Recentemente, assisti a uma conversa entre dois experientes e prestigiados gestores, na qual partilhavam algumas experiências em delicados processos de liderança. Ambos comungavam da ideia de que só com persistência, ânimo e determinação se consegue alcançar os resultados pretendidos, pois geralmente as metas não estão à vista e não faltam Velhos do Restelo a incentivarem boicotes às mudanças.
Neste contexto, um deles defendeu que em contextos difíceis tem mesmo que haver teimosia, sustentando que por vezes acreditamos tanto nas nossas convicções que não aceitamos mudar de rumo, ao que o outro contrapôs: «persistente, sim; teimoso não». Há momentos que requerem frieza e análise desapaixonada para se perceber se se está numa fase em que é importante continuar a insistir ou se, pelo contrário, os projetos devem ser revistos ou até abortados.
Se, por um lado, “quem não arrisca, não petisca”, por outro lado, são inúmeras as situações onde se “dá um passo maior do que a perna”. Aqui chegados, aquele que era um investimento coletivo passa a ser uma aposta individual, na qual o todo que supostamente se pretende fazer evoluir pode ficar seriamente comprometido.
A prevenção ocorre em dois momentos: a priori, definindo uma stop loss, isto é, um ponto até ao qual se está disposto a assumir uma perda pelo investimento a efetuar; durante a execução, estar atento à capacidade de controlo dos desvios e permanecer de mente aberta caso a convicção inicial tenha que ser colocada em causa.
Luís Luz
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