A delegação vai para além do querer. Do querer da chefia em delegar e apostar num colaborador ou numa equipa. Há, todavia, uma dimensão mais delicada e que passa por garantir que os recetores dessa delegação estão preparados, quer em conhecimento quer em perfil.
Se quem recebe responsabilidades, tarefas ou missões não está avalizado para tal, o tempo tratará de evidenciar mau desempenho e incompetência.
Responsabilidades para quem delegou e não avaliou adequadamente o recetor e responsabilidades para quem recebeu e não foi suficientemente crítico de si mesmo.
Quando num processo de delegação as coisas falham por incapacidade do recetor, as consequências devem recair sobre os dois, chefia e colaborador.
Por vezes não é o que acontece e a chefia refugia-se na incompetência do colaborador mas, em pura verdade, a chefia foi incompetente na avaliação.
Numa organização, é importante a delegação mas mais importante ainda é delegar bem e para que tal suceda, a chefia e o colaborador tem de avaliar convenientemente as potencialidades.
Se existem, perfeito. Se não existem, criem-se. Daí a utilidade do bom recrutamento de pessoas, da formação e orientação das mesmas.
Orientação: Se por ventura está a ser alvo de delegação de responsabilidades, missões ou tarefas, ajuíze-se bem. Tome conta de si mesmo. Conheça-se bem.
Não nos devemos lançar em compromissos, sem nos sentirmos preparados para tal, que a ambição ou vontade de protagonismo nos leva a aceitar.
Isso pode ser uma “promoção à incompetência”.
Aliás, nos dias de hoje onde o desemprego caminha para os 20%, as pessoas tendem a aceitar qualquer trabalho que surja porém, se não estão capacitados para tal, terminam dando um passo em falso e o currículo ressente-se.
José Marques Mendes