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blogue editado por José Marques Mendes e Luís Luz

7 de agosto de 2011

Geraldo Medeiros - Escrever na Areia

<<>> Um dia, Geraldo Medeiros enviou-me esta parábola que muito me fez reflectir:

Dois amigos, Mussa e Nagib, viajavam pelas longas estradas que recortavam as montanhas da Pérsia. Eram nobres e ricos e faziam-se acompanhar por servos, ajudantes e caravaneiros.
Chegaram certa manhã, às margens de um grande rio barrento e impetuoso. Era preciso transpor a corrente ameaçadora. Ao saltar, porém, de uma pedra, Mussa foi infeliz e caiu no torvelinho espumejante das águas em revolta. Teria ali perecido, arrastado para o abismo, não fosse Nagib. Este, sem a menor hestação, atirou-se à correnteza e livrou da morte o seu companheiro de jornada.
O que fez Mussa?
Ordenou que o mais hábil de seus servos gravasse na face lisa de uma grande pedra, que ali se erguia, esta legenda admirável:
Neste lugar, com risco da própria vida, Nagib salvou, heroicamente, seu amigo Mussa.
Feito isso, prosseguiram com suas caravanas.
Cinco meses depois, em viagem de regresso, encontraram-se os dois amigos naquele mesmo local perigoso e trágico. E, como estivessem fatigados, resolveram repousar à sombra acolhedora do lajedo que ostentava a honrosa inscrição. Sentados, pois, na areia clara, puseram-se a conversar. Eis que, por motivo banal, surge, de repente, grave desavença entre os dois companheiros.
Discordaram. Discutiram. Nagib, exaltado, num ímpeto de cólera, esbofeteou brutalmente o amigo.
Que fez Mussa?
Que farias tu, em seu lugar?
Mussa não revidou a ofensa. Ergueu-se e, tomando tranqüilo o seu bastão, escreveu na areia, ao pé do negro rochedo:
Neste lugar, por motivo fútil, Nagib injuriou, gravemente, seu amigo Mussa."
Surpreendido com o estranho procedimento, um dos ajudantes de Mussa observou respeitoso:
Senhor, da primeira vez, para exaltar a abnegação de Nagib,mandaste gravar, para sempre, na pedra o feito heróico. E agora, que ele acaba de ofender-vos tão gravemente, vós vos limitais a escrever na areia incerta o ato de covardia! A primeira legenda, ó meu mestre, ficará para sempre.
Todos os que transitarem por este sítio dela terão notícia. Esta outra, porém, riscada no tapete de areia, antes do cair da tarde terá desaparecido como um traço de espuma entre as ondas buliçosas do mar.
A razão é simples-respondeu Mussa. O benefício que recebi de Nagib permanecerá para sempre em meu coração. Mas a injúria... essa negra injúria... escrevo-a na areia, como um voto, para que se depressa daqui se apagar e desaparecer, mais depressa ainda desapareça e se apague de minha lembrança!
Eis a sublime verdade, meu amigo! Aprendamos a gravar, na pedra, os favores que recebemos, os benefícios que nos fizeram, as palavras de carinho, simpatia e estímulo que ouvimos.
Aprendamos, porém, a escrever na areia as injúrias, as ingratidões , as perfídias e as ironias que nos ferirem pela estrada agreste da vida. Assim seremos todos felizes.


<<>> Depois de um momento destes, desafiei-o a que, pela sua própria mão, deixasse a sua mensagem aos Lideres de hoje. Cá está:

Um lider deve ter em conta sempre as suas reacções. Elas têm impacto nos outros. Numa "explosão" do líder, um recurso humano sai de uma determinada situação com maior ou menor auto-estima; essa auto-estima dá a energia que esse recurso irá colocar para melhorar como pessoa e como parte da organização.

Muito importante:
>Um lider deve ter seus sentimento de auto-estima resolvidos para não sentir que determinadas acções sejam contra ele e sim, apenas, para um bom funcionamento da organização;
>O saber valorizar as coisas boas;
>O saber esquecer momentos menos bons, conquista o respeito daqueles que estão envolvidos num processo de melhoria contínua
> Lembrar que não lida com pessoas perfeitas e que todos tem seus bons e maus momentos;
>A lealdade se conquista quando as pessoas entendem que elas e o seu trabalho são de facto importantes para o lider e para a empresa;
>O holofote deve estar focado para aquilo que é importante e não para as falhas.
Geraldo Medeiros

2 comentários:

streble disse...

A minha visão é simples, talvez pouco ingénua... tal como se escreveu aqui e bem, os bons momentos devem ser sempre lembrados e relembrados... os maus, esses devem ser corrigidos, aprender com eles e esquecer que foram cometidos... mas enfim tudo o que me tentam incutir é o contrário... "tudo de bom que fizeste, se esqueceu e perdeu... o tudo o que fizeres de mau perdurará para sempre até ao fim dos dias." Será mesmo assim??? Eu penso que não (ou estarei a ser mesmo muito ingénuo…) eu acredito que se continuar a fazer o bem serei reconhecido e valorizado por isso, enquanto se fizer o mal espero ser corrigido e ensinado, não espero ser banido.

Carlos Morais Neves disse...

Caro streble, não podia estar mais de acordo e em momentos difíceis que já passei tive o privilégio de sentir que alguns dos que me rodeiam às vezes por questões afinal assertivas, eram os mais críticos para comigo, nesses momentos difíceis tiveram a oportunidade de me mostrar o quanto afinal valorizavam tudo o que de bom sempre tinha feito, que não parecia valorizado e também não estou de certeza a ser ingénuo, assim e porque me parece, na minha visão pessoal que é sobretudo importante sermos mt positivos, subscrevo inteiramente a sua visão.