Hoje
escrevo sobre liderança política inspirada no momento de Portugal.
Todos
os dias é a mesma coisa. Críticas e mais críticas e mais críticas e mais greves
e mais greves e mais inconstitucionalidade, etc, etc.
Porque
não paramos um pouco?
Porque
não deixamos a responsabilidade e o protagonismo para os governantes e no final
do mandato avaliamos?
Avaliamos
o governo, premiamos renovando os votos ou reprovamos votando noutros.
Entretanto,
acho que deveríamos deixar governar quem se propôs a tal.
Parece
que digo isto por ser quem sou mas, honestamente, não sou exatamente quem
pareço. Sou bastante mais imparcial que isso.
É
costume dizer que somos de brandos costumes mas já há quem vaticine que não somos
tão brandos assim e que um dia nos “passaremos da cabeça”.
Atenção
à ação levada à letra!!!
Muito
cuidado pois nem deve ser uma coisa nem outra porém, acho que as duas
considerações podem ser consideradas adequadas.
Devemos
ser brandos no tempo e deixar governar quem se propôs governar mas,
devemos “passar-nos da cabeça” no momento de votar. Ir votar e
manifestar energeticamente a avaliação que fazemos do governo.
Ser
brandos em tempo mas agressivos na avaliação.
Por
enquanto acho que devemos parar de ser obstáculo. Quando digo devemos refiro-me
à oposição, sindicatos, trabalhadores, desempregados e restantes desiludidos
como eu.
Aliás,
quando elegemos é para 4 anos. São só mais 3anos!
Paremos
de ser obstáculo.
Estamos
todos muito revoltados com a situação do país e com todas as medidas de austeridade.
Eu
próprio sinto uns nervos miudinhos e uma vontade de esganar o governo, comer
relvas, cortar cristas, bater portas, enfim, apelar a todos os santos.
É
verdade que o país precisa de reformas e o Governo tem a sua estratégia. Por
outro lado, os cidadãos têm a faca e o queijo na mão e devem usá-los bem.
Nós
somos quem vota e podemos com esse voto manifestar o conforto ou desconforto.
Dentro
de 3anos podemos votar em Passos Coelho ou não. Podemos dar um novo mandato ao PSD
ou não. Podemos promover uma simples derrota ou uma catástrofe eleitoral.
Se
as medidas que o Governo está a tomar não tiverem efeito e até colocarem o país pior,
podemos votar de maneira a que o PSD não volte ao poder tão cedo.
Se
as coisas se compuserem e as medidas ajudarem a equilibrar Portugal perante a Europa,
então votemos de forma a dar continuidade a este trabalho.
A
seu tempo sentiremos a vontade de decidir.
Entendo
com isto que podemos decidir o que queremos para a liderança e podemos
avaliar a gestão deste Governo no momento oportuno.
O
que não devemos é estar sempre a criar obstáculos. Quer os partidos da oposição
quer os sindicatos quer nas empresas públicas, não devem estar sempre em greves
e a obstruírem.
Assim
estamos a dar desculpas e razões a quem lidera para não chegar onde devia.
Mais
ainda e mais importante, com estas manifestações e obstáculos estão a ser
demasiado protagonistas dos problemas e das soluções.
No
final não conseguiremos avaliar com rigor o que devemos fazer ao votar, tal foi
o conflito. Revoltados trocamos de Governo só por trocar, mas quem vem a seguir
faz o mesmo.
Reparemos
nas empresas privadas. A liderança não é posta em causa a toda a hora. Há mais
estabilidade. Traçam-se estratégias de viabilidade e luta-se pela sua aplicação.
Por
isso digo que adoraria que todos parássemos durante os próximos 3 anos e deixássemos
o Governo fazer o que entende. Dizemos que não confiamos nos políticos mas são
eles que têm de governar e como não podemos “atirar a toalha ao chão sobre ser português
em Portugal” temos de confiar e deixá-los trabalhar.
Vamos
sofrer mas vamos poder avaliar corretamente e decidir com a consciência
tranquila de quem não dificultou.
Assim
é que deve ser. Assim é que é correto.
Então
faz algum sentido que um Governo seja eleito e passado um ano os partidos que
perderam já estejam a dificultar e a criticar? Não faz, claro que não faz.
Esperem
pela sua vez, serenos e tranquilos que ela vai chegar.
A
continuar assim chega com certeza.
José
Marques Mendes