Isto doi!
Porquê
que afastamos as pessoas de quem gostamos?
Muitos
dirão: mas eu não afasto nem me afasto das pessoas de quem gosto.
Certo.
Fisicamente não mas emocionalmente sim.
Temos
uma tendência, para muitos já é um hábito e uma rotina, discutir com os
familiares. Com a mulher, com o marido, com os filhos, com os irmãos e, claro,
com os pais.
Com
os pais é o mais comum.
Até
entendo. Se no passado, na nossa formação, eles foram duros connosco, as marcas
que persistiram no tempo vão libertar seus efeitos, ainda que perversos.
Não
somos maus com eles mas somos inconvenientes. Desagradáveis.
Eu
não me vou estender em exemplos porque não pretendo que nos foquemos nisso. Estas
palavras servem de reflexão sobre o nosso comportamento. Sobre como somos com
quem gostamos no nosso quotidiano.
Quem
não tem vizinhos em ambiente que é uma perfeita loucura?
Não
há dia que não se discuta. São assim ano após ano e, mesmo sendo assim até
fazem mais filhos. As zangas persistem e os filhos presenciam tudo.
Estes
casais devem gostar uns dos outros porque vivem juntos e são uma família mas,
porque raio discutem todos os dias?
Há
irmãos que dizem mal uns dos outros.
Por
vezes, há mesmo zanga efetiva pelas mais diversas razões. Sobre isso não comento
porque os seres humanos fazem roturas uns com os outros. Se mesmo sendo irmãos
levaram a coisa a uma rotura, paciência. Pelo menos não fingem.
Mas,
se não fazem roturas e se relacionam porque discutem quando se relacionam?
Porque se criticam se se gostam?
Todos
nós temos ouvido falar de inteligência emocional. Pois bem, na sua ausência
falamos de burrice emocional.
Se
não se é inteligente…
Nas
relações com os nossos próximos somos por vezes emocionalmente burros, se não
vejamos:
-
Dizer a um familiar que não percebe nada disto ou daquilo é ser-se
emocionalmente burro.
-
Dizer a um familiar que sempre foi um incompetente nisto ou naquilo é ser-se
emocionalmente burro.
-
Não responder ao sms ou telefonema de uma pessoa de quem se gosta é ser-se
emocionalmente burro.
-
Receber uma chamada de alguém que se gosta e dialogar apenas com sim, não, ok,
hum hum, está bem, pode ser, beijinhos e adeus é ser-se emocionalmente burro.
-
Usar expressões como, “com esse feitio não vais longe”, “és muito burro”, “és
parvo como o teu…”, “não tens jeito nenhum para…”, etc., etc.
E
quando se vai a casa dos pais?
Vai-se
a casa dos pais, de longe a longe e mesmo assim fazem-se críticas. Resmunga-se
com a mãe porque está a por mais comida no prato, critica-se porque não come, porque
come muito, porque não dorme, porque dorme muito, porque não sai à rua, porque
isto e porque aquilo. Todo este comportamento tem a ver com burrice emocional.
Todo
o comportamento emocionalmente negativo tem por consequência afastar as
pessoas. Se somos assim com os mais chegados, mais queridos e de quem gostamos
então uma das seguintes coisas está a ocorrer:
-
afinal não gostamos dessas pessoas tanto assim;
-
somos emocionalmente incompetentes;
-
somos simplesmente parvos;
-
somos uma fachada.
Somos
uma fachada porque para os outros mostramos sorrisos, piadas, atenção diálogo
sereno, sugestões construtivas e até bom senso.
Do
outro lado da fachada somos a crítica fácil, a resmunguice e até a má educação.
Ferimos e fugimos. Ferimos mas não cuidamos da ferida.
Isso
dói.
Então?
Eu
creio que é simples tentar ser melhor e é uma questão de força de vontade. Para
ajudar deixo uma equação (emocional) extremamente simples:
G+C+A+M =
Inteligência Emocional
G-Gostar
> Ter claro de quem se gosta efetivamente
C-Consciência
> Ter consciência em cada momento do comportamento que está a ter e parar
A-Assertividade
> Não ser agressivo
M-Manutenção
> Fazer a manutenção da relação com comunicação periódica
Este é o meu humilde contributo para uma reflexão quotidiana.
Agora
e como em tudo na vida, há que praticar.
Obrigado.
José
Marques Mendes
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