O espírito de serviço é diferente porque não tem tempo. É intemporal e quem o tem, tem-no sempre e em qualquer circunstância. Não tem objetivos específicos mas apenas um que orienta o líder - servir aqueles que dele dependem ou que estão na sua zona de influência. Servir, não mandar.
Espírito de serviço aproxima-se bastante ao espirito de comando. De um comandante de um barco cuja preocupação maior é ter os seus recursos bem alinhados, bem preparadas, confiantes, com procedimento de atuação claros e ele, limita-se apenas a ver mais além tentando antecipar perigos, protegendo a equipa do desconhecido e do imprevisível.
É um líder.
Na nossa vida em geral também podemos ser assim. Dedicarmo-nos às nossas tarefas diárias, com afinco, com energia e determinação mas, sempre buscando a oportunidade de servir quem nos rodeia. Não sermos nós e os outros.
Por outro lado, levantar a cabeça e procurar antecipar imprevistos. Se nos cuidarmos desses imprevistos, protegemo-nos e protegemos a nossa família do que nos possa acontecer.
Parece existir um paradoxo entre o servir e o cuidar de nós mas não existe. É que, se cuidarmos de nós, física e mentalmente, estamos proteger-nos de algo mau que nos possa acontecer e assim não prejudicamos a vida dos que nos rodeiam. Fazemos bem não fazendo mal. Fazemos bem não perturbando o bem dos outros.
Se tivermos uma depressão, quem sofre connosco?
Se tivermos um AVC ou um enfarte, quem nos cuidará?
Se tivermos uma crise provocada por excessos, quem nos acode?
Por todo o mal que fizermos a nós mesmos, acabamos sofrendo e a sacrificar terceiros e isso não abona nada ao espírito de serviço e de liderança.
Afinal, acabamos a pedir que nos sirvam sem servirmos.
A nós, comandantes da nossa vida, é-nos exigido que nos levemos por bons caminhos não atrapalhando os caminhos dos outros.
Antes de tudo, fazermo-nos bem.
Orientação: Podemos fazer coisas simples que nos alertam.
Coisas tão simples quanto refletir sobre como andamos a comer. Demasiada carne vermelha? Demasiados fritos? Pouca fruta? Bebidas alcoólicas diariamente?
Com essa reflexão, procurar compensar descuidos e excessos.
Coisas tão simples quanto refletir sobre como andamos a dormir. As últimas noites têm sido bem dormidas e com as horas necessárias? Por vezes temos uma noite ou outra pior e isso não alarma mas, mais que isso merece uma atitude uma ação.
Coisas tão simples quanto apreciar o saldo bancário no último dia de cada mês. Como estamos a chegar ao final do mês? Cada vez com mais, ainda que pouco, ou cada vez com menos?
Isso é liderar-se.
José Marques Mendes