Vamos assobiando para o lado? Não podemos.
Será que é daquelas coisa que só acontecem aos outros? Pois não é, não.
O País está um caco. O nosso País.
Ao longo dos últimos meses, enquanto vou ouvindo e lendo sobre a crise, dei comigo a sentir uma forte necessidade de decidir. De tomar uma decisão sobre o futuro. De decidir sobre o meu posicionamento em relação ao futuro.
-Serei um espectador ou um protagonista? Levo ou deixo-me levar?
É verdade que vamos envelhecendo e parece que o futuro é cada vez um espaço temporal mais pequeno. É verdade? Não creio. Só é verdade numa perspectiva egoísta. Egocêntrica. Numa perspectiva de que o futuro é o tempo que iremos viver.
O futuro vai para além de nós. Vai para além do que vamos viver. O futuro é o que iremos viver mas também o que os outros irão viver por nós. Os outros que serão os nossos filhos, os nossos netos, os nossos amigos, …os que ficarão mais tempo. Os outros são todos os que estão condenados a viver porque alguém decidirá que irão nascer. Os outros serão todos aqueles que terão mais futuro para além de nós.
É por isso que hoje me sinto com vontade de tomar uma decisão sobre o meu contributo para o futuro. Não o meu futuro mas sim e apenas, sobre o futuro. A parte do futuro do País que de mim dependerá.
Como ser humano e profissional, poderia tentar levar a vida o melhor possível, ganhar o mais possível, dar à família o mais possível, gozar a vida o mais possível, viajar o mais possível, procurar os melhores empregos possíveis, enfim, poderia dar-me o que mais me satisfizesse. Todo o possível. Pelo menos tentar.
Não tomo essa decisão. Não é essa decisão. Essa decisão apenas contribui para o meu futuro. É um contributo limitado.
O que me tem fascinado é a tomada de consciência que podemos contribuir muito para além do que é o nosso amanhã. Podemos contribuir para o amanhã das pessoas que nos rodeiam. Das pessoas das organizações em que estamos. Das organizações dos clientes, dos fornecedores. Das instituições que vamos cruzando, seja por razões religiosas, seja pela educação dos filhos. Seja pelo que seja. Vamo-nos cruzando com os outros e vamos fazendo a diferença, acrescentando algo ao momento.
Em cada dia que vamos vivendo sinto que cada momento é para dar o máximo. Dar com foco nos outros. Dar com o foco em acrescentar algum valor.
No nosso quotidiano não devemos ser mais um. O país precisa de nós para além do óbvio. Precisa de nós menos passivos. Precisa de nós...permanentemente criativos.
Podemos fazer mais? Acho que podemos fazer mais pelo nosso País.
É difícil? Claro que é difícil.
Somos capazes? Com a informação que temos, com a formação que temos, com os meios que temos, Afonso Henriques, Nun'Álvares Pereira, Vasco da Gama entre outros como tais, pensariam que estamos a brincar com a vida.
Felicidades para 2011. Sejamos mais que nós mesmos. Por onde passemos, deixemos obra.José Marques Mendes
1 comentário:
Gostei imenso.
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