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blogue editado por José Marques Mendes e Luís Luz

29 de setembro de 2012

Sem ambição a vida pode ser um inferno

No campo da liderança, vários fatores contam para o sucesso como o talento de quem lidera e de quem faz parte da equipa. Não ter competência para as responsabilidades ou não ter experiência na pressão do cargo, leva a uma espiral de erros fatais.

Outro fator que resulta decisivo para fazer obra é ser capaz de executar. Fazer acontecer as coisas pois, não chega ter as boas ideias e bons planos. Colocar no terreno as decisões tomadas é um dos feitos mais notáveis da liderança porque torna visível o que antes era imaginário.

Não vou mais longe que um terceiro fator para garantir o sucesso absoluto. Ser ambicioso, ter ambição.
O líder e as pessoas que com ele lideram têm de sentir uma ambição, isto é, saber onde pretendem chegar com determinada missão.
Não podem simplesmente desempenhar com competência. Não chega.
Não podem simplesmente ser responsáveis e simpáticos. Não chega.
Não podem simplesmente ser humildes e dialogantes. Não chega.
Não podem simplesmente ser determinados e focados. Não Chega.
Têm de saber onde querem chegar e essa visão tem de ser ambiciosa.


Apreciando o entorno nacional, parece que a ambição do Governo é aplicar o programa da Troika. Isso é medíocre.
Mas se quer ir mais longe, podemos admitir que é recuperar a credibilidade externa pagando tudo a tempo e horas. Isso é básico.
Se calhar é mais ousado ao ponto de querer o anterior dito mas também, reduzir o desemprego. Já o tivemos na casa dos 7% pelo que não seria novidade. Não é ambição.
Quero com isto dizer que me parece que a liderança nacional não sabe onde quer estar dentro de 2, 3 ou 4 anos. Não tem uma visão ambiciosa.
Diria que o grande problema é falta de ambição, como:
-colocar o país a crescer 5% ao ano com medidas estruturais que nos animem a todos. Que nos ponham a todos a fazer sacrifícios pessoais mas a perceber que é para crescer. Dar um passo atrás hoje para dar dois para a frente amanhã.
-colocar o país unido em torno da sua história, da sua glória e da sua raiva por estar na merda. Ser ambicioso nos valores da fraternidade, do diálogo pelo respeito ao semelhante, na transferência de riqueza para as classes inferiores.
-colocar o país com uma performance das melhores da europa.


Na minha vida profissional, sempre que estou numa aproximação a um novo desafio para ajudar uma empresa, a decisão mais difícil é dizer sim. Dizem que sim é mais fácil pois é uma espécie de – ok, vamos ver o que podemos fazer, vamos tentar. Mas dito assim é evidenciar falta de ambição. Empenho sim mas não ambição.
É que, se digo sim e aceito, só me resta o sucesso.
Se digo sim e aceito, serei o mais ambicioso e estou certo que chegarei onde tiver que ser.

People! Isto não se trata de ser-se bom, muito bom ou excelente.
Trata-se de se ser ambicioso no objetivo e contagiar toda a gente com essa ambição.
Tenham sempre uma vontade de chegar a algum lado. Tenham um objetivo e que seja ambicioso. Assim será mais fácil viver porque sabemos o queremos da vida!

José Marques Mendes

19 de setembro de 2012

Pobre Liderança – Pobres Liderados

Vou servir-me do exemplo nacional do Governo para descrever o que entendo por pobre liderança e pobres liderados ou seja, um líder fraco e uma equipa fraca.
A única reserva de opinião que deixo neste texto é para a política em si mesma, sua substância e decisões. A política não cabe neste espaço.
 
A apreciação é totalmente sobre liderança – comportamento do líder e seus liderados. Neste caso portanto, refiro-me ao comportamento do primeiro-ministro (líder) e respetivos ministros (liderados).
 
Se bem se recordam aquando da constituição do governo, o ministro Paulo Portas, dirigindo-se a Passos Coelho, disse algo muito parecido com estas palavras:
-sei que o Governo tem um líder e esse líder é o senhor.
Perfeito.
Foi o reconhecimento de que existe uma equipa, de que faz parte dela e de que tem um líder.
Estavam reunidas as condições para um exemplar comportamento no campo da liderança.
 
No momento atual e passado sensivelmente ano e meio, toda a gente “borra a escrita”, o líder e a equipa.
O líder tomou decisões e pelos vistos os ministros não concordavam com as mesmas. Tinham consciência que as decisões do líder iam dar para o torto.
Sabemos isso por uma razão muito simples – a informação veio a público pelos próprios membros. Paulo Portas em conferência de imprensa e Paula T. Cruz, Miguel Macedo, Assunção Cristas entre outros, deixaram escapar a informação de que se haviam manifestado contra ou alertado para o facto, em reunião tida para o efeito.
 
Aqui reside a pobreza da liderança. Imaginemos momentos antes da decisão.
O líder está prestes a tomar decisões polémicas, possivelmente catastróficas e a equipa está em desacordo.
 
Duas aberrações estão prestes a acontecer:
>o líder avança sem considerar as várias opiniões contra, evidenciando arrogância, poderio e que está senhor da certeza. Não tira partido das várias opiniões manifestadas. Não tira partido da equipa que tem, descapitalizando-a.
 
>os membros da equipa não se fazem ouvir. Não estão suficientemente fortes para evitar a decisão. A equipa não consegue ser isso mesmo, uma equipa. As decisões precisam de ser em bloco de solidariedade e suporte. Podem-se ter opiniões contrárias mas ou se aceita ou se bloqueia. Se se aceita, cala-se, se se quer bloquear, atua-se. A equipa ficou à “sombra da bananeira”, sendo o líder a bananeira.
 
Por isso é um desconsolo ver tamanha pobreza de líderes, quer porque não ouvem quer pela falta de sensibilidade.
Por isso é um desconsolo ver tamanha pobreza de equipas, quer porque não falam quer pela falta de convicção.
 
Em termos de liderança, este é um grande exemplo para as empresas e para as famílias e que no meu entender não deve passar despercebido.
Quem tem que ouvir que oiça, quem tem que falar que fale. Façam-no com sensibilidade e convicção.
José Marques Mendes

11 de setembro de 2012

Recuperação de Empresas - uma reflexão

Os dias de hoje são muito absorventes em assuntos de empresas como falências e recuperações. A falência é o fim, desgraçadamente, a recuperação é um ou dois passos antes e sobre esta fase deixo aqui uma reflexão.
 
Recuperar empresas pode passar por planos de marketing, planos financeiros, planos de ações agressivos, fusões, alienações, parcerias, internacionalização, exportação, etc, etc. Enfim, muita coisa complicada que se aprende na vida e nas escolas de negócios e que custa muito dinheiro.
 
Tudo certo porém, no meu entender passa por algo mais simples. Se as organizações são constituídas por pessoas, são elas que trabalham e decidem e no final são elas que vão para o desemprego, então porque não assumir que a recuperação das empresas é a recuperação das pessoas e do seu talento.
 
Se as pessoas estão na empresa só podemos esperar o seu contributo – participação ativa e suada. A essência da recuperação de uma empresa é a recuperação das suas equipas, para servir a própria empresa. Criar equipas fortes eliminando os elos mais fracos, nivelando sempre mais acima.
 
Claro que uma organização tem uma pirâmide hierárquica e de responsabilidades pelo que, recuperar as pessoas e o seu talento começa no topo. Os líderes são os primeiros a serem resgatados. É um equívoco pensar que no topo está tudo em forma e só nas bases é que está a fraqueza. É um equívoco canceroso.
 
A recuperação das pessoas e do seu talento começa de cima para baixo de forma a criar propagação e alavancagem de liderança, motivação e criatividade.
 
Está é a base de tudo e todo o resto é apenas ferramentas de trabalho. Desenganem-se os que pensam que recuperação de empresas é…cash e só cash, ou seja, “arranjem-me dinheiro que eu viabilizo a empresa”. Às vezes quando oiço esta ideia apetece-me corrigir para “arranjem-me dinheiro que eu queimo-o na empresa”. Quando as coisas estão mal-amanhadas qualquer dinheiro que se injete na empresa…esfuma-se.
 
Há dias, explicando a uma pessoa o princípio que me move no desenvolvimento de empresas, ela exclamou “parece fácil”.
 
Depende do nível de emergência em que está a empresa mas pode ser fácil.
O que é preciso é tê-los no sítio - os talentos, claro!
José Marques Mendes