Não é muito comum dizer-se que se é um Líder. A tendência é para referir-se à função (ser Director disto ou daquilo) ou dizer que se é Gestor. Eu, por exemplo, regularmente me intitulo Gestor de Empresas e não Administrador, ou Director ou Engenheiro, muito menos Líder.
De facto não soava muito bem responder à pergunta sobre o que fazemos:
-Sou líder na empresa XPTO.
O que soa a vaidade ou presunção quando comunicado a alguém, é fundamental quando se assume uma organização. Não nos intitulamos líderes mas devemos ter um comportamento como tal.
Na família, os pais não se intitulam lideres familiares mas, em todo o momento, devem ser uma referência para os filhos, quer enquanto comportamento de vida quer enquanto orientadores. Porém, quer na organização quer na família, existe gestão. Lidera-se e gere-se. É diferente, muito próximo mas acima de tudo, complementar.
Liderar é traçar um rumo, é construir uma motivação, é influenciar os outros a caminhar no mesmo sentido. Transmitir confiança. É servir uma comunidade, uma equipa, a sociedade, enfim, os outros. Está acima da gestão. Não é dissociável de gerir mas apresenta-se com outro elevado grau de responsabilidade. Liderar é trabalhar e ter responsabilidade num campo mais de influência, de referência e que está para além do conhecimento específico da actividade.
Um gestor tem uma responsabilidade mais específica. Um restaurante, uma clínica, uma família, etc, obriga a uma gestão muito específica e de conhecimento. Gerir bem é garantir que os recursos, escassos, sejam suficientes para atingir os resultados. Por exemplo, gerir bem uma empresa é ter os custos controlados, um bom serviço ao cliente e, como resultados, uma boa rentabilidade das vendas. É quase matemático.
Entram recursos por um lado, organizam-se processos, criam-se rotinas, definem-se objectivos e têm-se resultados. Um bom gestor e um mau diferencia-se pela capacidade de conseguir atingir objectivos, pela capacidade de gerir bem os recursos ao seu alcance. Aproveito para dizer que gere-se algo porque não abunda. Escassos recursos que têm de ser rentabilizados.
Entram recursos por um lado, organizam-se processos, criam-se rotinas, definem-se objectivos e têm-se resultados. Um bom gestor e um mau diferencia-se pela capacidade de conseguir atingir objectivos, pela capacidade de gerir bem os recursos ao seu alcance. Aproveito para dizer que gere-se algo porque não abunda. Escassos recursos que têm de ser rentabilizados.
Liderar é gerir mas com enorme entusiasmo, prazer e até mesmo paixão. Liderar é fazer com que as pessoas que nos rodeiam se identifiquem com o que estão a fazer diariamente. Aliás, isto é quase uma questão de bom senso porque, se vamos todos os dias trabalhar e é no trabalho onde passamos a maior parte do tempo das nossas vidas então, façamo-lo com gosto.
Enquanto líderes, proporcionemos isso às pessoas.
Querer para os outros o que queremos para nós. Se queremos trabalhar com entusiasmo então fazer com que os outros trabalhem com entusiasmo. O entusiasmo do líder vem depois do entusiasmo da sua gente.
Podem existir bons e maus líderes. O mesmo na gestão. Bons e maus. Lidera-se para se tentar fazer a diferença. Ir para além de uma boa gestão. O importante é que exista um bom líder e um bom gestor. É difícil ter-se esta soma porque é raro que uma pessoa seja um bom técnico e um bom motivador. É raro encontrar alguém bom nas duas coisas. É um recurso humano valioso.
E porquê que é difícil ser-se bom nas duas coisas?
Porque, à mesma pessoa, há que somar às características inatas, habilidades comportamentais e conhecimento específico. Ou seja, é preciso que a pessoa se dedique a ser excelente naquilo que faz. Que seja a primeira a tomar a decisão de se desenvolver.
Quantos estamos a tomar essa decisão de fazermos a diferença na nossa vida pessoal e profissional?
José Marques Mendes
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