É comum ver-se muitos líderes serem prematuramente desacreditados, mesmo antes de poderem ter tempo para demonstrarem se de facto conseguem ou não alcançar resultados aceitáveis. Mais: essa desacreditação é por vezes expressada com notas de humilhação por partes interessadas no sucesso da organização.
Este tipo de julgamentos sumários fazem-se baseados nas aparências, isto é, na forma e não no conteúdo: ou porque o novo timoneiro é um «ilustre desconhecido», ou porque não se considera que não tenha carisma/estilo, ou porque o modo como foi recrutado não cumpriu de certo modo com as expectativas e status quo habituais. Acontece que, regra geral, estas contratações menos “normais” são utilizadas em momentos nos quais se procuram mudanças de rumo. Ora, como qualquer mudança comporta sempre algumas resistências, colocar-se desde logo em causa as capacidades de quem irá determinar esse novo alento só torna o processo mais complexo e doloroso de ser executado. E pode, ainda, simplesmente não ter causado uma primeira boa impressão aos demais, que logo o julgam em definitivo.
Tudo isto não significa que o sucesso não venha a ser alcançado. Aliás, são inúmeras a realidades em que se admira e reconhece mérito a quem dele pouco se esperava. Mais vale tarde do que nunca!
Na fase de decisão, todas as considerações podem/devem ser ponderadas. Agora, uma vez tomada a decisão, aquilo que os membros interessados no sucesso de uma organização devem fazer é apoiar a escolha ou, pelo menos, não prejudicar a crucial fase de arranque, o tempo necessário até que se possam avaliar resultados.
Caso contrário, há sempre alguém de fora que fica a esfregar as mãos de contente por ter recebido de bandeja um prémio ao qual nem sequer concorreu. Por vezes, estás distrações internas podem arredar-nos para posições fora do podium. E isso não é uma boa ideia!
Luís Luz