De facto, se prestarmos atenção ao animal, fica-se com a ideia que o burro não reage aos estímulos nem tem uma atitude proactiva. Faz o que lhe pedem e vai vivendo. Carrega e nem tem ideia do que carrega. Segue os demais e por vezes pára, embasbaca-se perante a vida como se bloqueasse.
Será que a expressão “Burro velho não aprende idiomas”, numa analogia entre o burro e o “burro velho”, quer dizer que as pessoas à medida que envelhecem vão ficando mais pobres de conhecimento?
Se assim é, então essas pessoas, efetivamente, ficarão “burras”, ou melhor, ficarão como o burro.
Ainda assim, convém fazer algumas diferenciações nas fases da “burrice”.
Há os que perdem conhecimento, isto é, os que não eram “burros” mas com o tempo ficaram.
Há os que eram “burros” e continuam “burros”. Sempre “burros,” portanto.
Há, ainda, os que eram “burros”, aprenderam, desenvolveram-se e agora não o são.
Há, e com muito mérito, os que nunca foram “burros” e não o são agora. Possivelmente nunca o serão.
Não é relevante se no passado as pessoas eram pobres de conhecimento ou de raciocínio porém, é extremamente relevante o seu nível cultural e mental, hoje.
Se fizeram uma evolução é porque cuidam de si, no tempo. Esse espírito fará com que singrem no futuro.
É sobre isso que faço a reflexão de aprendizagem e até me atrevo a dizer que, expressão com mais significado que “Burro velho não aprende idiomas”, é a expressão “Aprender até morrer”.
Orientação: Procuremos responder a uma destas questões: Sinto-me limitado? Sinto-me burro? Será que me julgam ignorante, torpe ou algo semelhante?
Se formos conscientes, com bom senso e conhecedores de nós mesmos, conseguiremos responder. É como falar em frente ao espelho com a pessoa que vemos.
A resposta dará a força necessária para nos incutirmos aprendizagem.
Motivemo-nos a aprender algo, permanentemente.
Aprender mais depressa que a própria experiência porque não é suficiente aprender apenas com o que se vive.
José Marques Mendes