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blogue editado por José Marques Mendes e Luís Luz

31 de maio de 2016

Vencedores inesperados

É comum ver-se muitos líderes serem prematuramente desacreditados, mesmo antes de poderem ter tempo para demonstrarem se de facto conseguem ou não alcançar resultados aceitáveis. Mais: essa desacreditação é por vezes expressada com notas de humilhação por partes interessadas no sucesso da organização.

Este tipo de julgamentos sumários fazem-se baseados nas aparências, isto é, na forma e não no conteúdo: ou porque o novo timoneiro é um «ilustre desconhecido», ou porque não se considera que não tenha carisma/estilo, ou porque o modo como foi recrutado não cumpriu de certo modo com as expectativas e status quo habituais. Acontece que, regra geral, estas contratações menos “normais” são utilizadas em momentos nos quais se procuram mudanças de rumo. Ora, como qualquer mudança comporta sempre algumas resistências, colocar-se desde logo em causa as capacidades de quem irá determinar esse novo alento só torna o processo mais complexo e doloroso de ser executado. E pode, ainda, simplesmente não ter causado uma primeira boa impressão aos demais, que logo o julgam em definitivo.

Tudo isto não significa que o sucesso não venha a ser alcançado. Aliás, são inúmeras a realidades em que se admira e reconhece mérito a quem dele pouco se esperava. Mais vale tarde do que nunca!

Na fase de decisão, todas as considerações podem/devem ser ponderadas. Agora, uma vez tomada a decisão, aquilo que os membros interessados no sucesso de uma organização devem fazer é apoiar a escolha ou, pelo menos, não prejudicar a crucial fase de arranque, o tempo necessário até que se possam avaliar resultados.

Caso contrário, há sempre alguém de fora que fica a esfregar as mãos de contente por ter recebido de bandeja um prémio ao qual nem sequer concorreu. Por vezes, estás distrações internas podem arredar-nos para posições fora do podium. E isso não é uma boa ideia!

Luís Luz

15 de maio de 2016

Enquanto for vivo, quem manda sou eu!

Enquanto for vivo quem manda na empresa sou eu!
Esta expressão sai da boca de muitos empresários e com alguma ligeireza, essencialmente quando estão emocionalmente alterados.
Não sei com que intenção o fazem mas não soa nada bem.
Ao longo dos anos, ouvi esta expressão uma serie de vezes e sempre me interroguei por que razão o fazem.


Será que o fazem por arrogância?
Talvez queiram dizer que são a figura que protege a organização das dificuldades. Se assumem sendo os únicos decisores e os demais não têm que se preocupar em decidir, apenas executar.


Será que o fazem por uma questão de autoestima?
Serão pessoas que depois de uma vida cheia (de coisas boas e outras… assim, assim) têm necessidade de se acarinhar verbalizando coisas interessantes como estas.


Será que o fazem porque são anormais?
Pode tratar-se de pessoas que perderam a noção do ridículo. Este modus operandi da gestão das organizações já não existe. É do tempo dos Flintstones.


Será que estão convencidos que é mesmo assim que se deve exercer uma cultura de liderança?
Se calhar. Se calhar pensam isso mesmo.
Nesse caso conviria internar o patrão. Ou a patroa, porque elas também existem.


Finalizo com uma palavra de consideração por todos aqueles talentosos quadros que existem nas empresas e cuja aberração comportamental de líderes como estes, não conseguem deixar fluir todo esse potencial.
Quem perde com isto?
Todos.


José Miguel Marques Mendes

9 de maio de 2016

Arquivo vivo | Há chefes parasitas

Há quem diga que há os parasitas, há quem diga que há os tóxicos, há quem simplesmente diga que há os 'chefes'. O ponto em comum é que são sempre conotações negativas de quem tem responsabilidade, autoridade e deveres mas que não tem competências ou capacidades ao exercê-las.

Nestes casos, este tipo de pessoas que assumem cargos de chefias deviam ter a responsabilidade, a autoridade e o dever perante si próprias de mudarem de funções e dedicarem-se a qualquer outra coisa que sejam capazes de fazer. É que, para além de fazerem um favor a si próprios (há quem consiga ser feliz sabendo que é incompetente no cargo que ocupa? ou a ignorância nem lhes permite reparar?), ajudavam muitas famílias a viverem melhor.

«Ao longo da minha carreira profissional e de uma forma geral na minha vida, por onde tenho passado tenho deixado marcas. As pessoas que comigo vão inter-agindo ficam com a memória de um relacionamento próximo, intenso, saudável, humano mas também muito competitivo. Talvez até, combativo.
Levo a vida com essa intensidade e essa é a minha marca. Dificilmente perco naquilo em que me envolvo mas, quando perco tenho a certeza de uma coisa: não foi, seguramente, por facilitismo.
Levar a vida sem stress mas também sem facilitismo, é algo em que acredito e recomendo.
Os líderes deveriam ser todos assim mas não o são. Há os que vão a “reboque ou à boleia". Vão porque há quem lhes dê boleia. Não gastam em transporte nem se preocupam, que é o mesmo que dizer, não gastam tempo a pensar nem se preocupam em decidir.»

Vale a pena (re)ler o texto original: clique aqui.

Luís Luz