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blogue editado por José Marques Mendes e Luís Luz

14 de setembro de 2013

Aprendizagem l

Reflexão: Da mesma forma que existem cursos para ensinar a gerir também deveriam existir cursos para ajudar quem tem de deixar de gerir. Existem MBAs para executivos e deveriam existir MBAs para não executivos.

Explico-me de seguida.
Os profissionais das empresas que se dedicam à gestão, ao longo do tempo formam-se com o objetivo de se aperfeiçoarem e de se tornarem melhores gestores. Investem, inclusive, nos Master in Business Administration.
Lá mais na frente da vida, para alguns na casa dos 65 anos e para outros na casa dos 75anos, os empresários e gestores têm de deixar a vida ativa da gestão.

Não podem esperar pela morte ou pela invalidez. Não há outra possibilidade. Têm de tomar essa decisão de afastamento.
Por um lado porque não têm a mesma dinâmica física e por outro porque não têm a suficiente motivação para a mudança de métodos.
Tudo está a mudar muito e rápido nos conceitos de gestão de empresas, na gestão de risco, na gestão de pessoas, na gestão de marketing e na gestão financeira.
Tudo muda imenso e, apesar destas pessoas não serem inválidas, a verdade é que já não são válidas para a gestão ativa.

Ainda têm muito valor mas não sabem como aplicá-lo, mantendo-se na mesma forma e na mesma “cadeira”.
Quanto mais insistem em manter um papel ativo e executivo na empresa, mais expõem a sua inabilidade.
Mas estas pessoas são muito úteis à organização, pela experiência, pelo conhecimento, pelo que já viram e viveram. Têm significado para a organização e sua história.

De facto não são inválidos.
É por isso que defendo que deveria haver uma aprendizagem para quem tem de passar ao papel de não executivo.
Um curso que ensine um presidente não executivo a lidar com o conselho de administração e acionistas. Um curso que ensine o não executivo a participar em iniciativas de estímulo à inovação. Um curso que ensine o não executivo a conhecer novos mercados. Um curso que ensine o não executivo a relacionar-se com novos clientes e clientes de sempre. Um curso que ensine o não executivo a lidar com decisões que não são as suas. Um curso que ensine o não executivo a colaborar com a estratégia da empresa, que não será a “sua” estratégia.

É que, se os empresários, gestores de sempre, não conseguirem passar de executivos a não executivos, as empresas correm o risco de afundar porque eles passam a ser um lastro, um peso que as puxa para baixo.
Eles não sabem nem têm consciência disso e é por isso que precisam de aprendizagem.
Aprender num Master. Se não há um Master pode haver um Coaching, e se não há um Coaching pode haver um Mentoring, e se não há um Mentoring pode haver alguém que lhe abra os olhos.


Orientação: A minha orientação neste tema centra-se na motivação de todos. De todos os que estamos nas empresas e que quando vemos estes cenários arrepiamo-nos de medo.
Ui…!!! Que faço, que digo para que ele tome consciência que está a perturbar em vez de ajudar? Que faço, que digo para que ele tome consciência que tem de dar espaço a outros?

A orientação é uma palavra de motivação para que deixem escapar essas palavras. Que se unam e mostrem que algo tem de mudar no topo da empresa.
Força e muita coragem para abrir os olhos a estes líderes executivos de outros tempos.
Não se trata de ir contra eles mas sim em prol da sustentabilidade geracional da empresa. É a vida da empresa que está em causa e isso vale muita determinação.
José Marques Mendes

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