Há umas semanas correu pelo mundo um vídeo onde onde Travis Kalanick, CEO da Uber, foi filmado a ter uma postura de desprezo pelos colaboradores, quando um condutor lhe exprimiu as insustentáveis condições económicas em que estes operam.
Dias depois, o CEO enviou uma carta aberta a todos os colaboradores com um profundo pedido de desculpas, dizendo estar envergonhado pelo modo desrespeitoso com que tratou aquele condutor. Mais: acrescentou ainda que, pela primeira vez na sua vida, admitia que precisava de ajuda de modo a mudar e crescer enquanto líder, assumindo que irá procurar essa ajuda.
Levantam-se várias questões a este respeito: foi este um humilde pedido de desculpa, ou apenas mais um ato politicamente correto apenas para “limpar” a sua imagem? Esta declaração de que se sente envergonhado adveio da reflexão que fez acerca do desprezo pela opinião do motorista (da sua postura) ou pelo facto de milhões de pessoas teres visto o vídeo? Teria este CEO admitido (mesmo que só em privado) que ia procurar ajuda para evoluir enquanto líder se este episódio não tivesse sido filmado?
Algumas das principais características de um líder prendem-se com questões de autenticidade e ética. Estas condutas devem fazer parte da pessoa e não apenas do papel que se desempenha em “horário profissional”. Outra característica é saber que nunca se sabe tudo e procurar aprender… de preferência, antes de chegar a situações limite que podiam ter sido evitadas.
Num registo mais sentido ou tendo sido forçado a escrevê-lo, na sua carta ele usou as palavras certas. Parafraseando Travis: «My job as your leader is to lead… and that starts with behaving in a way that makes us all proud».
Luís Luz
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