir mais longe um pouco, diga:
- Se precisar de alguma coisa, não hesite em me procurar.

É tão fácil não se ser inconveniente.
José Marques Mendes

27 de março de 2012

Comunicação Interna - Parte 2

Comunicação interna assenta no Porquê, no Quê mas, deixa espaço para o Como.

1. Porquê que se comunica um determinado assunto?
2. O Quê que nos preocupa em tal assunto?
3. Como se altera esse assunto?
1e 2 deve ser tratado com os colaboradores mas o ponto 3 deve ser tratado pelos colaboradores. São eles quem mais sabem como.


Comunicação interna informa para unir todos em volta dos objetivos, cultura e valores. Para que nos compreendamos mutuamente e nos comprometamos.


A comunicação interna vai por passos e por trás de um Plano de Comunicação Interna (PCI) há que considerar (perguntar):
1.Que queremos das pessoas para conseguir os objetivos estratégicos?
2.Que aptidões e disponibilidade têm os trabalhadores da empresa?
Cruzar os pontos 1. e 2. dará o pilar para orientar a forma do plano.


A partir daqui teremos resultados diferentes porque teremos comportamentos diferentes e conseguidos com a "ferramenta PCI".

Mas atenção:
Há que evitar que os colaboradores pensem que é “fachada para algo” e conseguir o seu envolvimento por via da comunicação interna. O pensar deles não é uma ação inócua ou desprezível. O que a organização perceciona é decisivo para o seu comportamento global.

Pode suceder sim, que “leiam” a comunicação interna como manobra de diversão se não entenderem o que se comunica e a sua coerência no tempo.
A forma de garantir que tal não acontece, é que a gestão de topo dê o exemplo e seja a primeira a mudar, ser frontal, muito consistente e intelectualmente honesta.
Se não vêm, por parte da hierarquia, propensão a mudar o comportamento como aceitar que peçam às equipas para mudar?

José Marques Mendes

22 de março de 2012

Comunicação Interna - Parte 1

Comunicação interna é uma ferramenta e não um resultado.
O enfoque não é fazer um Plano de Comunicação Interna por si só mas sim, utilizar a comunicação interna para conseguir os objectivos em linha com a estratégia da empresa.

Fazer querer aos outros do que achamos que deve ser feito para melhorar.
Quando os colaboradores se queixam da comunicação interna não quer dizer exactamente isso porque, muitas vezes, nem sequer sabem o que é a comunicação interna. Queixam-se que a empresa não ouve e que não se sentem implicados no projecto de empresa. Esta questão não é comunicação interna. É algo mais porém, a comunicação interna pode ajudar a minimizar.

As empresas não têm problemas de comunicação interna. Têm sim problemas em conseguir implicar os trabalhadores na conquista dos resultados. A comunicação interna não é um fim mas sim um meio; uma ferramenta. Por isso, o responsável pela comunicação interna e o próprio Plano, devem estar alinhados com a estratégia e seus objectivos.

Comunicação interna não deve existir para motivar. Um dia que a realidade seja má, este objectivo será frustrante porque não altera. Comunicação interna é para informar e não deixar as pessoas sem conhecimento interno.

Para orientar a comunicação interna devemos fazer a pergunta:
Que pode fazer a comunicação interna para melhorar o desempenho dos trabalhadores e como tal melhorar os resultados?
A essência não é a insatisfação das pessoas com a comunicação interna mas como esta pode afectar o desempenho.

Não se deve fazer um plano de comunicação interna porque nos deixam ou porque nos pedem. É preciso acreditar nele. Todos e desde o topo. Aliás, são estes os principais prevaricadores.
A comunicação interna tem que ser assumida pelo topo da organização no sentido de informar. A gestão de topo tem como principal responsabilidade saber estar para comunicar quando as coisas não estão bem. Não ter receio à “conferência de imprensa” interna.

Quando vejo que uma organização não aposta na comunicação interna e a liderança foge ao embate com as equipas, então concluo facilmente que a liderança é pobre.

José Marques Mendes

4 de março de 2012

Um líder que trabalha que nem um louco será despedido.

Um líder que trabalha que nem um louco será despedido, mais cedo ou mais tarde. Registem.
O tempo não pára. O dia mantém a mesma dimensão das 24 horas e continuamos a precisar de comer e dormir.
Para além disso, vai-se crescendo e com isso aumentam-se os compromissos de família. Mais tempo para todos estes.

Estas são trivialidades do dia-a-dia mas que, aparentemente, são um entrave ao equilíbrio pessoal.
Um entrave porque as prioridades parecem ser outras. Dedicamo-nos ao trabalho de uma forma que parece não haver mundo. Não haver amanhã.
Pode até nem ser um sacrifício porque muita gente adora trabalhar. Por exemplo eu que, embora não sendo um workaholic, adoro trabalhar. Ainda por cima me pagam para fazer o que gosto.
Estarei entre o hábito forte e o vício controlado.

A entrega ao trabalho pode ser com paixão mas também por carreira e ascensão.
A entrega ao trabalho pode ser simplesmente para empreender.
Mais poder, mais dinheiro, mais responsabilidade, mais stress, menos tempo, menos família, menos nós, mais perigo, mais desgaste, mais frustração e, normalmente, esta sequência termina em mau desempenho e despedimento.

E as pessoas dizem: afinal...tanta coisa para nada! Eu dedicava-me tanto.
Aliás, os colegas dizem: trabalhava incansavelmente.

Quantos já se deram conta de que há pessoas totalmente desoladas porque se entregavam tanto a uma empresa ou função e acabaram dispensadas?

Acontece imenso.
Why?
Porque as pessoas não se preparam. Nem com formação mas, essencialmente, em organização pessoal.
Acham que trabalhar muito é que dará o sucesso.
Desenganem-se.

Next....umas dicas sobre organização pessoal sem que tenham de comprar um livro.
- Usar sempre uma agenda. Nada de post its nem memória.
- Marcar na agenda os tempos para tudo. Seja assuntos profissionais sejam pessoais.

And, the last but not the least, marcar na agenda os tempos em que não vai fazer nada. Literalmente nada. Assim, quando chegar a esse momento, fará qualquer coisa por si.
Easy.
José Marques Mendes

14 de fevereiro de 2012

Hoje e Eu

Estamos numa fase muito difícil.
O país está para esquecer.
As empresas neste país, grande maioria, estão para esquecer.
Muitas pessoas, nessas empresas, têm crises pessoais para esquecer.

Do particular para o todo, a visão não é boa.
Do todo para o particular, parecemos pequenos e indefesos.
É natural que as pessoas sintam um mal-estar e uma angústia tremenda.

Olhamos para o país e entristecemos.
Olhamos para o trabalho e desmotivamos.
Olhamos para nós e não nos gostamos.

É URGENTE fazer alguma coisa. Reagir.
Inspirado por uma conversa amiga de há dias, deixo uma dica que considero das mais importantes que manifestei até agora.
É séria, honesta, sincera e com muito de mim.

Não olhemos para o país.
Não olhemos tanto para a empresa.
Desfocalizemos do dia-a-dia e olhemos mais para nós.
Não é egoísmo nem individualismo, ainda que pareça.

Há que reagir prestando mais atenção a nós mesmos.
Façamos algo por nós. Nós somos um corpo e muito mais.
Nós somos amigos. Somos família. Somos entretenimento.
Somos gargalhadas. Somos correr, andar e passear.
Somos ler. Somos escrever. Somos pensar e divagar.

Nós não somos só trabalho.
Somos viajar. Somos dormir e sonhar.
Somos beleza, estética e bem-estar.
Somos desporto. Somos comer e beber.

Somos filantropos. Somos ajuda.
Somo carinho. Somos médicos de nós.

Cuidemos das nossas relações.
Telefonemos a um amigo. Marquemos um jantar ou passeio.
Busquemos o filme que queríamos. Compremos o livro.
Lembremos amizades. Construamos ideias.

Falemos mais com a mulher. Com o marido.
Oiçamos mais os pais, os filhos.
Comuniquemos com os ouvidos e com os olhos.

Não sejamos tão ativos e acelerados.

Somos muito mais do que o que julgamos.
Somos muito para além de Portugal e do trabalho.
Puxemos por nós e desfocalizemos do quotidiano.

Façamos algo por nós.

Não oiçam os noticiários. Atrofiam.
Não esperem pelo país, governo ou empresas.
Não esperem.
Avancem por conta própria.
José Marques Mendes

10 de fevereiro de 2012

INVESTIR...no orgulho

Há dias, ao escrever sobre o futuro, nomeadamente chamando a atenção para o que fazemos hoje de grandioso, que nos projete no futuro e encha de orgulho os nossos descendentes, dava duas sugestões:

·         Investir o que não temos.
·         Ir além de nós mesmos.


É sobre isso que me estendo, hoje, neste texto.
Nos dias que correm, sugerir investir para além do que se tem parece estupido e irresponsável porém, insisto e explico.

As duas sugestões são as faces da mesma moeda.
Há uma tendência para dar 100 só quando se tem 200. A velha máxima de que ninguém dá nada a ninguém está muito enraizada.
Quem tem 100, não dá nada porque diz que só tem 100.
Pois bem, dinheiros há parte e cada um faz o que quiser das suas economias, esforce-se por ir mais além do que dar dinheiro.

É a isso que me refiro.

Investir, não numa perspetiva de dinheiro e função da posse de dinheiro mas sim, dedicação.
Ir para além de nós é fazer algo pelos outros.
Investir o que não se tem e ir além de nós mesmos, é ajudar quem está pior que nós, independentemente do bem ou mal que estamos a fazer.

Ajudar é simplesmente ajudar.

Mesmo quem está mal, seguramente se cruzará com quem está pior.
Deixar-se levar pela paixão e entusiasmo em obras sociais e intervir desinteressadamente.
Apoiar iniciativas dos outros sem o “bota abaixo” só porque não foi sugestão sua.

Hoje toca-nos ajudar. Amanhã há de tocar-nos outra coisa qualquer!
Afinal, a vida tem um fim e é igual para todos!

É usual dizer que liderar é tomar decisões dificeis. Pois bem, os líderes que tomem a decisão mais séria de todas se querem merecer esse título:
decidam ajudar sem pensar.

José Marques Mendes

29 de janeiro de 2012

A minha empreitada - 1ano

Foi há um ano que decidi começar a escrever neste espaço e envolver outros protagonistas. Dizia o meu mentor, na altura, que eu me estava a meter numa tarefa herculeana. Não o escrever meia dúzia de coisas mas sim, manter este espaço ativo.
Enfim, cá estou mas... ele tinha razão. Este passou a ser o meu terceiro grande desafio de vida, depois de ser um bom profissional e uma boa pessoa.

Quando me lancei nisto foi com três grandes vontades:
- que a liderança fosse democratizada, sendo comentada em várias vertentes e por várias pessoas.
- que outras pessoas quisessem escrever sobre o tema, direta ou indiretamente.
- simplesmente, escrever. Mesmo que ninguém leia.
Não sei se fui bem sucedido mas, em boa verdade, cá ando. Mantenho-me de pé e com vontade de continuar.

Se calhar não durarei muito mas, a um ano cheguei.
Cheguei com mais de 5500 visualizações, numa média de 15 por dia.
Foram 51 publicações, numa média de 4 por mês.

Um abraço especial aos leitores que fizeram 22 comentários.
Um obrigado intenso aos 9 ilustres autores que alinharam nesta onda.

Lembrando o top five:

Liderar é uma arte?
182 Visualizações
Afinal, a Liderança é inata ou é aprendida?
146 Visualizações
RH: Os Activos Tóxicos
112 Visualizações
A vida não é uma m...! Não desesperem.
108 Visualizações
Ai a minha vida...stressante
95 Visualizações
 
E assim fecho este ciclo, na esperança de que quem tiver vontade de ver o seu texto publicado neste blogue, tenha a simpatia de mo enviar.
Irei adorar!
José Miguel MM

7 de janeiro de 2012

Mais emoção por menos dinheiro

Aqui vai um desafio para 2012.
Terminamos as fases de celebração; Natal, Mudança de Ano, Janeiras.
Ao longo do ano celebramos muitas coisas, como por exemplo, o nosso aniversário. Celebramos momentos aos quais atribuímos imensa importância.
De certa maneira celebramos o facto de estarmos vivos.


Como já todos ouvimos dizer um dia – Quem não é para comer não é para trabalhar.
Pois eu, transportando essa expressão para os dias de hoje diria - Quem não é para celebrar não é para trabalhar.

No Natal, celebra-se o ser uma família. As empresas celebram o ser uma organização, os amigos celebram a sua fraternidade. Na Mudança de Ano celebra-se a esperança de melhores dias.
Enfim, celebra-se porque se está vivo e com isso animamos a vida.
No dia de Aniversário celebramos o ter vivido mais um ano. Mas não deveríamos celebrar apenas mais um ano. Deveríamos celebrar mais um mês a cada mês que passa. Celebrar mais um dia, mais uma hora, mais um minuto.

Todos os dias de manhã ao levantar deveríamos celebrar a oportunidade para viver mais um dia. Ter mais um dia para fazer coisas.
Ao chegar a casa à noite, celebrar a oportunidade para estar de novo com quem gostamos.
Deveríamos celebrar o ter dinheiro no bolso para comer, dar coisas aos nossos filhos, satisfazer um capricho.

Deveremos celebrar todos os momentos de todos os dias.
Como se faz isso?
Com um sorriso. Com boa disposição.
Com disponibilidade para ajudar os outros.
Agradar aos que nos rodeiam. Não sermos inertes e inócuos na ação.
Fazendo o que tem que ser feito mas, fazendo bem.
Fazendo bem mas, emocionalmente falando, fazendo bem aos outros, fazendo bem a nós mesmos.

Não percamos a oportunidade de ter um 2012 melhor. Diferente.
Emoções não pagam impostos, taxas e até estão imunes à “troika”. Depende só de nós. Da nossa capacidade de ir ao fundo do estômago buscas energias, entusiasmo e muito altruísmo.

É uma forma de valorizarmos a nossa própria vida e a nossa existência.
Mais emoção para menos dinheiro.
Os planos de austeridade vão e vêm mas a vida…só vai. Já não vem. Temos que a aproveitar.
Feliz 2012.
José Marques Mendes

3 de dezembro de 2011

É a Vida!

Costumamos dizer que este é um período de reflexão. Época de natal, amigos, família e boas atitudes. Pois bem, poucas palavras e mais atitude.
Daí que, este será o meu último texto de 2011.
Faço no mesmo enquadramento da liderança mas, estimulando a reflexão na fase que atravessamos.

Muitos de nós dizemos que Jesus foi um líder. Independentemente da religião e crenças de cada um, esta afirmação é pacífica. Aceitá-la não levanta grandes ondas.
Pode-se acreditar mais ou menos no que fez, pode-se seguir mais ou menos as suas mensagens, pode-se crer ou não mas, em boa verdade, Jesus liderou porque através das ações, palavras e decisões, muitos o seguiram fielmente.
É disso que se trata a liderança. Qualquer outra liderança não é sustentável.

Pois bem…Jesus morreu na cruz. O líder não foi assassinado; pior, foi torturado até à morte.
Como é possível que alguém, jovem, entusiasta, mensageiro, praticante do bem, seja eliminado tão cruelmente?
É que Jesus despertou Noutros a inveja e a raiva. Jesus desesperou Outros que queriam o seu espaço e protagonismo sem saber como. Jesus liderava enquanto Outros mandavam. Jesus ajudava enquanto Outros exerciam o poder.
No seu percurso de liderança, Jesus, que vivia das suas boas intenções, não era entendido por muitos Outros. Estes outros só admitiam uma forma de resolver o futuro: aniquilá-lo.

Por isso devemos estar preparados para os Outros. Não nos comparando a este líder, dada a sua dimensão de boas intenções, fazemos muitas coisas boas pelos outros, pelas organizações e pela humanidade. É certo porém que, mesmo agindo bem, muitos Outros não conseguem aceitar a nossa existência. A coexistência.
Nas relações diárias, das empresas e fora delas, há os que não aguentam conviver connosco. A nossa liderança perturba, incomoda, desperta invejas e raivas.

Muita atenção porque isso, muitas vezes, não se nota. Vive-se e convive-se enganado. Se fosse evidente conseguiríamos compensar e combater. Jesus teve que ser enganado.

Meus caros companheiros de leitura,
A minha mensagem vai para a necessidade de estarmos preparados para as grandes consequência do “fazer bem”. O “fazer bem” tem efeitos colaterais. Aceitemos isso e estejamos preparados.

É a vida.
Que alguém os perdoe porque, por vezes, não sabem o que fazem.
José Marques Mendes