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blogue editado por José Marques Mendes e Luís Luz

13 de abril de 2011

Sem medos porque o futuro é dos bons


Há alguns dias atrás, tive a honra de ser solicitado a opinar sobre um caso real. Vou partilhar neste espaço aproveitando para agradecer a oportunidade que o leitor me deu. Partilho pela pertinência da questão.


Leitor:
Reparei que o José Mendes entende de Liderança ou, pelo menos pelos seus comentários, tende a dissipar novos ideais e estratégias para poder alcançar o auge da arte em liderar.
Então face a este exemplo, o que me sugeria?

“ Numa empresa, um funcionário é óptimo no que faz e, devido ao seu percurso profissional na empresa, é reconhecido verbalmente (não monetariamente) pelos seus superiores hierárquicos.
Eu como um bom líder, pego nesse funcionário que até teve descendentes recentemente e labora perto de casa (mesmo sendo dos empregados mais antigos da firma), por razões de obter melhor qualidade em prol da empresa, pego neste desgraçado, não lhe aumento o salário, coloco-o longe de casa numa outra repartição pertencente à empresa só porque ele é bom funcionário.
Pergunto-lhe a si, meu caro José, com o devido respeito, o que faria nesta situação a este funcionário se este lhe dissesse que a sua vontade (face a tempos de crise) seria de laborar no sítio onde está, tendo em conta que na sua óptica a antiguidade também é um posto.” .

Eu:
Viva, não é uma resposta fácil porque é colocada por escrito e de uma forma muito resumida. Talvez até possa não ter entendido bem porque a forma como se escreve, por vezes leva a interpretações deturpadas. Enfim, se entendi bem vou deixar algumas ideias:

A>se a pessoa em causa é um bom profissional, uma boa pessoa e até um líder ou futuro líder, deve acatar com empenho essa missão. Essencialmente por três razões:
1) foi escolhido porque é bom logo, uma maravilha
2)a missão vai-lhe acrescentar currículo
3)não será por muito tempo e o tempo corre muito depressa. Tudo termina rápido quando é aceite com entusiasmo.

B>os descendentes podem esperar algum tempo pelos pais desde que os pais se entendam bem e se compensem. Antigamente os nossos pais e avós emigravam em muito piores situações. Nós somos um povo com um passado de ausências familiares mas de muita história. Hoje está tudo muito acomodado. Não é uma atitude coerente com a globalização em que tanto estamos no Porto, como em Lisboa, Luanda ou Maputo.

C>materialmente falando. Há que ser reconhecido materialmente sim. Se efectivamente é um bom profissional e não tem nada a temer, há duas opções:
1) uma boa conversa com a hierarquia e traçar uma compensação pela missão de ausência
2) se mesmo assim o descontentamento impera, olhar para o mercado e procurar alternativa. Se não a encontrar, então voltar a olhar para dentro e com mais vigor ainda.
Sem medos porque o futuro é dos bons.
José Marques Mendes

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