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blogue editado por José Marques Mendes e Luís Luz

10 de abril de 2012

Os ídolos fazem a diferença

É muito normal as pessoas terem um ídolo. Uma referência. Alguém que tomam como um modelo de comportamento.
Claro que é mais vulgar na fase juvenil mas, creio eu, até na fase adulta as pessoas têm ídolos.
Também não é mesmo verdade que os ídolos tendem a ser pessoas do campo artístico ou desportivo. Não é normal ter-se um ídolo político mas, que os há, há. Não é normal ter-se um ídolo nas empresas mas, que os há, há. É mais normal ter na família mas, mesmo assim não é comum.

Tudo isto está muito bem e isto nos deveria fazer refletir.
Não propriamente o facto de termos um ídolo mas, a predisposição para o ter. As pessoas são sensíveis a determinados comportamentos de outros que, por esta e outras razões, o veneram. Querem sentir-se próximas dessa referência e adotam o seu estilo e modo de atuação.
Por vezes apaixonam-se. Bate certo pois muita gente se apaixona pelo trabalho. Põe muita paixão naquilo que faz. Bate certo. Faz sentido.

Ser um ídolo é de enorme responsabilidade mas, ter um ídolo não é menos.
Note-se que quem assume que tem um ídolo está a condicionar-se. Está a identificar-se com algo. Está a assumir que segue e que está disposto a compromissos. Quem assume que tem um ídolo é transparente, até consigo mesmo.
Está a condicionar-se mas também a comprometer-se. Essa é a responsabilidade bonita.
Ter um ídolo é ter estas referências, esta lógica de comportamento e estar preparado para as comparações.
Assumir-se que se é fã deste ou daquele é assumir um compromisso.

É um fenómeno de liderança no mais puro e profundo da sua essência.
Líder é aquele que se torna uma referência e liderados aqueles que o seguem. Não propriamente num caminho, num rumo ou num destino mas, mais sério ainda, em comportamento, estilo e comunicação.
Por isso entendo que vale a pena refletir sobre o facto das pessoas estarem predispostas a ter um ídolo.

Muitos líderes de equipas e organizações deveriam ter essa pretensão. Preocuparem-se com o seu comportamento, forma de comunicação, estilo, forma de acrescentar valor, ser sensível ao meio, cuidar das palavras, criar emoções, proporcionar momentos únicos, fazer vibrar com resultados, ficar triste e alegre quando é para tal, enfim, ser diferente.
As equipas e as organizações passam muito tempo em rotinas e quotidianos acinzentados.
As pessoas passam muito tempo nas empresas e afastadas de quem as emociona.
Os líderes nas organizações deveriam ser mais ídolos. Mais personalizáveis. Mexer mais com as pessoas. Tornar-lhes os dias melhores. Fazê-las esquecer o salário. Que os dias não se notem ao passar. Que as noites fiquem curtas de sono. Que não importe se chove ou faz sol.

Os líderes deveriam tentar tudo isto. Tentar pelo menos.
Tenho para mim que as pessoas estão preparadas para isso. Só é necessário que os lideres se assumam.
Uma das vias para sairmos da crise é que quem lidera torne as coisas diferentes. Torne a vida das pessoas diferente.
Se todos os líderes, numa pirâmide organizacional, tiverem o ambicioso objetivo de não serem “mais um”, as coisas melhoram. Todos criam melhorias porque impactam nas pessoas das suas equipas.

Não será um a puxar mas sim todos a empurrar.

Deixemos de ser cinzentões, acomodados e a pensar no salário, medricas e a pensar no desemprego, passivos e a pensar em ir para casa, desmotivados e a sonhar alto, chefinhos a pensar na cadeira que ocupam, totós e a pensar que a crise vai acabar porque vai.
Na pirâmide organizacional os líderes têm de tentar ganhar fãs. As suas equipas são potenciais fãs. Ambicionem isso mesmo que não consigam lá chegar. Mesmo que não cheguem a atingir esse estatuto interno, acreditem que muito evoluíram e muito proporcionaram de diferentes às pessoas.

A vida vale a pena por isso. Pelo que se consegue mas muito pelo que se tenta conseguir.
José Marques Mendes

3 comentários:

CMM disse...

Eu orgulho-me de ter um ídolo! :)

Alcino Rodrigues disse...

É verdade que é raro mas eu tenho um ídolo político. Infelizmente já não está entre nós. O Prof. Ernâni Lopes foi um visionário e demonstra-o neste vídeo >> http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=uYL5409SZ-0

Anónimo disse...

Excelente contributo. De facto foi um grande homem e deixou uma grande lição.
José Miguel MM