Em casa de ferreiro, espeto de pau. Santos da casa não fazem milagres.
São expressões como esta que entristecem qualquer um e que, ao longo da vida, vai-se acreditando mais nelas.
Durante décadas, pessoas e pessoas deixam as suas terras e seus lares para singrarem na vida, procurando oportunidades, quase sempre de sobrevivência. Passam anos no estrangeiro, a lutar e a trabalhar, com uma forte motivação de um dia regressar. Regressar para matar saudades mas também para mostrar que valeu a pena. Conseguiram. Não que seja por remorsos ou outro sentimento negativo mas, só e apenas, evidenciando que tiveram sucesso com a decisão tomada..., anos antes.
Estas pessoas fazem muito sucesso no estrangeiro e são portugueses tão normais quanto os que cá ficam. Há no entanto algo que os tornou uns vencedores e, materialmente, bem-sucedidos.
O que será que faz com que uma boa percentagem de emigrantes tenha sucesso lá fora?
O que faz com que os que cá fica, não tenham tanto êxito?
Há uma força que exerce sobre a pessoa uma influência tremenda. Vai de dentro para fora. Vai de um para terceiros. Acredito seriamente que a grande força que leva ao sucesso destas pessoas é mostrarem que foram capazes. Não mostrar a si mesmo mas sim, aos seus familiares e conterrâneos. É uma força interior motivada pelo impacto no exterior.
Creio que esta é a grande motivação para o sucesso, pese embora, a razão pela qual tenham decidido emigrar tenha sido a sobrevivência financeira.
É por esta razão que temos que ter muito cuidado connosco. Conhecermo-nos bem. Muito do que fazemos não é por nós mas sim pelo nosso ego. Não é pela nossa satisfação mas pela nossa ambição. Não é pela sustentabilidade mas pela materialização.
Se assim é, façamos mais pelo nosso país para mostrarmos ao mundo do que somos capazes.
Cá dentro, sem emigrar, lutemos por dias de sucesso.
José Marques Mendes
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