Há dias li uma entrevista num jornal económico em que Bradley Sugars - empresário australiano de sucesso, com negócios presentes em Portugal - dizia que «os portugueses são muito bons empreendedores, mas não pensam grande o suficiente».
De facto, são por demais evidentes as nossas capacidades potenciais, contudo não as aplicamos na sua plenitude, mas tão somente na medida em nos sentimos satisfeitos com os resultados alcançados. É típico ouvirmos desabafos como «estamos tão bem assim, porque nos devemos preocupar em querer mais?» Não discuto a questão ao nível pessoal, pois cada um terá o seu modelo de felicidade. Mas, empresarialmente, o caso muda de figura: o mundo dos negócios evolui a uma velocidade estonteante e a nível global, pelo que um modelo de sucesso é-o sempre a prazo. Nuns negócios este prazo poderá ser mais longo, noutros mais curtos, mas se não imprimirmos uma cultura de evolução/inovação e crescimento, um dia vamos ficar para trás…. quiçá de forma irrecuperável.
A prova de que o empresário australiano está absolutamente certo verificou-se no decurso da crise da última meia dúzia de anos, em que muitos empresários reinventaram os seus negócios, empreenderam fora de portas com relativo sucesso. Fizeram-no já numa fase em que os recursos se estavam a desmoronar… Como teria sido caso tivessem pensado em grande antes deste período turbulento, tendo conquistado novos mercados com recursos competentes e “musculados”?
O entrevistador começou por observar que o empresário «costuma dizer “learn before you earn” (“aprenda antes de ganhar”) – parece um conceito tão simples, no entanto, a maioria das pessoas quer ir logo para a parte do “ganhar”»… So true!
Não inverta a ordem natural das coisas e pense em grande: cuide primeiro do seu negócio, que ele depois cuidará de si!
Luís Luz