Podemos dizer que somos o que falamos. O que falamos connosco. Sistematicamente ao longo dos dias, semanas, meses, anos, vamos falando interiormente sobre as situações da vida e muito tendencialmente deixamo-nos levar pelas coisas más. Acontece frequentemente que a nossa mente é absorvida pelas coisas menos boas da vida e, sem grande esforço, o que estamos a dizer a nós mesmos são preocupações, negativismos, imagens cinzentas, muitas negras e, como somos o que falamos, não temos alternativa: somos o que não queremos ser e que não gostamos de ser.
Se considerarmos que a vida é limitada, que tem um fim e que alternativa não há, porque nos vamos preocupar com ela. É verdade. Devemos estar ocupados mas não preocupados. Viver mas não sobreviver. Levantar cada dia com vontade de o passar melhor ou, pelo menos, igual que o anterior.
Esta é a forma individual de carregar baterias para viver com alegria, soltar as convicções e colocar uma expressão corporal que transmita felicidade. Vestir de manhã a roupa que mais gostamos, vestir coisas menos escuras, menos indiferentes, mais vivas. Se ainda assim não estamos bem, comprar algo que nos apeteça muito e satisfazer algum desejo próprio.
E assim estaríamos mais contentes connosco. Mais activos e menos reactivos.
Mas… existem outros seres que nos rodeiam e connosco interferem…emocionalmente. Existem outros que, decididamente, a alegria e a boa forma de estar na vida não vai com eles.
São pessoas que existem para amargurar a sociedade em geral e os que estão próximos em particular.
São pessoas que são biologicamente assim ou seja, casos perdidos. Não têm alternativa. Já não mudam.
Está cientificamente estudado que as crianças até aos 7 anos assimilam tudo o que vêem e imitam os que as rodeias. A afectividade nesta idade é fundamental para o futuro e os que foram menos afortunados em afecto, terão uma vida mais racional e menos emocional. Os mesmos estudos indicam que os que se desenvolveram em atmosferas de afecto, uma vez adultos dominam melhor as emoções e conseguem estar em equilíbrio entre o racional e o emotivo. Quem não teve e como tal não domina as emoções, adopta em adulto uma atitude sempre racional. Para ele é mais fácil ser matemático, cientifico, pragmático e como muitas vezes dizemos… quadrados.
Esta forma de ser é frequentemente negativa porque, quando na matemática o resultado é menor que zero alguma conclusão há que tirar. Estas pessoas são iguais. As pequenas coisas negativas da vida como, engarrafamentos, céu nublado, a equipa de futebol que não ganhou, o filho que asneirou, o euromilhões que não deu, o colega que progrediu, etc, passam a ser um conjunto de valores menores que zero e o resultado global é estarem amargados, insatisfeitos e com vontade de impedir a alegria dos outros. Começam a queixar-se da vida e das coisas que estão mal. Não só as matematicamente más mas, começa a convencer-se e a convencer os que o rodeiam que está tudo mal.
Todos sabemos que quando numa cesta existe uma maça podre, o resultado ao fim de uns dias é que estejam umas quantas podres e se não se fizer nada… apodrecerão todas. Todas perderão a sua beleza e serão deitadas fora.
Connosco é igual. Se na sociedade em geral e nas empresas em particular não conseguirmos isolar as maças podres, todos serão contaminados. Ao fim de um tempo será uma organização negativa, cinzenta e sem vontade própria. Será uma organização que pelo simples facto de ser segunda-feira já está incomodada. Uma organização em que os amargurados vão todos tomar café juntos e os que ainda não estão contaminados, estão só. Mas também será por pouco tempo. Os amargurados conseguirão motivá-lo para as más causas.
Por tudo o anterior, é fundamental ter consciência da existência dessas pessoas e mantermo-nos à margem. Elas dificilmente mudarão e será uma causa perdida fazer alguma coisa por eles. A questão é como imaginávamos antes. Cada um terá que fazer por si o que de melhor quer para si. Não é que percamos o sentido de ajudar a sociedade mas sim, tentar alterar o temperamento ignorante de uma pessoa negativa é uma causa inútil. É melhor desistir. Cada um tem de cuidar de si, motivar-se, crer, ter valores, actuar e preparar-se para ter êxito. Sim… que as expectativas de cada um seja ter êxito. Anular os pensamentos negativos e imaginar as coisas boas que nos podem acontecer. As coisas más pegam-se como as maças. As boas também mas com mais dificuldade pelo que, deve-se praticar sempre imagens positivas e as coisas positivas acontecerão.
Não façam nada pelos que têm mau temperamento. Isolem-nos e deixem que se apercebam que na organizações estão sós. Eles têm que ficar sós. Se algum dia se arrependerem de estar sós, deixar-se-ão contaminar pela energia positiva que terão os outros e a quantidade de maças podres de uma organização terá tendência a diminuir. Será uma organização melhor e cada um de nós estará melhor consigo próprio.
Com o tempo, a cultura da organização terá defesas naturais e rejeitará estes "corpos".
Não parece complicado levar uma vida mais fácil...se for positivo!!!
José Marques Mendes